sábado, 30 de outubro de 2010

DEPOIMENTO DO EX - COMPANHEIRO DA DILMA

Às vezes surgem sopros de jornalismo na velha mídia que, por unusuais, acabam passando despercebidos. Hoje me chamaram a atenção para essa entrevista de O Globo com Carlos Araújo, que por trinta anos foi marido de Dilma Rousseff e pai de sua única filha. Saiu na mesma edição de domingo sobre o aborto, uma reportagem que lembrou o velho O Globo de anos atrás.

Uma bela entrevista, com perguntas secas, respostas objetivas e tocantes.

Doente, com enfizema, Carlos tem a companhia da ex-sogra dona Dilma Jane, mãe de Dilma. Quando Dilma teve câncer, passou dez dias com ela.

De O Globo

'Em casa nunca teve murro na mesa'

O advogado Carlos Araújo, de 72 anos, é só elogios à ex-mulher, Dilma Rousseff; inclusive sobre seu temperamento forte

ENTREVISTA
Carlos Araújo
casarão às margens do lago Guaíba, em Porto Alegre, as únicas reminiscências dos tempos de militância e da luta armada do casal Vanda e Max são quadros na parede com fotos do comunista Mao Tsé-Tung. A casa foi dividida pelos dois por 30 anos. Hoje, está tomada por fotos da filha dos dois, Paula, e pilhas de cartazes de propaganda da campanha da agora ex-mulher de Max, que, na verdade, se chama Carlos Araújo: Dilma Rousseff, a Vanda.

A rotina do advogado de 72 anos, que se levanta às 3h para ir ao escritório, onde defende causas de operários, em nada se parece com o glamour da vida de Dilma em Brasília. De hábitos simples, Carlos sofre de enfisema.

Vive acompanhado de dois cachorros e, atualmente, da ex-sogra, dona Dilma Jane, e de uma tia da candidata, dona Arilda. Apesar do tubo de oxigênio na sala e da proibição de fumar, não foi desautorizado pelos médicos a tomar uma cervejinha diária, “não muito gelada”.

Há dez dias, ele relembrou sua história com a ex-mulher, que acompanha da sala com dois telões de LCD — um para o noticiário e outro para os jogos de futebol.

Carlos diz que não ajuda na campanha por causa da doença, que o impede de suportar o clima seco de Brasília. A última vez que visitou a ex-mulher foi quando ela teve câncer, no ano passado. Ficou com ela uns 10 dias no início do tratamento. Em setembro, voltaram a se encontrar, quando ela esteve no Rio Grande do Sul: — Não faço nada na campanha. Gostaria muito de estar em Brasília, na retaguarda, ajudando em algo. Mas não posso.

Após a separação, no fim da década de 90, Dilma comprou um apartamento no mesmo bairro para que os dois continuassem próximos, por causa de Paula. Dilma não se casou novamente.

Carlos tem uma namorada, que diz dar-se muito bem com Dilma.

— Presidente tem essa coisa da primeira-dama. Se um dia a Dilma precisar, estarei a seu lado — diz Carlos.

Viveram 30 anos juntos e até hoje Carlos tem admiração inequívoca pela ex-mulher. O temperamento forte dela não é negado por ele. Mas “aqui em casa nunca teve esse negócio de dar murro na mesa”, diz ele sobre a fama da ex-ministra em Brasília. Em entrevista ao GLOBO, Carlos relembra o passado e diz acreditar na vitória de Dilma.

Maria Lima* e João Guedes
PORTO ALEGRE

O GLOBO: Quando e onde o senhor conheceu Dilma?

CARLOS ARAÚJO: Em 1969, no Rio, numa reunião. Ela era da Colina, e meu grupo não tinha nome. Com a fusão, virou o Var-Palmares. Ela tinha 19 anos e eu, 30. Na segunda reunião, já estava apaixonado. Um mês após, estávamos morando juntos.

Ela era linda, um espetáculo! Esse negócio que falam de amor à primeira vista, né?

O que mais chamou sua atenção em Dilma?

CARLOS: Ela ser tão jovem e tão entregue à luta política.

Uma inteligência muito forte e pujante. E sua beleza.

Que música marcou a relação?

CARLOS: Rita, do Chico Buarque.

Namorávamos, às vezes, no apartamento em que a gente ia, mas a gente não podia ficar por questão de segurança. Namorávamos em praças, bairros mais retirados. De vez em quando ali por Ipanema, Jardim de Alá.

Mas ela já era casada (com Claudio Galeno Linhares)...

CARLOS: Mas só formalmente, o casamento já estava se desfazendo, não conviviam mais, viviam foragidos.

Quando nos conhecemos, ela falou para o marido que íamos viver juntos. Eu e o marido dela ficamos amigos, militamos juntos. Ele foi para o exterior, se casou, teve filhos. Em 76, voltou e veio morar na minha casa. Eu o abriguei por um bom tempo.

Moraram os três nesta casa?

CARLOS: Eu e Dilma morávamos aqui. Ele veio com a mulher e os filhos.

Não tinha ciúmes?

CARLOS: Podia ter ciúmes de outra situação, não dele, cada um já tinha seu rumo. Sou um bom ex-marido. Falo bem da Dilma, não é? Não falo mal.

Nesses 30 anos de convivência, em que momentos ela era mais brava e mais delicada?

CARLOS: Não existe pessoa mais ou menos brava. Dilma sempre teve temperamento forte, é da personalidade dela. O que tirava ela do sério era deslealdade, falta de companheirismo, a pessoa não ter palavra, dar bola nas costas. Não sei como ela faz lá (em Brasília). Aqui em casa nunca teve esse negócio de dar murro na mesa.

Quem mandava na casa?

CARLOS: Nossos parâmetros não eram esses, de quem manda, não manda. Éramos companheiros.

Não era nosso estilo um mandar no outro. Foi uma bela convivência. Tivemos uma vida boa juntos, tenho recordação boa, não é saudade.

Como foram as prisões?

CARLOS: A dela foi em São Paulo.

Ela foi presa sete meses antes de mim. Eu estava no Rio.

Como ficou sabendo?

CARLOS: Quando ela foi presa, a primeira coisa que fiquei sabendo foi seu nome verdadeiro, que não sabia durante o ano que vivemos juntos. Naquele tempo, eles publicavam o nome, de onde era, filho de quem, logo em seguida. Soube que ela se chamava Dilma porque vi lá: filha de fulano, mineira. Até então, a única coisa que sabia dela era que era mineira. Pela regra de segurança, ninguém sabia nada de ninguém. Ela também não, sabia que eu era Carlos.

Se encontraram na prisão?

CARLOS: Fui para São Paulo.

Antes, ficamos incomunicáveis.

Era uma loucura! Tinha cartazes nas ruas, aeroportos, rodoviárias, com nossos nomes e foto escrito “procurados”. Depois que fui preso, passei por um lugar por onde ela já tinha passado, na Rua Tutoia, na tortura.

Depois fui para o Dops e para o presídio. Ela já estava no presídio, mas não nos vimos. Três meses depois, ia ser transferido para o Rio, me botaram num camburão e eu vi, de longe, que ela estava no outro camburão.

Íamos ser ouvidos no Rio e fomos para a frente do juiz. Nos abraçamos rapidamente e logo nos separaram. E só fomos nos ver de novo um ano depois, no presídio de Tiradentes, em São Paulo, onde tínhamos direito a receber visita da família juntos.

Três anos depois ela foi solta e o senhor não...

CARLOS: Sim. Ela foi a Minas, visitar os pais e veio morar nesta casa, com meus pais. Depois que fui solto, moramos juntos 30 anos.

O senhor foi para o presídio da Ilha da Pólvora..

CARLOS: Eu ficava na prisão e ela aqui. Não dava para fugir de lá, era uma ilha pequena. A gente não ficava na casa da pólvora. Só à noite. A prisão era a ilha.

Naquele momento, achava que ela ia chegar tão longe?

CARLOS: Ninguém achava, né? Não fazia parte dos projetos: ah, quero ser presidente! Não tinha ambição nenhuma. Ela queria se formar em economia e fazer política.

(Quando Lula a escolheu) Acho que ela estava no lugar certo na hora certa. E o Lula escolheu muito bem. Que presidente pode contar com uma pessoa como a Dilma, confiar cegamente que não vai ter bola nas costas? Ela tem o sentimento profundo da lealdade.

Foi difícil para ela passar por essa transformação? Plástica, cabelo, voz...

CARLOS: Não foi nenhum sacrifício.

Fui até enfermeiro dela quando fez a plástica. Dilma nunca se preparou para ser presidente e teve que encarar. A plástica foi bem, não foi aquela coisa exagerada, ela assimilou bem, acho que gostou.

E o guarda-roupa, o senhor acha que melhorou?

CARLOS: Está bom. Melhorou.

Antigamente, a Dilma era como eu. Sou atirado nas cordas. Ela também era meio atiradona mas, depois de um certo momento, ela tomou gosto. Gostou de se pintar. Gostou de se arrumar bem, de ir no cabeleireiro toda a semana, fazer as unhas.

O senhor é confidente dela?

CARLOS: Não. Sou amigo. Minha vida com a Dilma é uma vida não-política. Quando o Lula acenou para ela, ela veio conversar comigo e Paula. O que vocês acham? Ela não tinha dúvida, queria conversar. Disse que estava em condições, que ia se preparar da melhor forma possível.

Não titubeou, nem tinha receio.

Pelo menos, não revelou.

Aí veio a doença...

CARLOS: Nos pegou desprevenidos.

Quando ela falou a primeira vez, ficamos muito emocionados, sensibilizados, preocupados.

Mas ela disse: tudo indica que é benigno. Ela disse que tudo indicava que não era maligno, mas sentia energia de enfrentar a situação mesmo que fosse o pior. A gente só pensou em dar carinho e ser solidário.

Temeram pela campanha?

CARLOS: Não. Mesmo porque quando vieram os resultados, que era benigno, que era curável rapidamente, com equipe de bons médicos... Não era maligno.

Ela fez quimioterapia para cortar aquele quisto, para não se tornar maligno.

O que o senhor sente ao ver na internet que a Dilma é uma perigosa ex-terrorista?

CARLOS: É a baixaria dos que apoiavam a ditadura para prejudicá-la, para ganhar no tapetão.

O que ela tem de perigosa? A Dilma nunca pegou em armas.

Não era o setor dela.

E qual era o setor dela?

CARLOS: Era o mais político, de organizar movimentos, preparar o pessoal, fazer propaganda.

Desde quando pegar em armas é terrorismo? A gente tem orgulho do que viveu, era uma jovem corajosa, desprendida, entregando sua juventude, sua dor. Foi para a luta achando que ia morrer.

Muita coisa que fizemos foi equivocado politicamente, tudo bem. Mas isso é outra coisa.

quinta-feira, 28 de outubro de 2010

Mauricio Burity - CULTURA PARAIBANA DA FUNESC - direito de resposta a carta doTeatrologo Tarcisio Pereira .

João Pessoa, 22 de outubro de 2010

Ilustre editor do jornal O Contraponto.

Venho, através desta, manifestar-me a respeito do artigo intitulado “Maranhão e a Cultura”, do escritor Tarcísio Pereira, publicado por esse jornal na edição de 22 a 28 de outubro do corrente ano, no tocante as afirmações sobre o Espaço Cultural José Lins do Rego e o Teatro Santa Roza, ambos administrados pela Fundação Espaço Cultural da Paraíba (Funesc), da qual ocupo o posto de presidente desde maio de 2009.

Neste pouco mais de um ano em que me encontro à frente da Funesc, não medi esforços para que o Espaço Cultural e o Teatro Santa Roza tivessem um tratamento proporcional a importância que estes dois equipamentos têm para a sociedade paraibana. Não é de hoje que digo que encontrei o Espaço Cultural em uma situação de abandono e afirmo, categoricamente, que planetário, cinema e biblioteca, para citar apenas três equipamentos do Espaço Cultural, estavam completamente inutilizados, e há um bom tempo.

Decerto não fizemos a reforma completa que gostaríamos de fazer, mas, sem falsa modéstia, fizemos bastante neste curto espaço de tempo. A Funesc termina o ano com o Planetário em pleno funcionamento, já que em fevereiro deste ano investimos no conserto do projetor, que estava quebrado. Reabrimos em junho a Biblioteca Juarez da Gama Batista, a maior biblioteca do Estado, fechada há inexplicáveis sete anos!

No primeiro semestre também entregamos um Teatro de Arena revitalizado, pintado, com cadeiras para dar um maior conforto. Graças a isso, Hoje, passamos a sediar o projeto Seis e Meia e a receber artistas nacionais e internacionais, como Stanley Jordan.

Há um ano criamos e entregamos à sociedade uma escola muito especial. A Escola Especial Juarez Johnson conta com músicos com doutorado e fisioterapeutas gabaritados para, juntos, ensinarem crianças com necessidades especiais a tocar um instrumento. Atualmente, 48 crianças participam das aulas. Outras 53 crianças aguardam na lista de espera.

Ao mesmo tempo, reabrimos outro equipamento importante, a oficina-escola de lutheria, desativada também há anos. Graças ao nosso esforço, ela voltou a fabricar instrumentos musicais e a ministrar cursos para assistentes de luthier, gratuitos a alunos da rede pública de ensino.

