quinta-feira, 28 de outubro de 2010

Mauricio Burity - CULTURA PARAIBANA DA FUNESC - direito de resposta a carta doTeatrologo Tarcisio Pereira .

João Pessoa, 22 de outubro de 2010

Ilustre editor do jornal O Contraponto.

Venho, através desta, manifestar-me a respeito do artigo intitulado “Maranhão e a Cultura”, do escritor Tarcísio Pereira, publicado por esse jornal na edição de 22 a 28 de outubro do corrente ano, no tocante as afirmações sobre o Espaço Cultural José Lins do Rego e o Teatro Santa Roza, ambos administrados pela Fundação Espaço Cultural da Paraíba (Funesc), da qual ocupo o posto de presidente desde maio de 2009.

Neste pouco mais de um ano em que me encontro à frente da Funesc, não medi esforços para que o Espaço Cultural e o Teatro Santa Roza tivessem um tratamento proporcional a importância que estes dois equipamentos têm para a sociedade paraibana. Não é de hoje que digo que encontrei o Espaço Cultural em uma situação de abandono e afirmo, categoricamente, que planetário, cinema e biblioteca, para citar apenas três equipamentos do Espaço Cultural, estavam completamente inutilizados, e há um bom tempo.

Decerto não fizemos a reforma completa que gostaríamos de fazer, mas, sem falsa modéstia, fizemos bastante neste curto espaço de tempo. A Funesc termina o ano com o Planetário em pleno funcionamento, já que em fevereiro deste ano investimos no conserto do projetor, que estava quebrado. Reabrimos em junho a Biblioteca Juarez da Gama Batista, a maior biblioteca do Estado, fechada há inexplicáveis sete anos!

No primeiro semestre também entregamos um Teatro de Arena revitalizado, pintado, com cadeiras para dar um maior conforto. Graças a isso, Hoje, passamos a sediar o projeto Seis e Meia e a receber artistas nacionais e internacionais, como Stanley Jordan.

Há um ano criamos e entregamos à sociedade uma escola muito especial. A Escola Especial Juarez Johnson conta com músicos com doutorado e fisioterapeutas gabaritados para, juntos, ensinarem crianças com necessidades especiais a tocar um instrumento. Atualmente, 48 crianças participam das aulas. Outras 53 crianças aguardam na lista de espera.

Ao mesmo tempo, reabrimos outro equipamento importante, a oficina-escola de lutheria, desativada também há anos. Graças ao nosso esforço, ela voltou a fabricar instrumentos musicais e a ministrar cursos para assistentes de luthier, gratuitos a alunos da rede pública de ensino.

Encontramos a Escola de Dança da Funesc danificada, com cerca de 80% de sua estrutura comprometida, como pisos, paredes e instalações elétricas danificados, e hoje ela está sendo reformada. Da mesma maneira, conseguimos junto ao BNB um patrocínio para a restauração de 15 obras do nosso acervo que estavam danificadas pela falta de manutenção, e ainda vamos inaugurar, até o fim do ano, uma reserva técnica para que nossas mais de 100 obras possam ser apropriadamente acondicionada.

Ainda em 2009, reativamos a projeção de filmes do Bangüê, fazendo diversos reparos e transformando-o em um espaço bivalente, tanto para cinema quanto para teatro. E para atender a uma demanda específica de cinema, inauguramos, este ano, o Espaço Cine Digital, que vem, religiosamente, exibindo filmes todas as semanas desde que foi aberto.

E em relação ao Teatro Santa Roza, o qual Tarcísio Pereira foi diretor, revitalizamos o teatro para a comemoração dos 120 de sua existencia.

Agradeço a consideração de Tarcísio Pereira quando reconhece o carinho e o zelo que tenho para com o Espaço Cultural e o Teatro Santa Roza. Acredito que quando se fala em reforma desses dois equipamentos, se fala em um processo longo e que exige uma dedicação extraordinária, devido a complexidade estrutural e ao papel que o Espaço Cultural e o Teatro Santa Roza desempenham diariamente na vida do cidadão paraibano.

E ainda há muito o que fazer. Agora, após a eleição, a Funesc tem R$ 600 mil para receber do Ministério do Turismo. O dinheiro será investido no pórtico de entrada do Espaço Cultural. Também conseguimos junto a atual bancada federal um montante de R$ 2,5 milhões em emendas parlamentares, que serão usadas na construção do Museu de Arte Contemporânea(MAC) e em novas melhorias do citado cine-teatro Bangüê, no teatro Paulo Pontes e na Galeria de Arte Archidy Picado.

Portanto, digo que o Espaço Cultural continua em reformas desde que assumi, com o compromisso de devolver ao povo paraibano, na medida do possível, o projeto idealizado por meu pai com tanto carinho e apreço, já que ele sabia o valor e o poder transformador que a arte, a cultura e a educação têm em um povo.

Com estas palavras, espero deixar claro perante a opinião pública o esforço do Governador Maranhão em valorizar a cultura, através da atenção inestimável que tem dado à Fundação Espaço Cultural da Paraíba.

Termino convidando a reportagem do jornal O Contraponto, assim como o escritor Tarcísio Pereira, a conhecerem de perto o trabalho que estamos imprimindo, no Espaço Cultural e no Teatro Santa Roza. Estamos de portas abertas e à disposição, sempre.

Cordialmente,

Maurício Navarro Burity

Presidente da Funesc