Encontramos a Escola de Dança da Funesc danificada, com cerca de 80% de sua estrutura comprometida, como pisos, paredes e instalações elétricas danificados, e hoje ela está sendo reformada. Da mesma maneira, conseguimos junto ao BNB um patrocínio para a restauração de 15 obras do nosso acervo que estavam danificadas pela falta de manutenção, e ainda vamos inaugurar, até o fim do ano, uma reserva técnica para que nossas mais de 100 obras possam ser apropriadamente acondicionada.

Ainda em 2009, reativamos a projeção de filmes do Bangüê, fazendo diversos reparos e transformando-o em um espaço bivalente, tanto para cinema quanto para teatro. E para atender a uma demanda específica de cinema, inauguramos, este ano, o Espaço Cine Digital, que vem, religiosamente, exibindo filmes todas as semanas desde que foi aberto.

E em relação ao Teatro Santa Roza, o qual Tarcísio Pereira foi diretor, revitalizamos o teatro para a comemoração dos 120 de sua existencia.

Agradeço a consideração de Tarcísio Pereira quando reconhece o carinho e o zelo que tenho para com o Espaço Cultural e o Teatro Santa Roza. Acredito que quando se fala em reforma desses dois equipamentos, se fala em um processo longo e que exige uma dedicação extraordinária, devido a complexidade estrutural e ao papel que o Espaço Cultural e o Teatro Santa Roza desempenham diariamente na vida do cidadão paraibano.

E ainda há muito o que fazer. Agora, após a eleição, a Funesc tem R$ 600 mil para receber do Ministério do Turismo. O dinheiro será investido no pórtico de entrada do Espaço Cultural. Também conseguimos junto a atual bancada federal um montante de R$ 2,5 milhões em emendas parlamentares, que serão usadas na construção do Museu de Arte Contemporânea(MAC) e em novas melhorias do citado cine-teatro Bangüê, no teatro Paulo Pontes e na Galeria de Arte Archidy Picado.

Portanto, digo que o Espaço Cultural continua em reformas desde que assumi, com o compromisso de devolver ao povo paraibano, na medida do possível, o projeto idealizado por meu pai com tanto carinho e apreço, já que ele sabia o valor e o poder transformador que a arte, a cultura e a educação têm em um povo.

Com estas palavras, espero deixar claro perante a opinião pública o esforço do Governador Maranhão em valorizar a cultura, através da atenção inestimável que tem dado à Fundação Espaço Cultural da Paraíba.

Termino convidando a reportagem do jornal O Contraponto, assim como o escritor Tarcísio Pereira, a conhecerem de perto o trabalho que estamos imprimindo, no Espaço Cultural e no Teatro Santa Roza. Estamos de portas abertas e à disposição, sempre.

Cordialmente,

Maurício Navarro Burity

Presidente da Funesc

quinta-feira, 21 de outubro de 2010

A GREVE FRANCESA

Pelo historiador JALDES MENEZES da UFPB - Universidade Federal da Paraíba

Há um belo soneto do grande poeta francês Charles Baudelaire que começa assim: a rua em torno era um frenético alarido (A uma passante).

Paris, Lyon, Marseille, junho, 1789; fevereiro, 1848; maio, 1968; outubro, 2010: tão longe, tão perto. Sem dúvida, o alarido das multidões nas ruas vem a ser, junto com o vinho e os queijos, uma moderna tradição francesa. A explicação estrutural do fenômeno de protestar nas ruas e erguer barricadas deita no próprio processo da revolução francesa de 1789: na radicalização do processo jacobino (1792), os franceses fizeram uma reforma agrária radical, fatiando os antigos feudos em pequenas propriedades camponesas. Dessa maneira, a acumulação primitiva de capitais no campo foi relativamente lenta, tendo em vistas o acelerado processo inglês. Ou seja: a transferência de renda e capital do campo para a cidade se deu de modo constante, mas num ritmo equilibrado, tanto que até os dias de hoje os pequenos proprietários rurais são uma voz política importante na França.

Qual a conexão da evolução das estruturas econômicas da industrialização francesa com o mundo da política? O processo de revolução na França configurou um tipo de hegemonia no qual as figuras do camponês e do artesão, lado a lado com as formas sociais novas do operário fabril e do burguês, tiveram que estabelecer formas de convivência, certamente conflituosas, de hegemonia burguesa, decerto incorporadora, embora muitas vezes assumindo contornos bonapartistas, das demandas sociais dos de baixo. Enfim, o paradoxo do processo de revolução burguesa na Franca lídimo e simples: o desmoronamento dos estamentos aristocráticos, e do clero, requisitou de um amplo consentimento social.

Foi esta sui generis configuração da econômica com a política, o solo no qual germinaram as idéias radicais republicanas e socialistas que tanto agradou o jovem Marx e tanto ódio despertou, em uníssono, de todos os membros, sem exceção, do pensamento conservador, numa escala de Burke a Nietzsche. Neste ínterim, é o caso de recordar o pensamento corporativista de Saint-Simon – fundamento ideológico do Estado Social Francês –, atentando ao fato de que o corporativismo pregava a paz social, mas a partir do acordo entre as partes litigantes.

Deve-se perceber que as raízes do Estado de Bem Estar Social francês estão arraigadas na cultura política do país. Desmontá-lo, portanto, se assemelha a uma autêntica operação de guerra. Por isso, o atual movimento grevista contra a lei de Sarkozy, que eleva a idade mínima de aposentadoria de 60 para 62 anos (na verdade, o fio do novelo de outras medidas), conta a adesão, conforme pesquisas, de 71% da população.

É fato que as bases definitivas do Estado Providência Francês é relativamente recente: adveio dos chamados acordos de Grenoble, acordo corporativo entre o Estado gaulista e os sindicatos comunistas que selou o fim dos movimentos de 1968, reiterando a tradição dos acordos de classe se seguirem aos estertores do movimento revolucionário.

Para entender Sarkozy e os acontecimentos da greve francesa, talvez seja o caso de recuar a maio de 1968.

No movimento do século passado, tínhamos a circunstância da irrupção de surpresa de um protesto juvenil, nascido nas Universidades, que se espalhou como um barril de pólvora para muito próximo de uma classe operária fabril compacta, massiva e sindicalizada. Mais ainda: a aliança entre operários e estudantes estava acompanhada de um audacioso projeto de emancipação social e humana – a imaginação histórica estava funcionando a pleno vapor –, no qual os intelectuais tiveram um papel de destaque, sem comparação em nenhum movimento político recente, na Europa ocidental.

Não devemos fantasiar 1968, até porque tínhamos a outra face da moeda, afinal vitoriosa. Do ponto de vista político, rememorando as melhores tradições bonapartistas francesas, tivemos a atuação do General de Gaulle, que sabia ser fundamental que o aparelho de Estado e as elites agissem sob um comando único (o seu) durante a crise, sem apresentar sequer nesgas de dissidências.

Todos deram carta branca ao comando unipessoal do general, que agiu em dois flancos: não pestanejou no uso dos instrumentos constitucionais de exceção ao seu dispor; porém, a dissuasão aos movimentos de rua foi dura, mas a repressão policial seguinte relativamente branda, poucas pessoas foram presas e ninguém condenado – “não se pode prender Sartre, não se pode prender Voltaire” disse o general em plena crise, uma frase de efeito que denota uma estratégia.

Resultado: o movimento deixou poucas cicatrizes (é lembrado até com bom humor e saudosismo), e algumas bandeiras do movimento foram sendo paulatinamente absorvidas pelo establishment – ao menos em sua dinâmica cultural e comportamental –, contíguo com boa parte das lideranças estudantil e os intelectuais, sendo perfeitamente integrados.

Revendo a poeira de 1968, Nicolas Sarkozy, estava ao lado do Estado e contra as barricadas. Não mudou de lado. Contudo, há uma novidade de perfil. Trata-se de um político-camaleão sem medo de usar o discurso da externa direita.

Bem define Sarkosy, no atual momento da Europa, o sociólogo Pierre Rosanvallon, “Houve, sucessivamente, o sarkozysmo liberal, o nacional-colbertista [protecionista], o securitário e o quase xenófobo. Berlusconi, na Itália, e Cameron, no Reino Unido, são parecidos. Representam uma direita conquistadora e sem complexos.
O verdadeiro fenômeno na Europa é essa guinada geral à direita. Desde junho de 2009, quando houve as últimas eleições para o Parlamento europeu, os 13 pleitos legislativos nacionais que ocorreram na Europa deram vitória à direita.
Mas, ao contrário da direita social e republicana de gente como Jacques Chirac, a ruptura que Sarkozy representa não é somente uma questão de estilo.
Sarkozy não hesita em tomar emprestado parte da linguagem e da agenda da extrema direita. Mas, aí também, é algo comum a todos os países europeus. Até a Suécia, fortaleza social-democrata, viu a extrema-direita se impor como fiel da balança na última eleição.”

Sarkozy, até o momento, não dispõe da unidade da assustada classe média e das elites, como De Gaulle em 1968. Virá a ter no futuro próximo? Dificilmente, pois a crise econômica atual é mais grave e profunda que a de 68.

Na greve atual, ao contrário da irrupção de surpresa do passado, que paralisa os operários, os transportes públicos, as refinarias, as escolas, os hospitais, enfim, a maioria dos serviços estatais, era uma queda de braço anunciada pelo menos desde a crise econômica de 2008. A atitude inicial de parecer um político “durão” foi um completo desastre. Passava pela cabeça do marido de Carla Bruni o ganho simbólico de derrotar o antagonismo dos sindicatos, cabeça ceifada a ser exibida ao mundo dos negócios, e aos consortes chefes de Estado da União Européia.

Qualquer que seja o desfecho, o Presidente Francês encontra-se encurralado. Evidentemente, ele sabe que depois de um ápice, em algum momento, a greve vai arrefecer. Talvez negocie algumas reivindicações secundárias dos grevistas, sem abrir mão do essencial: o aumento no tempo de aposentadoria. De todo modo, o desgaste é irremediável. Não é pouco, quando se sabe que a direita européia tem sido vitoriosa em todas as eleições recentes, depois de 2008. Pode-se abrir um espaço para a esquerda e até para a emersão de um projeto político de classe em um país fundamental do capitalismo mundial.

Tivemos uma greve geral dos serviços públicos na Franca em 2007. É impressionante como a opinião pública se deslocou de lá para cá: dois anos passados, era difícil explicar aos usuários a greve nos serviços públicos. Hoje, o apoio é generalizado. Criou-se uma greve de força popular, no qual a situação dos sindicatos é de ofensiva. Quando é criada uma situação dessas, sem negociar as reivindicações, caso o movimento se mantenha firme e unitário, no limite só resta uma alternativa ao poder do Estado: a repressão e até o Estado de Sítio. Vamos aguardar os próximos acontecimentos.

quinta-feira, 14 de outubro de 2010

CONEXÃO COM O FUTURO

O show de Tom Zé no Ponto Cem Réis foi um espetáculo imperdível, mas apresentou um cenário impróprio para o atual período eleitoral. Girassóis estilizados em movimento giratório foram projetados em um pano pendurado no fundo do palco.

O girassol é uma linda flor, mas está sendo usado como símbolo de campanha do ex-prefeito da capital ao Governo do Estado e a sua utilização em um evento cultural pago pela Prefeitura Municipal de João Pessoa é inconcebível.

O dinheiro que a Prefeitura arrecada dos contribuintes deve pagar o show de Tom Zé ou de qualquer artista que venha enriquecer a cultura de nossa população, jamais ser utilizado como instrumento explícito ou subliminar de campanha política do ex-prefeito.

Essa prática desenvolvida por alguns políticos que consideram-se acima da lei gera uma pedagogia do absurdo e transfere para a sociedade a noção de que não vale a pena cumprir a lei. Cada cidadão entende que pode espelhar-se em seus líderes e praticar delitos. O inconsciente coletivo do povo brasileiro foi dominado pelo crime, a sociedade está desgovernada. Até o dia 31 de outubro estamos em um processo eleitoral e a lei precisa ser respeitada em nome da governabilidade.

Aos 74 anos, Tom Zé é mais jovial do que os compositores da atual geração. Ele continua vanguardista há décadas e no palco ele pulava que só uma guariba. Tom Zé transpira alegria e irreverência.

O Ponto de Cem Réis estava efervescente. Cerca de três mil jovens, surpreendentemente com média de idade inferior a vinte anos, se espremiam diante do palco para compartilhar a alegria de um artista que atravessa décadas fazendo a cabeça de tantas gerações.

Como um maestro, ele conduzia a massa e estimulava aquela juventude a cantar as suas canções cheias de significado e sabedoria. Tom Zé é um mestre da boa política ao apresentar para a juventude músicas e letras inteligentes que pautam o caminho do bem. Nesse aspecto, o gesto do notável artista ficou muito distante de seus contratantes. A noite foi uma lição para o bem e para o mal. Considero que a do bem foi bem maior.

Tom não parou a sua pedagogia positiva nas suas canções. Em duas ocasiões o profeta anunciou: “Nicolelis falou que a inteligência da população da Paraíba é superior.” Ninguém entendeu nada porque essa afirmação faz parte de uma sociedade do futuro que ainda podemos construir. Não fiquei surpreso porque Tom Zé sempre esteve no futuro e de certa forma eu me entendo com ele. O instante atrai muito, mas sem tirar os olhos do amanhã. Essa declaração do doutor Nicolelis deveria tornar-se do conhecimento de todos os paraibanos que ainda sonham com uma sociedade menos desequilibrada.

Miguel Nicollelis é um neurocientista de grande relevo científico que está fazendo um trabalho fundamental para o futuro da sociedade brasileira. Os seus experimentos estão relacionados à construção de um moderno conceito de nação onde os jovens são intensivamente expostos à ciência para despertar o conhecimento que cada um de nós incorpora.

Essa experiência, a partir de um fragmento da sociedade, poderá colocar o Brasil do futuro num ambiente científico bem diferente desse modelo que obriga as escolas e universidades à aprovação compulsória de seus alunos para preencher as estatísticas governamentais.

Nicolelis está preparando, a partir desses jovens potiguares, uma sociedade cujos líderes não conduzirão mais uma massa de ignorantes. Esperamos que os líderes paraibanos substituam essas práticas arcaicas e nos conduzam para um futuro mais saudável e digno.
RM@reginaldomarinho.com.br

segunda-feira, 4 de outubro de 2010

SONORA BRASIL NA IGREJA DE SÃO FRANCISCO - centro histórico

Última etapa do Sonora Brasil traz o Quinteto Leão do Norte a João Pessoa

A música erudita é novamente destaque através do projeto Sonora Brasil do Sesc Paraíba, que traz a João Pessoa o Quinteto Leão do Norte em única apresentação na Igreja de São Francisco. O concerto, que mescla os sons da corda e sopros, acontece nesta segunda-feira, dia 04, a partir das 20 horas, e a entrada é gratuita.

Para interpretar as obras de Cláudio Santoro e Guerra-Peixe, homenageados na edição 2010 do projeto, o Quinteto Leão do Norte apresenta uma combinação mista de cordas e sopros. Formado especialmente para integrar o Sonora Brasil 2010, o quinteto fará uma apresentação dividida em oito momentos, alternando entre obras clássicas dos músicos homenageados através do som do clarinete, violino, viola, violoncelo e flauta.

O projeto Sonora Brasil – Formação de Ouvintes Musicais é reconhecido como o maior projeto de circulação musical do Brasil. De norte a sul do país, os concertos da edição 2010 totalizam 340 apresentações, que buscam despertar no público um olhar crítico sobre a produção e a difusão da música brasileira, além de incentivar novos hábitos de apreciação musical através de apresentações acústicas. O Sonora Brasil busca ainda busca difundir o trabalho de artistas que se dedicam à construção de uma obra não-comercial e puramente nacional. Desenvolvido pelo Sesc, o projeto em João Pessoa é realizado com o apoio do Centro Cultural São Francisco.

A cada etapa desenvolvida pelo SESC Paraíba, o público tem recebido com animação o projeto, que também ganhou destaque na imprensa pela beleza e qualidade de suas apresentações. Mais informações sobre o projeto podem ser obtidas através do telefone (83) 3208-3158, ou no setor cultural do Sesc Centro João Pessoa, que fica na Rua Desembargador Souto Maior, 281, no Centro da cidade.

Quinteto Leão do Norte

A base do grupo está nos três integrantes do Quarteto Encore, conjunto de cordas de Recife que realiza trabalhos reconhecidos pela sua qualidade. Os músicos do quinteto, apesar de jovens, possuem larga experiência como intérpretes, professores e músicos de orquestras e conjuntos de câmara.

Glauber Santos (clarinete) integra a Orquestra Sinfônica do Recife, além de ser docente na Universidade Federal da Bahia e músico convidado da Orquestra Sinfônica de Sergipe. Carlos Santos (violino) já integrou a Orquestra Filarmônica do Chile, além de ter sido professor de música no país e ter formado o Quarteto de Cordas do Instituto de Música de Santiago. Atualmente é diretor assistente da Orquestra Sinfônica do Conservatório Pernambucano de Música e Diretor Artístico da Orquestra Experimental de Câmera.

Nilson Galvão Jr. (violoncelo) é mestre em performance pela Campbellsville University e em regência orquestral pela Louisville University, e trabalha na Orquestra Sinfônica Jovem do Conservatório Pernambucano de Música. Nilzeth Galvão Santos (viola) é graduada pela UFPB e mestre pela Campbellsville University, tendo ganhado prêmios internacionais. Rogério Acioli (flauta) é formado pela UFPB, com especialização na École Nationale de Musique de Créteil (França), onde ganhou prêmios internacionais. Atualmente é professor do Conservatório Pernambucano de Música, de Centro de Educação Musical de Olina e flautista titular da Orquestra Sinfônica da Paraíba.

domingo, 26 de setembro de 2010

PARA A CULTURA PARAIBANA

O meu amigo vento

Postado por Reginaldo Marinho em 26/09/10 as 10:54

O meu amigo vento não veio me procurar, porque multidões ele foi arrastar. É assim que o compositor Zé Ramalho vive há décadas: arrastando multidões por onde quer que vá. Naquela noite de sua homenagem, nas areias do Cabo Branco, diante daquelas ondas, eu fui ver o meu amigo vento. Ele estava lá, forte e intenso como a rocha de Brejo do Cruz que domina a paisagem da cidade e a supera em energia magnética.

Zé Ramalho encanta fãs pelo Brasil inteiro com as mesmas canções que a Paraíba não quis reconhecer no início de sua carreira como Chão de Giz, Avohai, Vila do Sossego, Garoto de Aluguel e tantas outras que são referências da moderna música popular brasileira.

Zé acostumou-se a arrastar multidões desde que saiu da Paraíba para mostrar o seu talento, há mais de trinta anos no sul maravilha. Um reconhecimento que é negado a qualquer paraibano por causa de um fenômeno que nos atinge profundamente: somos uma sociedade colonizada. A falta de políticas que afirmem a nossa identidade e a própria capacidade de gerar produtos culturais de excelente qualidade nos faz dependentes de organizações sociais mais poderosas economicamente, localizadas no Sudeste, que terminam induzindo o que devemos consumir em matéria de cultura.

O triunfo de Zé Ramalho e o respectivo desprezo pelo seu talento, antes do sucesso externo, é um poderoso emblema de nossa mediocridade causada pela ausência de um instrumento capaz de promover a excelência da produção cultural da Paraíba.


Tomemos como exemplo a Bahia. Desde a década de sessenta, nas gestões de ACM como prefeito de Salvador e governador do Estado, respectivamente, que a Bahia estimula fortemente as atividades culturais. Além de fortalecimento da autoestima da população, o reconhecimento e a propagação dos produtos culturais baianos geram riquezas há mais de quarenta anos, cujos reflexos se estendem para o turismo e outros aspectos da economia.

Há tempo de semear e de colher. O governador Zé Maranhão plantou a semente e merece o nosso aplauso por ter encaminhado um projeto de lei para a Assembléia Legislativa criando a Secretaria de Cultura do Estado da Paraíba, o que certamente irá contribuir para reduzir essa incapacidade lesiva de identificar e promover os gênios paraibanos em todas as atividades que a transversalidade cultural permita.

http://www.wscom.com.br/blog/reginaldo_marinho

//www.portalcorreio.com.br/jornalcorreio/colunaLer.asp?columnId=22

Rubens Nóbrega
Domingo, 26 de Setembro

INSUSTENTÁVEL

Discordo dos que discordam de Dom Aldo Pagotto e, por discordarem, querem vê-lo longe daqui, substituído no comando da Igreja Católica na Paraíba.
Não só querem como estão pedindo a quem de direito porque Sua Eminência Reverendíssima seria preconceituosa e intolerante em relação aos pobres.
Mas isso, possível traço de personalidade, é também direito dele. Dom Aldo tem todo o direito de manifestar todo o seu preconceito e intolerância contra os pobres.
Penso até que se age assim é porque talvez acredite que subirá ao Reino dos Céus por ser pobre de espírito, conforme prometeu Jesus na montanha.
O melhor a fazer, então, é rezar para que o Senhor tire todo o ódio que há no coração de Dom Aldo contra aqueles que combatem injustiças e iniqüidades.
"Não temas, minha donzela, nossa sorte nessa guerra". Também disse Jesus: "Bem-aventurados os que têm fome e sede de justiça, porque serão saciados!".
Da mesma forma, Dom Aldo tem todo o direito de criticar, perseguir e discriminar os movimentos sociais que lutam pelos mais humildes e excluídos.
Deus haverá de prover bom destino aos exilados das bênçãos e preces de Dom Aldo. "Felizes as pessoas humildes, pois receberão o que Deus tem prometido", não é mesmo?
Do mesmo modo, Dom Aldo tem todo o direito de se aliar a qualquer grupo, partido ou político, ainda que o mais retrógrado e corrupto, e defendê-lo com toda a paixão.
Até por que o arcebispo também tem o direito de ser e se manter coerente com a sua opção política e ideológica. Aceitemos, pois. Democraticamente, aceitemos.
Por igual razão, a ninguém é dado o direito de negar a Dom Aldo o direito de se postar contra qualquer proposta de reforma agrária, mesmo aquela defendida pela CNBB.
Por essa e outras, não entendo como se possa pretender tirar de Dom Aldo o direito de atacar, procurar fragilizar e esvaziar pastorais e comunidades eclesiais de base.
É o mínimo que se espera de quem trata "com arrogância e desprezo" os que podem menos e com privilégio "os ricos e poderosos" que podem mais ou, vez em quando, tudo.
Deixem Dom Aldo afrontar "um pleito legítimo e justo como é o Plebiscito pelo limite do tamanho da propriedade da terra, no Brasil", como vocês próprios dizem.
Não dá para esperar apoio à reforma agrária e aos trabalhadores sem terra de quem sacraliza o direito de propriedade e demoniza quem só quer a terra para sobreviver.
Não dá para cobrar posições em favor de quem mais precisa a quem tentou barrar um Frei Anastácio no Incra da Paraíba para, no lugar do frade, botar um latifundiário.
Não dá para exigir dele que tenha pena das vítimas do crime organizado quando publicamente nega a existência dos grupos de extermínio na Paraíba.
Por que, então, ó Pai, esperar que Dom Aldo faça algo diferente do que fez contra o padre-deputado Luiz Couto, justamente um alvo preferencial dos exterminadores?
Ou vocês acham que passaria incólume pelo arcebispado atual quem prega e pratica tudo aquilo que se apresenta como o inverso do que prega e pratica o seu arcebispo?

Que assim seja
Diante do exposto, defendo enfaticamente que a Dom Aldo de Cillo Pagotto sejam oferecidas todas as garantias ao exercício pleno de suas incoerências e contradições.
Por exemplo: se Dom Aldo é contra os religiosos na política e, ao mesmo tempo, comporta-se feito governador tucano ou senador democrata, ninguém tem nada com isso.
Se Dom Aldo chega à Paraíba proibindo casamento luxuoso e depois celebra o mais luxuoso de todos, casando filhos de correligionários que ficaram `podres de rico'...
De outro lado, é problema de Dom Aldo se ele mandou ou deixou fechar a Casa de Convivência Positiva, que ajudava pessoas vítimas de Aids em João Pessoa.
Ninguém tem nada a ver se Dom Aldo é favorável ao trabalho infantil, à redução da maioridade penal e, por conseguinte, contrário ao Estatuto da Criança e do Adolescente.
Nem por isso, pelo amor a Deus, queiram puxar filme antigo e crucificar Dom Aldo só porque ele foi acusado pelo Ministério Público do Ceará de defender padre pedófilo.
Não tentem, por tudo quanto é sagrado, satanizar o arcebispo da Paraíba só porque ele foi denunciado por tentar intimidar adolescentes vítimas de pedofilia lá no Acaraú.

Razão de ser
Bem, o que faço aqui é contraponto ao que fez semana passada meia centena de leigos, leigas, religiosas, religiosos, diáconos e presbíteros da Arquidiocese da Paraíba.
Refiro-me ao pessoal que resolveu vir a público `pedir a cabeça' do arcebispo metropolitano em carta-aberta à CNBB e ao Núncio Apostólico no Brasil.
Querem substituí-lo porque Sua Reverendíssima seria protagonista de "uma longa seqüência de atos deploráveis" desde que chegou à Pequenina.
Segundo os denunciantes e subscritores do tal manifesto, as atitudes de Dom Aldo se voltam, principalmente, "contra os pobres e a maioria das pastorais sociais".
Antes, creio que ano passado, promoventes desse `Fora Dom Aldo!' divulgaram documento parecido cobrando retratação do arcebispo, mas ele não deu a menor.
"Entendemos chegada a hora de apelarmos a quem tem o dever de se posicionar claramente sobre tal situação", dizem os autores do manifesto de agora.
Na conta desse povo, o que Dom Aldo vem fazendo cabe numa "lista considerável de atitudes de desdém ou de humilhação (...) em relação aos movimentos populares".
Eis os motivos porque querem ver o arcebispo bem longe da Paraíba, mas, na minha compreensão, estão pedindo a transferência do homem às instâncias erradas.
Deveriam requerer ao próprio Dom Aldo, apelando, mui respeitosamente, que ele reconheça a sua própria insustentabilidade, pegue o boné, quer dizer, a mitra, e...
Além do mais, essa seria uma alternativa mais cristã, digamos. Afinal, como disse Cristo na hora crucial, "Pai, perdoa-lhe(s)". Ele não sabe (ou sabe, exatamente) o que faz.

sexta-feira, 17 de setembro de 2010

ZUM ZUM ZUM E MOIDO

João Pessoa,16 de setembro de 2010

Venho através desta esclarecer a população de João Pessoa os seguintes fatos:

Em 2001, a Associação Folia de Rua criou o Projeto Folia Cidadã – projeto de educação através da arte voltado a crianças e adolescentes moradores na Comunidade Porto do Capim. Durante o período 2001-2002, fui a Coordenadora Pedagógica do referido Projeto e, no período 2003-2004 assumi a coordenação geral do mesmo. Um Projeto que pela sua excelência na metodologia utilizada e nos resultados alcançados, mantinha durante este período a parceria com empresas e entidades a exemplo da Fundação Ayrton Senna, SEBRAE e CBTU.

No período 2003-2004 a Associação Folia de Rua era presidida pelo produtor cultural, músico e compositor Flávio Eduardo – Fuba, um dos fundadores daquela associação.

Em 2004, a Associação foi passada para outra gestão através de eleição em Assembléia dentro do período recomendado. Neste mesmo ano, Fuba atendendo a pedidos de representantes dos segmentos culturais, do turismo e meio ambiente da cidade, dava inicio a sua campanha para vereador, onde foi eleito pelo PPS. Fiz parte da sua equipe de assessores do inicio ao final do mandato, uma atividade que muito me honrou por ter atuado de forma efetiva em um mandato transparente, voltado a realizações e nunca a negociações escusas.

Desde 2004, no entanto, foi e tem sido a minha meta a estruturação de uma organização voltada a arte educação e atividades culturais, para que possamos resgatar e ampliar o trabalho que sempre fizemos por esta cidade nesta área.

Criei a Associação Porta do Sol, uma entidade sem fins lucrativos, no ano de 2007 e para tanto escolhi de forma criteriosa pessoas com idoneidade moral, com uma história de contribuição a arte e cultura e meio ambiente para compor a diretoria da entidade. Fuba está entre essas pessoas. E aqui esclareço que quem responde juridicamente pela entidade sou eu, e não Fuba como erroneamente e de forma irônica o jornalista Luiz Torres afirma em matéria do seu blog.

Em 2010, fechamos um convênio com a PBTUR, de acordo com rubrica de Programa de Apoio Cultural e Turístico daquele órgão e ainda de acordo com os Estatutos da Associação Porta do Sol que determina as ações de elaboração e captação de recursos para entidades ou movimentos culturais.

O convênio no valor de R$ 250.000,00 foi integralmente utilizado no Projeto do Bloco Muriçocas do Miramar – 2010. Partiu da decisão unânime dos sócios da entidade apoiar o evento que é patrimônio cultural desta cidade em um ano em que contava com parcos recursos para garantir a sua grandiosidade.

Redijo esta explicação para que as pessoas tenham o direito a uma informação correta e honesta, uma vez que fui surpreendida no final da noite do dia 15 de setembro com uma matéria mentirosa envolvendo a entidade que dirijo no campo das disputas políticas, aliás com argumentos medíocres os quais não aceito. Sou acostumada a discutir política no campo das idéias mais elevadas. Calunias e acusações pesadas no meu entender são para serem resolvidas em Justiça, porém atendendo aos companheiros da Associação, me atenho a um direito de resposta”.

Informo ainda, que a Associação Porta do Sol está aberta a qualquer cidadão e cidadã que queira tirar alguma dúvida em relação as suas atividades e movimentação contábil.



Valeska Asfora

Presidente da Associação Porta do Sol

quarta-feira, 15 de setembro de 2010

MEMORIAL JACKSON DO PANDEIRO


Cidade de Alagoa Grande terra do REI DO RITMO

Ednamay Cirilo Leite 15 de setembro às 16:27 “Esquentai Vossos Pandeiros Jacksoniano” – Parceria Associação Cultural e Recreativa Anjo Azul e Memorial Jackson do Pandeiro

Em 31 de agosto de 2009 encerrando a Semana Jackson do Pandeiro na cidade de Alagoa grande brejo paraibano, foi lançado no teatro Santa Ignez o projeto ¨Esquentais Vossos Pandeiros Jacksoniano ¨– ANO II¨ pela produtora Ednamay Cirilo , era a data de nascimento e festa de aniversário dos 90 anos de José Gomes Filho o nosso Jackson do Pandeiro, esse projeto resultou da parceria do FIC – Fundo de Incentivo a Cultura – Augusto dos Anjos ( Lei Estadual), Memorial Jackson do Pandeiro,Prefeitura Municipal de Alagoa Grande, SEBRAE tendo como incentivadora e realizadora na formação de novas platéias educativas a Associação Cultural e Recreativa ANJO AZUL.

Essa ação teve como objetivo desenvolver durante quatro meses oficinas de teatro, artes plásticas e música, cujo foco é a importância universal da obra de Jackson do Pandeiro e de sua música para a valorização da identidade cultural dos brasileiros,paraibanos, principalmente os nascido em Alagoa Grande (cidade do artista). As visitas ao Memorial e as aulas que aconteceram naquele espaço foram de fundamental relevância para que os alunos se sentissem inspirados e envolvidos pela atmosfera jacksoniana,

Os resultados dessa ação educativa foram exibidos em telas produzidas pelos alunos da cidade de Alagoa Grande que participaram da oficina de artes plástica, apresentações de um repertório contendo músicas de Jackson do Pandeiro e executado pelos alunos da cidade de João Pessoa que participaram da oficina de pandeiro, e por fim, apresentações de um espetáculo teatral intitulado Estação Rei do Ritmo apresentado em dias alternados no centenário Santa Ignez, Alagoa Grande e Centro Cultural Thomas Mindello ,na capital paraibana . Esse espetáculo resgatou a memória da Revista Carnavalesca de Jackson e Almira que encantou o Brasil com músicas do artista. A oficina de teatro envolveu alunos da cidade de Alagoa Grande e do Quilombola Caiana dos Crioulos. Contudo, acreditamos que o maior resultado foi à elevação da auto-estima do povo de Alagoa Grande e dos paraibanos em geral. Diante disso constatamos que o papel de espaços como o Memorial Jackson do Pandeiro são de fundamental importância para conhecermos a história e a cultura que identificam um grupo social.

terça-feira, 14 de setembro de 2010

FOTOGRAFIA EM PRETO E BRANCO DE CLEBER LIMA

Fotógrafo Paraibano expõem em Ouro Preto- MG

Segundo o Centro de Cartografia Aplicada e Informação Geográfica da Universidade de Brasília, existem, hoje, registros de 2.842 comunidades quilombolas espalhadas por todas as regiões do Brasil. Na Paraíba existem 31 certidões expedidas de comunidades quilombolas, sendo 02 urbanas e 29 rurais. A comunidade Negra de Paratibe tem cerca de 130 anos de formação e foi reconhecida pelo Ministério da Cultura em 11 de julho de 2006. Hoje existem 120 famílias em seu território.

A exposição fotográfica A MULTICULTURALIDADE DE PARATIBE é um registro das tradições dos Quilombolas de João Pessoa. Refere-se a um documentário de uma comunidade Urbana de famílias remanescentes de quilombolas da Paraíba. É composta por 30 fotografias em preto-e-branco de sua rotina diária.

O registro fotográfico, inédito, realizado pelo fotógrafo Cleber Lima em preto e branco, digital, é resultado da pesquisa de campo da disciplina “Tradições Populares Brasileiras” do curso de Licenciatura em Teatro da Universidade Federal da Paraíba no ano de 2008, sob a orientação da professora Itamira Barbosa. Nesse mesmo projeto participaram mais duas alunas do curso de Licenciatura em Teatro da UFPB.

O intuito da pesquisa foi pesquisar os meios culturais em que a comunidade vive, como por exemplo: os seus costumes, suas riquezas culturais, as danças, a capoeira e sua vida em seu meio particular.

No ano de 2009 tivemos o projeto “QUILOMBOLAS DE PARATIBE” o único suplente da Região Nordeste que, essas fotografias seriam lançadas em um livro fotográfico e direcionada a várias entidades da Paraíba. “O nosso próximo projeto é pesquisar e fazer a documentação da outra Comunidade Urbana, o Quilombo Serra do Talhado que esta localizado na Cidade de Santa Luzia, interior da Paraíba.”, diz o Fotógrafo Cleber Lima.

As 30 fotografias serão expostas na Universidade Federal de Ouro Preto (MG), de 19 a 25 de setembro deste ano, dentro do Encontro Nacional dos Estudantes de Arte (ENEARTE).

Cleber Lima é estudante de Licenciatura em Teatro na UFPB, é ator, diretor de Teatro, terapeuta Comunitário e um dos melhores fotógrafos dessa geração. Começou a fotografar muito cedo. Com apenas 10 anos, como não podia comprar uma câmera fotográfica, criou um mecanismo com alguns pedaços de madeira para visualizar suas imagens no dia a dia. Fez exposição de fotografias e poesias.

domingo, 12 de setembro de 2010

PARA FUBA QUE NOS TRAZ O ROCK'N ROOL

09/2010
Scorpions: uma jornada pelo tempo

Em 1988 o mundo ainda vivia sob o chamado “equilíbrio pela força”. Estados Unidos e União Soviética disputavam cada milímetro do planeta buscando a hegemonia de suas pregações ideológicas. Por trás da “Cortina de Ferro” (o termo é erroneamente atribuído a Winston Churchill, ex-primeiro-ministro inglês) algumas mudanças já estavam sendo processadas. Um certo Mikhail Gorbachev dava prosseguimento à sua política de transparência (“glasnost”) e reconstrução (“perestroika”), o que significava a abertura de todos os canais para uma nova mentalidade política, econômica e social. O modelo soviético estava sendo destruído por dentro. Já não atendia mais às necessidades de um povo carente de liberdade de expressão e privado de certas “vantagens” só encontradas nos países capitalistas. E foi nesse “vendaval” de mudanças que naquele ano desembarcou em Leningrado (cidade às margens do rio Neva, na entrada do golfo da Finlândia, hoje São Petersburgo) a banda alemã Scorpions.

O registro da visita (com shows, passeio pela cidade e contato com o povo russo) revelou um lugar de rebeldia e de insatisfações. O irreverente Klaus Meine (vocalista da banda) se mostrou bastante surpreso sobre o modo como a juventude soviética “se virava” para ouvir o rock produzido nos países do Ocidente. Como havia muitas proibições e as bandas ocidentais não podiam entrar no país, os jovens sintonizavam uma rádio da Finlândia, gravavam as músicas em aparelhos portáteis e “rodavam” a fita de mão em mão. Claro, a qualidade de áudio ficava aquém do que queriam esses irreverentes “prisioneiros da ideologia”. A banda também visitou um clube onde eram realizados shows de rock’n roll. Enfeitando o palco onde os cantores se apresentavam podia ser vista, estampada, a imagem de Lênin, o pai do sovietismo. A questão era saber se os jovens estavam de acordo com o “Lênin na parede”. Podia ser uma imposição do regime que agonizava. E o Scorpions tocou com a banda “Perestroika”, num show que revelou muita irreverência e pouca vontade de permanecer sob aquele regime.

“To Russia with love and other Savage Amusement” é o título do DVD gravado especialmente para registrar a passagem do grupo alemão pela cidade de Leningrado. Meine foi a uma loja de discos (de vinil, claro) e procurou um do Scorpions. Mas não se surpreendeu com a informação da vendedora de que ali não seria encontrado um único LP do grupo. É explicável: a KGB, a polícia política da URSS, ainda estava muito ativa e o processo de mudanças não havia se completado. Isso só viria a ocorrer no ano seguinte à visita do Scorpions a Leningrado, quando o Muro de Berlim finalmente veio abaixo.

POST-SCRIPTUM:

O portal R7 anunciou que o show do Scorpions, amanhã (sábado, 11 de setembro) no estádio O Almeidão, em João Pessoa, durante o Sun Rock Music Festival, será gravado com câmeras de alta definição. Partes das gravações será usada na composição do DVD blu-ray, que documentará a turnê do grupo alemão intitulada Get your Sting and Blackout World Tour 2010. Segundo o mesmo portal, a base do disco será uma apresentação que o grupo fará na Alemanha. Rudolph Schenker, o líder do Scorpions, anunciou que o grupo estará encerrando suas atividades e que o álbum Sting in the tail, lançado recentemente, é o último de sua discografia. O Scorpions está nas paradas desde o inícios dos anos 70 e se transformou numa das maiores bandas de hard-rock do planeta com hits como Rhythm of Love, Blackout, Send me an Angel, Rock you like a hurricane, Wind of Change (música que fala exatamente sobre a queda do comunismo) e outras que por muito tempo estiveram nas paradas de sucesso em vários países.

Quem for ao estádio Almeidão certamente verá uma das últimas relíquias do rock’n roll. Vá e curta. Vale a pena.

FUBA E O ROCK

Scorpions leva 18 mil ao Almeidão; produção quer tornar festival anual

Quarenta anos de palco já dizem tudo sobre o profissionalismo da banda Scorpions ao subir no palco do primeiro dia de Sun Music Festival, este sábado (11), em João Pessoa. Quase pontuais, os músicos alemães começaram o show às 21h40, apenas 10 minutos depois do programado, fazendo valer a pena o ingresso e 'contornando' o fato de dois shows previstos antes (das bandas paraibanas Shock e Unidade Móvel) terem sido adiados para o domingo (12).

Este foi o primeiro show no Brasil da turnê "Get Your Sting and Blackout World”, que o grupo promete ser a última. Porém, em entrevista no desembarque no aeroporto, a banda aliviou os fãs declarando que prefere não pernsar no fim, e apenas curtir os três anos de shows que ainda tem pela frente.

Os músicos sessentões mostraram que estão em plena forma. Além da disposição e energia no palco, prova disso é a agenda apertada, com shows em quase todos os dias desta semana por vários países da América Latina.

Da Paraíba, os alemães seguem para Buenos Aires (Argentina), onde fazem show na segunda-feira (13), Santiago do Chile (14), La Paz/Bolívia (16), e retornam ao Brasil para tocar em São Paulo (18 e 19), Curitiba (21), Brasília (22) e São Luís (24).

Sun Rock anual

A produção do festival de música calcula que 18 mil pessoas tenham passado pelo Almeidão neste primeiro dia. Ao final do espetáculo de Scorpions, o produtor Fuba avaliou o primeiro dia como positivo, mesmo com os contratempos. Decidido, ele declarou que os pessoenses e nordestinos poderão aguardar uma nova edição do Sun Rock no próximo ano, com mais atrações internacionais.

"Esta foi a primeira grande atração internacional que a cidade recebeu, especialmente em um estádio. Com certeza voltaremos trazendo novidades", comentou.

O show

Os Scorpions prometeram e realmente cumpriram: sacudiram João Pessoa como um furacão, numa alusão a uma de seus maiores sucessos, a música "Rock You Like a Hurricane". Apesar de trazerem no set list muitas músicas do CD novo, "Sting in The Tail", o grupo tocou e cantou hits saudosos, como "Wind Of Change".

As mais aguardadas pelo público ficaram para o bis: "No One Like You" e "Rock You Like a Hurricane", que fechou o espetáculo. Esta última teve participação especial de Andreas Kisser, do Sepultura, adicionando à música o som pesado de sua guitarra. A parceria já aconteceu outras vezes. Em 2008, em Recife, Kisser abriu o show de Scorpions. No Sun Rock, os alemães o convidaram a tocar a última música o elogiando e se declarando admiradores do brasileiro.

Segundo dia

Os shows das bandas Shock (PB) e Unidade Móvel (PB) ficaram para domingo. Neste dia, ainda estão previstas as apresentações de Terra Prima (PE), Matanza (RJ), Children of the Beast (SP), Angra (SP) e Sepultura (MG/EUA). Segundo a produção, quem comprou ingresso para este sábado poderá apresentar o canhoto do bilhete e ir novamente ao festival no domingo, gratuitamente, para ver os grupos que foram transferidos.

Fonte: Paraíba 1

sexta-feira, 10 de setembro de 2010

http://blogdotiaolucena.com.br/

MORRE JOSÉ ANTONIO SOUTO ÚLTIMO CANGACEIRO DO BANDO DE LAMPIÃO E MARIA BONITA

Um dos últimos cangaceiros do bando de Lampião e Maria Bonita, José Antônio Souto, 100 anos, morreu na tarde desta segunda-feira em Belo Horizonte, onde morava com a família.

Moreno, como era conhecido no cangaço, entrou para o bando a convite do cangaceiro Virgulino, um dos integrantes do grupo, depois de ser barbeiro, caseiro e três vezes rejeitado pela polícia. O corpo de Moreno foi enterrado na manhã desta terça-feira no cemitério da Saudade, na capital mineira.

Ele vivia em Minas Gerais há 70 anos e segundo familiares veio para o Estado procurar tranqüilidade para viver com a mulher, Jovina Maria da Conceição, conhecida com Durvinha. Em 2008, o cangaceiro contou para o Terra que havia deixado o cangaço após os pais, amigos e um padre pedirem para eles abandonarem a vida cheia de riscos. Além disso, segundo a família, Durvinha tinha medo de ser degolada.

Segundo Nely Maria da Conceição, 60 anos, filha do casal, o pai já pedia para morrer há mais de dois anos, sempre chamando pela mãe. "Depois da morte de mamãe em 2008 meu pai entrou em depressão e sempre falava assim 'Mãezinha vem em me buscar. Já vi tudo que tinha pra ver. Quero encontrar Durvinh' ele estava sofrendo muito" disse.

Nely ainda conta que o fato de tanto Moreno quanto Durvinha serem enterrados em túmulos era considerado uma benção pelo pai. "Ele nos contava que no cangaço decapitavam os cangaceiros, mostravam a cabeça para o público e deixavam os corpos perdidos. Para meu pai, ser enterrado em um cemitério era uma coisa muito boa, uma benção. Por isso resolvemos fazer o que ele pediu, soltar foguetes no momento do sepultamento" afirmou.

A família ficou sabendo a verdadeira história do casal apenas em 2005, depois que Moreno, com problemas de saúde, revelou ter matado muitas pessoas e que abandonara um filho. Noeli da Conceição, uma das filhas do casal, também conversou com o Terra em 2008 e disse que chorou muito depois que descobriu o passado dos pais. "Eu estudei tudo aquilo que era o cangaço, sabia das atrocidades que eram cometidas, e meu pai me contou que fazia parte deles. Fiquei chocada. Fui para o banheiro, chorei muito e liguei para o meu namorado para contar a descoberta", contou.

A partir desse ponto, Noeli encontrou o primeiro filho do casal, Inácio Carvalho de Oliveira, que hoje vive no Rio Janeiro como policial aposentado. Ele também esteve no enterro. O casal de ex-cangaceiros também recebeu homenagem em um livro "Morenos e Durvinha, amor e fuga no cangaço" escrito por João de Souza Lima.

AREIA CAPITAL BRASILEIRA DA CULTURA

Areia será candidata à Capital Brasileira da Cultura 2011

De 1º de setembro até 30 de outubro de 2010, estará aberto o prazo para inscrição de candidaturas das cidades que desejem concorrer ao título de Capital Brasileira da Cultura 2011.

O Projeto Capital Brasileira da Cultura (CBC) é uma iniciativa com abrangência nacional, implementado pela Organização Capital Brasileira da Cultura (ONG CBC), e está aberto à participação de todos os municípios do Brasil.

Tem a finalidade de eleger anualmente uma cidade brasileira com o título de Capital Brasileira da Cultura e conta com o apoio dos ministérios da Cultura e do Turismo e de entidades nacionais e internacionais.

Os objetivos do projeto são: valorizar e promover a cultura brasileira em todas as suas formas de expressão; contribuir para que haja um maior conhecimento da identidade e diversidade cultural do Brasil; colaborar nos processos de integração nacional e de inclusão social através da cultura.

A cidade que queira participar do concurso deverá solicitar o Formulário de Candidatura e apresentar a documentação exigida pelo regulamento, acompanhada de uma carta do prefeito.

O Secretário de Turismo da cidade de Areia, brejo da Paraiba, uma das cidades candidatas em 2006 disse que o Projeto 2011 já está elaborado e “a cidade vai concorrer pela legitimidade que possui com o título de primeira cidade da Paraíba reconhecida como Patromônio Nacional da Cultura. “Só em poder concorrer vejo como uma vitória de todos os paraibanos”, ressaltou Ney Vital.

Em 15 de novembro de 2010 será divulgado o nome da cidade que receberá o título de Capital Brasileira da Cultura 2011, a sexta edição do projeto , após Olinda 2006, São João del-Rei 2007, Caxias do Sul 2008 , São Luís do Maranhão 2009 e Ribeirão Preto 2010.

A cidade eleita como Capital Brasileira da Cultura 2011 deverá desenvolver durante o próximo ano, o programa de atividades proposto na candidatura, que tenha como objetivos valorizar e divulgar seu patrimônio cultural material e imaterial, obtendo com isto muitos benefícios para seu desenvolvimento social e econômico.

SOM DAS 6 hoje 10 setembro 2010 - ODECASA & BETO GUEDES

O mineiro Beto Guedes, representante do movimento Clube da Esquina, que transformou o panorama da MPB a partir dos anos 60, é uma das atrações do ‘Som das 6’ nesta sexta-feira (10). A noite ainda terá o tom mesclado do rock, baião, bossa nova e jazz do grupo paraibano Odecasa, que já fez turnê pela Europa. O evento acontece no Ponto de Cem Réis, Centro da Capital, a partir das 18h. O projeto é uma iniciativa da Prefeitura Municipal de João Pessoa (PMJP), através da Fundação Cultural (Funjope).


Das ruas de Divinópolis e Paraisópolis, no bairro de Santa Tereza, em Belo Horizonte (MG), jovens músicos se encontravam no início da década de 60. O som ficou mitificado na música de Milton, Lô e Márcio Borges. Esse grupo depois também aglutinou o nome de Beto Guedes. Estavam lançadas, a partir de então, as bases do movimento musical Clube da Esquina.


Na apresentação do Ponto de Cem Réis, nesta sexta-feira (10), Beto Guedes vai recordar canções de sua autoria com o parceiro musical Ronaldo Bastos, a exemplo de “Amor de Índio”, “Sol de Primavera”, “O Sal da Terra” e “Canção do Novo Mundo”. No repertório que acompanha o cantor também há sempre espaço para músicas de outros compositores, como Lô Borges e Fernando Brant.


O cantor e compositor Beto Guedes nasceu em 1969. Juntamente com Lô Borges, começou a participar de vários festivais ainda na juventude. A partir do Festival Internacional da Canção (1970), ele também começou a integrar os espetáculos de Milton Nascimento, com a banda Som Imaginário. Foi nessa época, já no Rio de janeiro, que Beto participou de quase todas as faixas do disco Clube da Esquina.


O primeiro disco de Beto Guedes surgiu em 1973. Em 75, ele gravou com Milton Nascimento no LP "Minas", que incluía a música "Fé Cega, Faca Amolada". No mesmo ano, os dois ainda lançaram juntos um compacto. Em 1977, assinou contrato com a Odeon para o primeiro disco individual, intitulado "A Página do Relâmpago Elétrico”. Outros trabalhos também foram gravados até chegar ao LP “Alma De Borracha”, em janeiro de 1988. O álbum rendeu um Disco de Ouro, ultrapassando 200 mil cópias vendidas.


Odecasa – Formada por Henrique Peixe (baixo e vocal principal), Daniel Mesquita (guitarra e segunda voz) e Júnior Punk (bateria), a banda Odecasa mescla as influências do rock, baião, bossa nova e jazz. No repertório desta sexta-feira (10), os músicos vão mostrar composições próprias. Entre elas destaca-se “Bem ou Mal”, “Sobreviver”, “Fonte de fé” e “Por isso”, todas de autoria do baixista Henrique Peixe.


O trabalho dos integrantes do Odecasa nasceu em 2004. Na época, a formação ainda se chamava Grupo Olho D’água. Só depois os três músicos adotaram o nome atual da banda. No segundo semestre de 2005, o grupo fez apresentações e gravações durante três meses na Europa. Em 2006, realizou um show no clube de jazz “Birdland”, do renomado músico de jazz Joe Zawinul, em Viena (Áustria).

quarta-feira, 8 de setembro de 2010

CULTURA by WALTER SANTOS

A reação de Ricardo VS mais adesões a Maranhão

Postado por Walter Santos em 08/09/10 as 18:53

Bem que o candidato do PSB, Ricardo Coutinho, convocou toda sua gente para ocupar setores e ruas de João Pessoa dentro da estratégia de buscar impressionar e dar maior volume à campanha nesta reta final mas, no inicio da tarde veio uma informação de que três novos prefeitos passaram a apoiar seu adversário, José Maranhão.

No bairro da Torre noticia como esta de Maranhão diante de quem quer reagir geralmente os meninos tipificam como “água no chope do candidato do PSB” porque se computar por baixo os votos a serem transferidos pelas lideranças adesistas passa dos 15 mil votos – e isto faz uma diferença enorme numa eleição.

Teixeira ( Wenceslau Souza), Vieirópolis (Marcos Pereira) e Pedro Régis ( Severino Batista) são os novos nomes na lista que consolida a tendência e favoritismo do governador, que nesta quarta-feira deu uma aula de desenvolvimento sustentável em encontro com empresários do ramo do comércio e de serviços.

Particularmente tenho informações muito positivas de Doutor Severino (Biu), gente da melhor qualidade e que resistiu muito para tomar esta decisão movida pela pressão popular e desatenção de aliados.

É evidente que Ricardo manterá a chama acesa impressionando com sua militância nos lugares, entretanto, seja qual for o cenário é fácil identificar que há um volume mais expressivo na direção do candidato do PMDB.

Nesta quarta à noite, o candidato do PSB reúne apoiadores de sua campanha para jantar/adesão no paço dos Leões devendo agregar nomes de expressão, mas nada disso impressiona mais do que o ensaio de outras perdas para Ricardo e adesões em favor de Maranhão.

Como dizia Antonio Cândido (meu pai, in memorian) ninguém segura água de morro abaixo, aquele negócio e fogo de serra acima. É o que está acontecendo e desequilibrando a disputa.

Duda entrosado ?

O publicitário deu demonstrações no fim-de-semana de total engajamento nos seus projetos contemporâneos. Foi visto até com microfone na mão falando à vontade. Mas era na cidade de Serrinha, domingo, comandando leilão de cavalos – já que um dos maiores criadores do Brasil.

De fato estava muito preocupado. Quanto à campanha de Ricardo...

David ligeiro e com propostas

O Sub-Secretário de Cultura do Governo, David Fernandes, repercutiu positivamente com seu relato em carta para a coluna falando dos projetos de agora e do futuro.

Então ele tinha do que falar. E falou.

Última

“Que na tortura toda carne se trai...”
[+]Ler Mais
Debate sobre Cultura: David revela conjunto de Ações

Postado por Walter Santos em 08/09/10 as 15:48

Do Sub-Secretário de Cultura do Governo do Estado, professor e editor David Fernandes, recebo extenso relatório e sua própria avaliação de uma série de processos e ações em curso traduzindo o Foco da Política de Cultura agora tomada de valores econômicos de olho na tal auto sustentação. Confesso que me impressionei com o volume de dados. Leiamos conjuntamente:

"Ao guerrilheiro cultural WS,

Como sempre, venho acompanhando atentamente suas reflexões sobre o processo cultural que se desenvolve em nossa terra. Desde as analogias com os investimentos pernambucanos e baianos com os de nossa terra, principalmente no ciclo carnavalesco, até o artigo que você publicou na data de hoje.

Estamos na Subsecretaria de Cultura no período de 11 meses e podemos afirmar que a nossa maior preocupação é a formatação de uma política cultural de Estado, cujo desenho começou com a realização da CONFERÊNCIA ESTADUAL DE CULTURA, antecedida pelas CONFERÊNCIAS MUNICIPAIS, que colocou em cena mais de 10.000 agentes culturais em discussão, e que levou mais de 500 delegados para reflexão da cultura paraibana em Campina Grande. Tivemos um retrato do que acontece no Estado e suas perspectivas.

Nossa missão já está definida no Plano Integrado de Cultura do Estado da Paraíba e tem como objeto o fortalecimento da identidade cultural da população, a preservação da sua memória material e imaterial e o fomento à sua produção artística e cultural, e a principal diretriz é integrar a política cultural do governo ao processo de desenvolvimento econômico, social e político do Estado;

Compreendemos que a atuação do poder público na área da cultura estabeleceu-se, historicamente, num sistema de financiamento que destina apenas recursos não-reembolsáveis, oriundos do tesouro do estadual ou de renúncia fiscal, aos mais variados projetos e ações culturais. Este sistema foi muito importante para viabilizar – principalmente num Estado de parcos recursos como o nosso – grande parte da nossa produção cultural, mas insuficiente para estimulá-la de modo sustentável. Por isso toda nossa energia para este foco.

Compreendemos também que a chamada “economia da cultura” que você tão bem reflete, é, atualmente, um dos setores que mais crescem, geram emprego e renda, e dos que melhor remuneram. Ela é fundada na “utilização de recursos inesgotáveis, como a criatividade, e consome cada vez menos recursos naturais esgotáveis”. O resultado de seus produtos gera bem-estar, prazer, estimula a formação de novos valores e reforça os vínculos sociais e a diversidade. Além disso, apresenta um uso intenso de inovações (como interação na TV Digital, que é uma invenção paraibana) e proporciona o desenvolvimento de outras tecnologias.

Essa economia da cultura é um novo campo de desenvolvimento por seus efeitos sociais positivos. O crescimento do setor no Brasil tem sido significativo, apesar dos valores ainda modestos quando se compara com outros países desenvolvidos. A economia da cultura no Brasil passou de US$ 11,5 bi em 2001 para US$ 14,6 bi em 2005. Estão previstos para o setor a marca de US$ 21,9 bi em 2010, com uma taxa de crescimento anual estimada em 8,4%, ou seja, quase o dobro da estimativa de crescimento do PIB do Brasil. É uma excelente notícia.

BREVE DIAGNÓSTICO DO SETOR CULTURAL

No âmbito da cultura, a avaliação do quadro atual e as perspectivas quanto ao desenvolvimento do setor no Estado, tomam como parâmetro o conjunto de deliberações da II Conferência Estadual de Cultura da Paraíba, realizada em dezembro de 2009, em Campina Grande. Uma série de ações indicaram os novos rumos em torno da política cultural do Estado, dentre eles, forte apoio à cadeia do Livro, Leitura e Biblioteca, mudanças de paradigmas no Fenart, acesso mais democrático ao Fundo de Incentivo à Cultura, integração mais significativa com o Conselho Estadual de Cultura, o Prêmio Linduarte Noronha do Audiovisual Paraibano, Festival de Dança de Rua, Seminários sobre o Sistema Nacional de Cultura; e a consolidação de parcerias com o Ministério da Cultura, através de programas como Micro-Projetos Mais Cultura, Pontos de Cultura, Pontos de Leitura, Cine Mais Cultura e o projeto de Memoriais e Museus, entre outros.

A própria realização da II Conferência demonstrou o amadurecimento do governo estadual no intuito de avaliar os diversos aspectos de sua realidade sócio-cultural, especialmente sob a ótica de seus agentes culturais. No evento, promovido pelo Governo do Estado em parceria com a sociedade civil, construiu-se o mais amplo e rico debate, resultando num conjunto de deliberações imprescindíveis para se definir e implementar as políticas de cultura na Paraíba. A II Conferência apontou para a necessidade da atualização do Plano de Cultura do Estado e para a consolidação de mecanismos fundamentais no processo de desenvolvimento sociocultural. Revelou também a ausência de um banco de dados e de um sistema de informações sobre a cadeia produtiva da cultura paraibana, para um melhor planejamento das ações voltadas ao aproveitamento dos potenciais de cada microrregião.

Apontou ainda, a necessidade de um programa de capacitação de agentes e gestores culturais, considerando a ampliação das políticas públicas de cultura e atualização dos mecanismos voltados para a efetivação dos empreendimentos culturais.

A fragilidade estrutural e institucional da cultura no Estado resultou na proposição por parte do Governo da criação de uma Secretaria de Estado específica para a área (A Paraíba é um dos poucos estados que não tem Secretaria de Cultura). A sua criação, recentemente encaminhada à Assembléia pelo Governo do Estado, facilitará a ampliação de ações, proporcionando um melhor atendimento à crescente demanda de um dos maiores celeiros artístico-culturais do país. Nessa perspectiva, ocorrerá um maior alinhamento com a política do Ministério da Cultura, suscitando iniciativas estruturais como a implantação do Sistema Estadual de Cultura.

Enfim, as deliberações resultantes da conferência demonstram que a dinâmica e o acesso aos mecanismos de incentivo e instrumentalização das ações culturais no Estado, ainda estão abaixo da representatividade do setor, cuja força e riqueza de sua expressividade já ganharam notoriedade nacional e mundial. Ressalta-se, ainda, a necessidade do aproveitamento desse patrimônio cultural no contexto da geração de trabalho e renda e a urgência do reconhecimento como referência da identidade e auto-estima do povo paraibano. Ações nesse sentido estão sendo discutidas, como por exemplo a criação de formulários orais para o acesso aos Fundos de incentivo e a ampliação da faixa de recursos para esses fundos.

ESTRATÉGIA DE AÇÃO REQUERIDA VISANDO A SOLUÇÃO DOS PROBLEMAS DIAGNOSTICADOS

A política cultural do governo do Estado da Paraíba, proposta para o próximo período, parte do princípio de que a cultura é o elemento fundamental para dar consistência a qualquer programa público de desenvolvimento social e econômico. Portanto, pensar a cultura na perspectiva da afirmação do jeito de ser paraibano, na construção da cidadania e inclusão social, significa permitir o acesso de todos aos equipamentos de cultura do Estado, concretizando, desta forma, o principal objetivo da ação cultural: a geração de conhecimento, criação, a fruição, a circulação, a criação de espaços e a preservação dos bens e serviços culturais.

Transformar os equipamentos da cultura em verdadeiros pólos dinamizadores nos municípios dos processos culturais é o grande desafio para a concretização dos objetivos que queremos alcançar. Neste sentido, cada uma das “redes de cultura” deve constituir não apenas um espaço onde as pessoas consumam produtos e serviços culturais, como também um campo para experimentação, criação, produção, reflexão, contato com nossas tradições, além da experimentação de novas linguagens, a serviço de todo o Estado.

Nenhum equipamento pertencente à rede estadual da cultura funcionará de modo isolado. Todos serão geridos de forma compartilhada, estimulando a reflexão cultural, o exercício da cidadania, servindo como instrumentos de criação dos equipamentos culturais em todo o Estado.

Desta forma, serão formados os sistemas de museus, bibliotecas, arquivos públicos e centros de arte e cultura. Através desses sistemas, serão criados circuitos de espetáculos, exposições e outras manifestações artístico-culturais que circularão em todo o Estado.



TRÊS IDÉIAS PARAIBANAS

Apenas para citar como exemplo, levanto três projetos (sem falar do sucesso do nosso artesanato – que acredito ser o melhor do país): a cadeia produtiva regional do livro e da leitura (que estamos desenvolvendo em parceria com os Sebraes da região), o Centro de Referência da Cultura Popular (em parceria com a Secretaria da Identidade e da Diversidade Cultural do MinC e o Pólo do Audiovisual.

A cadeia produtiva do livro prevê a formação de leitores, a criação e reformas de bibliotecas públicas em todo Estado, que tem 223 municípios (agora somada ao decreto presidencial que obriga todas escolas a instalarem esse equipamento); o estímulo ao surgimento de novos autores paraibanos; a expansão das editoras e da distribuição do livro; o fomento de tiragens maiores que barateiam o custo; e tudo isso culmina com a realização do Salão Internacional do Livro da Paraíba, que junta autores do estado e do país, levando crianças e jovens a um processo que vai da fruição à aquisição do livro. E uma novidade, os professores da rede publica receberão um cheque-livro para adquirirem bibliografia no evento.

O Centro de Referência da Cultura Popular, uma espécie de “Universidade” da cultura popular abrigará os mestres das artes e os mestres e doutores da academia. Fará o resgate, o ensino e a divulgação das manifestações regionais, divididas em quatro ciclos: o natalino, o carnavalesco, o junino e o das festas religiosas. No ciclo natalino, por exemplo, os mestres e doutores são convocados para discutirem, ensinarem e praticarem as principais atividades do ciclo, como a lapinha, o reisado, a culinária de época, entre outras.

O outro exemplo é o Pólo Audiovisual, que está em discussão no PAC das Cidades Históricas, com a implantação de três equipamentos: a Escola de TV Digital (proposto pelo LAVID-UFPB, através de Guido Lemos), o Instituto de Educação a Distância (para produção do material didático a ser usado nas escolas estaduais e municipais) e o Núcleo de Produção Audiovisual (formado de grandes estúdios e equipamentos para produção de minisséries e filmes digitais). Iniciaremos estudo de consultoria, em parceira com o CESAR de Recife, para definir sua viabilidade.

A realização de uma minissérie, por exemplo, que tem em média 13 capítulos, e custa 1,5 milhão, emprega em média 400 pessoas. É uma grande cadeia. Tem o escritor, o roteirista, o adaptador, o cenógrafo, o ajudante de cenografia, o marceneiro, a costureira, o iluminador, o eletricista, o mecânico, o soldador, o maquiador, o figurinista, os atores e atrizes, os figurantes e muito mais. Coloque aí também os músicos, os compositores. Com o tempo vão aparecer empresas que vão fornecer madeiras e tintas para os cenários, as produtoras, a empresas de equipamentos de iluminação, de elenco.

Imagine que tudo isso sendo feito e realizado na Paraíba, que é um celeiro de talentos em todas as áreas, que tem excelente luminosidade, chove pouco, e tem belos cenários (viva o film comission). Se começarmos agora, nos próximos dez anos teremos como abastecer um mercado ávido por produção genuinamente brasileira, nordestina, e com o talento paraibano.



DA GESTÃO CULTURAL

Uma das tarefas que nos foi colocada pelo Governador José Maranhão foi a de criar atividades e projetos ligados à economia da cultura, principalmente as estruturantes. Continuamos, sim, a fomentar atividades pontuais como apoio a eventos e festivais, ao projeto Seis e Meia, ao Fenart, aos museus, aos editais do audiovisual, a criação de pontos de cultura e micro-projetos, de publicações, entre outros.

E pode acreditar, a Cultura está ocupando, dentro do Governo, espaço preponderante na formulação de suas ações, e pensando no futuro, com políticas e práticas exeqüíveis.

A gestão da cultura no Estado está de olhar atento a todas às áreas, mas está principalmente gerando meios para que haja formação, gestão qualificada e autossustentável. Começamos nos próximos meses um intenso curso de formação de pessoal na área de gestão em parceria com a Sudene (que pela primeira vez entra na atividade da economia da cultura). Pois boas idéias precisam ser formatadas.

A própria Secretaria começou suas atividades dialogando com todos os segmentos, do hip-hop, passando pelos ciganos, até os grupos de inovação tecnológica. Nossas gestões em parceria com os Ministérios elevaram o orçamento da área de 400 mil reais para 28 milhões de investimentos. E uma outra diretriz que nos move é a possibilidade de acesso para todos através de uma ferramenta publica e transparente que é o edital.

Acreditamos ser um primeiro passo.

Anexo para seu conhecimento algumas ações e mapas culturais do nosso estado.

É isso, caro WS. Já começamos.David Fernandes



SINTESE

A nossa conclusão é que, de fato, existe um conjunto de açoes planejadas dentro de uma nova visão e praxis de Politica Cultural a merecer respeito, acompanhamento e futuras cobranças. Mas é assim que se faz dando explicações concretas quando se tem o que mostrar.

ÚLTIMa

"Chegou a hora mostre seu palavreado/

ou então assuma seu papel de mamulengo..."


[+]Ler Mais
A cultura em si, a indústria e a necessidade de transformar

Postado por Walter Santos em 08/09/10 as 02:01

Antes que a campanha acabe, a Cultura precisa ocupar seu espaço preponderante no debate e na formulação e direção do futuro com cada um precisando se comprometer com políticas e práticas exeqüíveis até porque se existe um bem imaterial (material também) de muito valor no Brasil este, em parte, é produzido por paraibanos.

Em tempo: antes ainda de ousar dar um breve mergulho nesta área, não é difícil identificar gênios mortos e vivos com genoma PB a dimensionar o que somos ao longo do tempo. Celso Furtado, Jackson do Pandeiro, Sivuca, José Américo, José Lins do Rego, Genival Macedo, Livardo Alves, Pedro Américo, Paulo Pontes, Assis Chateaubriand, Pedro Santos (mesmo nascido no Amazonas), Ariano Suassuna, Elba, Zé Ramalho, Geraldo Vandré, Herbert Viana, Vital Farias, Cátia de França, Roberta Miranda, Chico César, João Câmara, Antonio Dias, Flávio Tavares, Altimar Pimentel, Flávio José, Pinto de Monteiro, do Acordeon, Fuba, Bráulio Tavares, etc, etc, etc – e, ainda, farei justiça mais na frente inserindo mais gente de referência.

Na prática, não tem essa história de “Paraíba pequenina”, não. Discordo da afirmação quando se trata de Arte e Cultura, até porque somos muito mais do que mais de dezena de Estados deste Brasil nesta área. Não é àtoa que Caetano diz que o Axé quem tocou foco foi Zé Ramalho como “Frevo Mulher”.

Pois bem, a Paraíba dessa referência até hoje não se encontrou definitivamente com uma Política Cultural vasta, plural e transformadora – não para produzir shows e/ou eventos e contemplar apaniguados do Poder.

Nem mesmo na esperada gestão de Ricardo Coutinho, o politico que em fase de campanha recebeu a mais completa cumplicidade de toda a categoria -conseguiu fazer parcela do que se previa.

Para ser justo, precisamos admitir o Governo Pedro Moreno Gondim com alguns primeiros ensaios e arroubos de Política Cultural. Mas deu azar porque mais na frente se deparou com a Ditadura – a ascensão do Militarismo no País - e com eles se foram uma fase assanhada, mas dilapidada de nossa Cultura. O tempo fechou.

Depois, na fase inicial da Abertura (retomada da democratização), a partir do final dos anos 70 e anos 80 (este de muita ebulição política) dois Governos seqüenciados deram gás ao processo cultural, ou seja, de Tarcisio Burity e Wilson Braga com estilos bem distintos:

O primeiro, rebuscado, constituiu a melhor Orquestra Sinfônica num modelo bipartite com a UFPB trazendo músicos do exterior para ensinar na Universidade, além de ter construído o Espaço Cultural, investido no Centro Histórico (vide Celso Furtado) com os primeiros convênios atraindo a Espanha para iniciar a revitalização de nosso acervo, além dos eventos internacionais de Filosofia de Direito, etc.

Burity como intelectual deu forte contribuição, mas sua Política era exercida de baixo para cima sem um viés popular nem decisão partilhada com os artistas. Denominou-se a tudo isso como governante elitista, que o era – vide T. Virgilius, pseudônimo que chegou a usar como autor de peça erudita.

Neste contexto, ressalte – se a extraordinária contribuição dada pela UFPB na fomentação de grandes projetos no Canto Coral, na musica instrumental, erudita – alô alô Clovis Pereira, Kaplan), no Teatro com o Lima Penante, as várias ações da PRAC (Pro-Reitoria de Assuntos Comunitárias – vide Iveraldo Lucena), o Quinteto Armorial que Lynaldo Cavalcanti atendeu a Ariano e bancou os “meninos geniais” por aqui, o DAC, Altimar Pimentel, etc.

A fase seguinte, de Wilson Leite Braga, foi a mais tumultuada porque em meio ao assassinato do empresário Paulo Brandão havia uma turbulência permanente a partir da UFPB e dos movimentos sociais querendo, exigindo a redemocratização do País – e nesse bolo estava o “Cego”, como chamavam os adversários do governador / conservador do PDS, principal partido aliado do Governo Militar.

Só que Wilson Braga, contudo, permitiu a germinação dos maiores ensaios populares de raiz que se viu na historia cultural com a antiga DGC comandada pelo irrequieto teatrólogo Raimundo Nonato Batista sacudindo o meio artístico com inúmeros projetos de articulação, como nunca tinha sido visto. O projeto Araponga e o Festival de Areia (com raiz anterior), além de inúmeras operações de incentivo aos artistas, serviram de referência com ramificação nos bairros, levando arte aos bairros, como até hoje não se vê na mesma dimensão.

Dos anos 90 para cá

De Ronaldo Cunha Lima, Antonio Mariz, José Maranhão, Cássio Cunha Lima e agora Maranhão haveremos de pontuar inúmeros projetos na área, de valor eu sei, mas creio não ser injusto ao apontar que a crise política ao longo desses tempos entre Governo e oposição nunca deixou que houvesse uma ação continuada de fôlego realçar com força absoluta e inabalável, se comparado, por exemplo, ao que o Movimento Cultural em torno da Grande Recife produz sobre a Capital pernambucana na formação de um processo com grande perspectiva à vista.

A impressão vigente no meu quengo é de que as linhas traçadas por Sales Gaudêncio e Chico Pereira para uma política de governo só se efetivaram na prática mesmo na sequência com Cida Lobo na catalogação de meios, sinalização e gestão a partir do FIC – Fundo de Incentivo à Cultura, denominado de Augusto dos Anjos, ao lado de medidas para proteger os artistas em decadência (lembro de Canhoto da Paraíba), da retomada da Sifonica, o reconhecido programa de artesanato ainda hoje bem conduzido pela arquiteta Sandra Moura, mas a saída dela acabou que esvaziando o processo porque sem decisão política reforçada na sequencia os processos se esvaem.

Trocando em miúdos, aqui me refiro a processos e não a eventos até mesmo grandiosos, porque estao longe de efeitos na transformação da Cultura.

É agora que o bicho vai pegar...

A dados de hoje, as duas referências que se tem de gestão cultural – a do professor David Fernandes e Chico César respondendo pelo Governo do Estado e da Prefeitura de João Pessoa, respectivamente, catalogam feitos relevantes aqui ou acolá, mas estão aquém do desejo e expectativa, não só dos setores culturais envolvidos como da sociedade de uma forma geral. Falta mais dinâmica, grude e política de transformação mesmo.

David elenca a retomada dos recursos do FIC em mais de R$ 2.8 milhões, a revitalização e construção do Museu de João Pessoa, inúmeros projetos da Fundação Espaço Cultural (esta merece uma análise), entre outros, como a garantir o fluxo de apoiamento ao setor, agora reduzido por conta das eleições. É verdade, ele não mente, mas o meio precisa de muito mais.

Mas, em termos de expectativa, quem ainda deve muito ao contexto cultural como gestor é o brilhante letrista, interprete e multimídia Chico César. Por sua fama criada, sobretudo por sua formação nos movimentos culturais de bairro – vide Jaguaribe Carne, Musiclube, etc – com a cancha que adquiriu no mercado discográfico, da industria cultural a partir de São Paulo e seus diálogos com o Exterior – ao ser anunciado como novo condutor da Cultura logo imaginava-se que a partir daí estaríamos diante de um momento espetacular.

Infelizmente, embora seja uma gestão pontuada em eventos e algumas ações com grupos culturais, a fase de Chico César está distante do que muitos setores / produtores da Cultura imaginavam porque, ao que parece, se deixou conduzir até hoje pela vertente ideológica e política de plantão com todos os traços do ex-prefeito Ricardo Coutinho de não tolerar e conviver com o que não lhe apetece de reciprocidade.

Em síntese, o artista paraibano de maior visibilidade e dialogo com o mundo da cultura externa não consegue dialogar com vários movimentos da cidade – nem vou falar do Estado porque aí distancia é maior – frustrando imensamente a expectativa de que ele fosse o mais expressivo interlocutor entre todas as tribos e patotas do pedaço.

E ele não foi nem será enquanto Chico não identificar como a práxis e nova onda germinada por Gilberto Gil no MINC pulverizando as ações de forma democrática, construída e envolvendo todos os segmentos a partir de um novo paradigma de que política cultural não serve apenas para shows e manter a vida dos artistas.

Este modelo está distante da nova ordem, a partir do MINC, entretanto, se mantém em voga ainda por aqui protegendo quem é da patota e desprestigiando os que não gozam dessa confiança ou cumplicidade. A programação continuada dos shows no Ponto de Cem Réis, Busto de Tamandaré e a divisão do Folia de Rua reforçam esta constatação.

A gestão da cultura, a rigor, com base nos novos paradigmas tem de cuidar da revitalização, das ações pontuais de incentivos aos diversos segmentos, mas hoje só faz sentido distinguindo o papel do Estado, mas gerando meios para que haja formação, gestão qualificada e auto sustentação – nem sempre advinda dos cofres públicos - garantindo mercado e sobrevivência de forma plural respeitando e valorizando a classe artistica quando buscada. A cultura não pode ignorar mais a base econômica em si.

É este contexto gerencial que haverá de ser cobrado – e, vejam só, é exercido minusculamente pelo empresário Mauricio Burity, ex-roqueiro burguês, mas com sensibilidade no dialogo com todas as patotas, ouvidos abertos e ação para a gestão sem esperar que o leite, origem da sustentação, pingue somente das tetas da Secretaria de Finanças porque hoje em dia, mais do que antes, se faz indispensável buscar novos reforços orçamentários fora da aldeia.

Aqui, para encerrar esse primeiro dialogo, não trato de valores pessoais, inegáveis, mas precisamos de gestores mais ousados, mais agregadores, sempre ouvidos / respeitados pelos governantes na execução das políticas, da mesma forma que faz indispensável a implantação da Secretaria de Cultura sem a qual a Cultura estará sendo sempre um penduricalho – desculpem – me pela expressão – de segunda categoria.

Ainda voltaremos ao assunto sem ignorar absurdos jamais imaginados e vindos da esperança transformada em decepção. Certamente não posso ignorar a saudade da Guerrilha aposentada de Pedro Osmar, do ‘Bicho’ Carlos Aranha na produção de tantas inquietações ou de Fuba, um dos mais importantes atores da arte e cultura paraibana, agora envolvido com Scorpions – só que precisamos dele sem escorpiões fazendo muito mais em nosso favor, mesmo sabendo que uma coisa é ser artista a outra é gestor.

segunda-feira, 6 de setembro de 2010

FILARMÔNICA DE MINAS GERAIS NA PARAÍBA

DIVULGAÇÃO

Filarmônica de Minas Gerais sobe ao palco do cine-teatro Bangüê nesta sexta-feira (10/09)


Em turnê pelo Nordeste-Nordeste, orquestra mostra, em repertório, peças de Carlos Gomes, Beethoven e Mozart

A Orquestra Filarmônica de Minas Gerais faz única apresentação em João Pessoa nesta sexta-feira (10/09) de setembro, às 20h30, no cine-teatro Banguê do Espaço Cultural, executando músicas de Carlos Gomes, Beethoven, Wolfgang Amadeus Mozart e Dvorák. O concerto tem regência do diretor artístico e regente titular da orquestra, maestro Fabio Mechetti.

A apresentação na Capital paraibana faz parte da turnê do grupo pelas regiões Norte e Nordeste, que inclui as cidades de Salvador (BA), Recife (PE), Natal (RN), Fortaleza (CE), Belém (PA) e Manaus (AM). A entrada é franca.

A Filarmônica de Minas foi fundada em 2008, mas já é considerada a segunda maior do Brasil. É formada por 85 músicos de diversos estados brasileiros, entre eles, o violinista pessoense Mateus Freire, que também é membro da Orquestra de Ouro Preto.

Concerto – Sob a regência do maestro Fabio Mechetti, os músicos da Filarmônica de Minas Gerais vão executar em João Pessoa as obras O Guarani: Protofonia, de Carlos Gomes, o mais conhecido músico brasileiro do século XIX; Egmont: Abertura, de Beethoven; a Sinfonia nº 41, “Júpiter”, de Wolfgang Amadeus Mozart; e a Sinfonia nº 8 em Sol maior, do compositor tcheco Dvorák.

A viagem pelo Norte e Nordeste é vista por Fabio Mechetti como um descobrimento mútuo. “Primeiro, um descobrimento de nossa parte em relação ao público das cidades que visitaremos. Depois, uma oportunidade da comunidade musical do Norte e Nordeste conhecer a mais nova orquestra do Brasil, que vem estabelecendo uma nova referência nacional”, observou.



SERVIÇO:

Concerto da Orquestra Filarmônica de Minas Gerais

Regência: Maestro Fabio Mechetti

Quando: Sexta-feira, 10 de setembro, às 20h30

Onde: Cine-teatro Bangüê (Espaço Cultural, R. Abdias Gomes de Almeida, 800, Tambauzinho, João Pessoa – tel.: 3211.6281)

fabiomozart@yahoo.com.br

TOCA DO LEÃO

Viva Zé!

Zé da Luz, de quem Quito Dias era admirador exaltado

Araruna não é terra só de político carreirista e mentiroso. Lá nasceu o poeta Quito Dias no dia 22 de outubro de 1922. Adorava rádio e poesia matuta. Seus ídolos: Zé da Luz e Zé Limeira. Publicou diversos livros, entre os quais Nordeste em fogo (1957), Lamentações matutas (1962), Aves de arribação (1973), A véia quixabeira (1976), O Sertão fala assim (1977), O Sertão canta e geme (1979) e O Sertão sabe cantá (1981). Faleceu no dia 13 de março de 1985, na cidade de João Pessoa (PB).

Conheci Quito Dias morando em Itabaiana, depois foi versejar em Sapé. Fazia um programa de declamações na Rádio Vitória, emissora alternativa do eletricista e locutor Monteiro, na terra de Zé da Luz. Seus recitais de poesia matuta eram ouvidos até nas ondas do rádio amador.

A cultura nordestina muito deve ao poeta Quito Dias. Os elementos da cultura popular foram seus temas, e o rádio foi seu canal de expressão. Se vivo fosse, seria por certo admirador de Jessier Quirino, Chico Pedrosa e outros declamadores desse naipe.
Portanto, viva Quito Dias, viva Zé da Luz e viva Zé Limeira! Quanto ao outro Zé, o que está na mídia o tempo todo nesses dias repugnantes de baboseira eleitoral, a Toca cita Johann Goethe: “Nada mais asquerosa do que a maioria, pois ela compõe-se de uns poucos antecessores enérgicos, velhacos que se acomodam, de fracos que se assimilam e da massa que vai atrás de rastros sem nem de longe saber o que quer”

Fabio Mozart

domingo, 5 de setembro de 2010

MIMO - MOSTRA INTERNACIONAL DE MÚSICA EM OLINDA ( RECIFE E JOÃO PESSOA - PB).

A Capital paraibana faz parte mais uma vez da programação da Mostra Internacional de Música em Olinda (Mimo), que acontece de 1º a 7 de setembro de 2010, nas cidades de Olinda, João Pessoa e Recife, com apresentações em igrejas e outros monumentos históricos e a presença de grupos e artistas brasileiros e internacionais. Em João Pessoa, a programação acontece de 4 a 7 de setembro, na Igrejas de São Frei Pedro Gonçalves e da Misericórdia, Catedral Basílica de Nossa Senhora das Neves e Convento de São Francisco.
Haverá apresentações da Camerata Arte Mulher, Duofel, Paraibones, Egberto Gismonti e Orquestra de Sopros Pro Arte, Chorisso, Selmer #607 (França), Orquestra Sanhauá e Cristina Braga e Dado Villa-Lobos. A realização é da Lume Arte, com patrocínios do Ministério da Cultura (Minc), BNDES, Chesf, Empetur, Caixa e Prefeituras de João Pessoa, Olinda, Recife, e apoio da Coordenação de Extensão Cultural (Coex) / Pró-Reitoria de Extensão e Assuntos Comunitários (Prac) da Universidade Federal da Paraíba (UFPB).
Mimo – Inteiramente gratuita, a Mostra Internacional de Música em Olinda (Mimo) recebe em sua 7ª edição cerca de 500 músicos em 39 concertos nas cidades de Olinda, Recife e João Pessoa. Entre 1º e 7 de setembro, espera-se um público de 100 mil pessoas. Música em 16 igrejas, três noites de shows em palco montado em praça pública, festival simultâneo de cinema, etapa educativa e uma programação que garante boa música e nomes consagrados como Mario Canonge (FR), McCoy Tyner (EUA), Mike Stern (EUA), Wagner Tiso, Egberto Gismonti e Tom Zé.
Grupos paraibanos também serão atrações da Mimo na cidade de Olinda. A Orquestra Sanhauá se apresenta no domingo (5), a partir das 11h30, na Igreja da Sé. Já na segunda-feira (6), às 16h30, é a vez do grupo Paraibones, na Igreja do Monte, localizada na Praça Nossa senhora do Monte.
A programação da Mimo passou a acontecer em João Pessoa desde o ano passado, quando se apresentaram o francês Didier Lockwood, considerado um dos mais importantes violinistas do jazz atual, com o compositor e arranjador brasileiro, Ricardo Herz. O duo contou com a participação do Quinteto da Paraíba e do rabequeiro Antônio Félix, de Várzea Nova (PB).
Confira a programação da Mostra em João Pessoa, sempre a partir das 19h30
Sábado (4)
Igreja de São Pedro (Centro) – Camerata Arte Mulher e Duofel
Domingo (5)
Catedral Basílica de Nossa Senhora das Neves (Centro) – Egberto Gismonti e Orquestra de Sopros da Pro Arte, e Paraibones
Segunda-feira (6)
Convento de São Francisco (Centro) – Chorisso e Selmer#607
Terça-feira (7)
Igreja da Misericórdia (Centro) – Orquestra Sanhauá e Cristina Braga e Dado Villa-Lobos
Confira a programação completa da Mostra
Quinta-feira (2)
Concertos
10h – Duo Milewski e Jorge Armando (Mimo para Iniciantes)| Mosteiro de São Bento (Olinda)
20h30 – Orquestra Sinfônica de Barra Mansa. Regência Isaac Karabtchevsky |Igreja da Sé (Olinda)
Filme
19h – (Sessão Especial) Uma Noite em 67 | Pátio da Igreja da Sé (Olinda)
Sexta-feira (3)
Concertos
18h – Trio Puelli | Convento de São Francisco (Olinda)
19h – Duofel | Seminário de Olinda (Olinda)
20h30 – Mario Canonge Trio (Martinica) | Igreja da Sé (Olinda)
Filmes
15h (Cinema Falado) programação a definir | Mercado da Ribeira (Olinda)
17h30 – (Mostra Subterrânea) Nasci Para Bailar – João Donato, Havana - Rio / Desert Blues | Mercado da Ribeira (Olinda)
18h – (Sessão de Curtas) Remo Usai – Um Músico Para o Cinema / Áurea | Seminário de Olinda (Olinda)
19h - (Ciclo Cinema Mudo) Aitaré da Praia | Igreja da Sé (Olinda)
20h – (Panorama Brasil) Dzi Croquetes | Mercado da Ribeira (Olinda)
Sábado (4)
Concertos
16h30 – Orquestra Sinfônica da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, participação do Coral Madrigal da UFRN e atores convidados. Regência: André Moniz | Igreja da Sé (Olinda)
18h – Leonardo Altino e Ana Lucia Altino | Convento de São Francisco (Olinda)
18h – Heloísa Fernandes | Igreja de Guadalupe (Olinda)
18h30 – Egberto Gismonti e Orquestra de Sopros da Pro Arte | Igreja N. S. do Rosário dos Homens Pretos (Recife)
19h – Fernando Portari, Rosana Lamosa e Jean Louis Steuerman | Seminário de Olinda (Olinda)
19h30 – Chorisso | Igreja de São Frei Pedro Gonçalves (João Pessoa/PB)
20h30 – Selmer #607 (França)|Igreja da Sé (Olinda)
21h – Duofel | Igreja de São Frei Pedro Gonçalves (João Pessoa/PB)
Filmes
15h (Cinema Falado) programação a definir | Mercado da Ribeira (Olinda)
17h30 – (Mostra Subterrânea) A Maldita / Rock Brasileiro – História em Imagens | Mercado da Ribeira (Olinda)
18h – (Sessão de Curtas) Música BR/ Procurando Jorge Mautner / What Are Looking For? | Seminário de Olinda (Olinda)
19h – (Ciclo Cinema Mudo) O Filho do Sheik | Igreja da Sé (Olinda)
20h – (Panorama Brasil) Continuação | Mercado da Ribeira (Olinda)
Domingo (5)
Concertos
11h30 – Orquestra Sanhauá | Igreja da Sé (Olinda)
16h30 – Conjunto de Violoncelos da Universidade Federal do Rio Grande do Norte| Igreja da Misericórdia (Olinda)
18h – Duo Milewski e Jorge Armando |Convento de São Francisco (Olinda)
18h – Antonio Madureira e Sergio Ferraz | Igreja do Rosário dos Homens Pretos (Olinda)
18h30 – Carlos Malta | Capela Dourada (Recife)
19h – Cristina Braga e Dado Villa-Lobos |Seminário de Olinda (Olinda)
19h30 – Egberto Gismonti e Orquestra de Sopros da Pro Arte | Basílica de N. S. das Neves (João Pessoa/ PB)
20h30 – McCoy Tyner Trio, convidado especial Gary Bartz (EUA)| Igreja da Sé (Olinda)
21h – Paraibones | Basílica de N. S. das Neves (João Pessoa/ PB)
22h – Tom Zé |Praça do Carmo (Olinda)
Filmes
15h (Cinema Falado) programação a definir | Mercado da Ribeira (Olinda)
17h30 – (Mostra Subterrânea) Pretinho Babylon / Eu, o Vinil e o Resto do Mundo| Mercado da Ribeira (Olinda)
18h – (Sessão de Curtas) Galo Preto – Menestrel do Coco| Seminário de Olinda (Olinda)
19h – (Ciclo Cinema Mudo) Os Sete Amores | Igreja da Sé (Olinda)
20h – (Panorama Brasil) Tom Zé, Astronauta Libertado | Mercado da Ribeira (Olinda)
Segunda-feira (6)
Concertos
16h30 – Paraibones – Tributo a Radegundis Feitosa | Igreja do Monte (Olinda)
18h – Hugo Wolf Quartett (Áustria)| Mosteiro de São Bento (Olinda)
18h30 – Mario Canonge Trio (Martinica)| Basílica de N. S. do Carmo (Recife)
19h – Leo Gandelman e Novo Quinteto| Seminário de Olinda (Olinda)
19h30 – Camerata Arte Mulher| Convento de São Francisco (João Pessoa/ PB)
20h30 – Wagner Tiso convida Brasil Ensemble, Victor Biglione e Marcio Malard e Orquestra Sinfônica Mimo. Regência Guilherme Bernstein | Igreja da Sé (Olinda)
21h – Selmer #607 (França) | Igreja de São Francisco (João Pessoa/ PB)
22h – Orquestra Contemporânea de Olinda | Praça do Carmo (Olinda)
Filmes
15h (Cinema Falado) programação a definir | Mercado da Ribeira (Olinda)
17h30 – (Mostra Subterrânea) João do Vale – Muita Gente Desconhece / Walter Alfaiate – A Elegância do Samba | Mercado da Ribeira (Olinda)
18h – (Sessão de Curtas) Mestre Nado – Um Mundo de Sons / Guilherme de Brito /Bip Bip | Seminário de Olinda (Olinda)
19h – (Sessão Especial) Kurt Masur – Uma Aventura Musical | Igreja da Sé (Olinda)
20h – (Panorama Brasil) Jards Macalé – Um Morcego na Porta Principal | Mercado da Ribeira (Olinda)
Terça-feira (7)
Concertos
11h30 – Orquestra Sinfônica de Barra Mansa (encerramento do Curso de Regência). Maestros Convidados | Igreja da Sé (Olinda)
16h30 – Mimo in Concert (Encerramento de Oficinas) | Igreja do Monte (Olinda)
18h – Ana Cecília Tavares e Marcelo Fagerlande | Igreja da Misericórdia (Olinda)
18h – João Gaspar Quarteto | Praça do Carmo (Olinda)
18h30 – Orquestra Sinfônica do Recife. Solista: Jean Louis Steuerman. Regência: Guilherme Bernstein| Igreja Madre de Deus (Recife)
19h30 – Cristina Braga e Dado Villa – Lobos |Igreja da Misericórdia (João Pessoa/ PB)
21h – Orquestra Sanhauá | Igreja da Misericórdia (João Pessoa/ PB)
21h30 – Mike Stern Trio | Praça do Carmo (Olinda)
Filmes
15h (Cinema Falado) programação a definir | Mercado da Ribeira (Olinda)
17h30 – (Mostra Subterrânea) Loki – Arnaldo Batista | Mercado da Ribeira (Olinda)
20h – (Panorama Brasil) Mamonas Para Sempre | Mercado da Ribeira (Olinda)
Serviço
Concertos (João Pessoa e Recife)
A programação de concertos tem entrada aberta ao público, sujeita à lotação dos espaços.
Concertos (Olinda)
A programação das 10h, 11h30 e 16h30 tem entrada aberta ao público, sujeita à lotação dos espaços.
A programação das 18h, 18h30 e 19h tem distribuição de senhas de acesso a partir das 17h, no dia do concerto.
A programação das 20h30 tem distribuição de senhas de acesso a partir das 18h do dia do concerto.