A entidade metafísica que abre as prévias do carnaval paraibano, dia 25 de janeiro (sexta-feira), é o bloco “Anjo Azul”. O Anjo Azul foi fundado e todo ano é organizado com garra por uma agitadora cultural guerreira, muito querida na cidade, Ednamay Cirilo. May inventou de criar um bloco que tem sede em um ambiente histórico repleto de simbolismos, a antiga zona do chamado “baixo meretrício”, nos tempos em isso que havia: o Beco da Faculdade de Direito, na ladeira do Padre Gabriel Malagrida, um herói sacrificado numa das visitações da Inquisição do Santo Ofício ao Brasil. O espírito do padre Malagrida, que assiste impávido os dramas e comédias da cidade por séculos sem fim naquele ambiente, fez um ar de sorriso quando foi fundado o Anjo Azul, e certamente, ato contínuo, abençoou o bloco, pois o padre italiano do século XVIII, morto feito mártir, é ele mesmo um anjo verdadeiro, um querubim barroco.
O Anjo Azul é o bloco multicolor da diversidade cultural e da democracia, de todas as opções sexuais e todos os credos políticos. O nome de bloco presta uma inusitada homenagem ao filme expressionista alemão da década de 1930 – Der Blaue Engel –, adaptação do romance de Heinrich Mann (irmão de Thomas Mann) – os dois filhos ilustres da brasileira Julia Mann, nascida deitada sob o sol da arquitetura colonial de Parati (RJ) –, sobre a história de um professor que se apaixona por uma dançarina de cabaré. Mais além de um clima soturno – prenúncio da tragédia de ascensão da ditadua nazista que se daria logo em seguida, em 1933 –, o filme ficou gravado na memória principalmente por uma seqüência de fotogramas sensuais, logo transformados em um dos ícones da cultura pop contemporânea: as pernas dobradas de Marlene Dietrich, sentada num banquinho. Ah, as pernas de Marlene Dietrich: conspícua, carnuda, provocante, lúbrica, fazendo a perfeita simbiose com um rosto libidinoso, manchado a um batom da cor do pecado. Hitler não agüentou tanto charme. Assim como Malagrida foi perseguido pela inquisição, Marlene Dietrich nunca se dobrou ao nazismo e fugiu da Alemanha, se refugiando nos Estados Unidos. Dessa maneira, vão se tecendo os fios entre fatos aparentemente distantes, desvendando articulações de onde menos se espera, o conceito é transformado em imagens aparentemente aleatórias, mas dotadas de uma mensagem profunda: Malagrida, Marlene, May. Tudo a ver. (Jaldes Reis de Meneses ).
ANJO AZUL EM 2008
O Bloco Anjo Azul, primeiro do centro histórico do Projeto Folia de Rua, é também ASSOACIAÇÃO CULTURAL E RECREATIVA ANJO AZUL, com sede no Centro Cultural de Terceiro Setor Thomáz Mindello, desde 2006, aprovado pelo FIC-Augusto dos Anjos, lança seu bloco própio AS ANJINHAS, voltado para o universo feminino e suas inquieações em busca da cidadania.
Estará sendo apresentado ao público carnavalesco, sexta-feira dia 25 de janeiro de 2008, às 16:00hs, no BECO da FACULDADE de Direito.
Durante a LAVAGEM da ESCADARIA animada pela bateria da Escola Império do Samba, e os componentes da ONG - ASTRAPAS, farão a alegria dos foliões com várias performances. Na ocasião , a troca de faixas do rei Kennedy Costa para o Rei Hugo Leão, da Rainha Glaucia Lima para Neuza Flores , ( viuva de jackson do Pandeiro ).
O palco do CIRCUITO DAS PRAÇAS ,estará montado na Praça João Pessoa , várias atrações se apresentarão a partir das 16:00hs, entre elas Mira Maya, Maria Juliana e Nathalie de Lima.
Ao som da Orquestra de Frevos do maestro João Lobo , o frevo ANJO AZUL, Hino do bloco de autoria de Mestre Fuba, é mais que uma declaração de amor é mesmo uma linda história pela cidade e seu Patrimônio Artístico e Cultural.
CD - De Bem Com a Vida, faixa cinco.
Ednamay Cirilo Leite, remanescente jornalista ativista dos movimentos culturais desde a época do Colégio Lins de Vasconcelos - Parahyba, se entrega total ao carnaval do ANJO AZUL em busca de cidadania e arte.
O bloco tem a proposta turística de mostar a beleza do Patrimônio Histórico e Arquitetônico, enquanto relíquia do Brasil, desta que já nasceu cidade , em NOVEMBRO de 1585 como Filipéia de Nossa Senhora das Neves, passou por várias mudanças de nomes ,e batalhas guerreiras , até ser conhecida como João Pessoa, em 1930.
Atualmente em campanha para PLEBISCITO da retomada do antigo PARAHYBA , nome ESSE, que reinou por 276 anos.
O bloco do resgate tem a fantasia de Colombina como traje oficial para suas foliãse de PIERROT para os foliões, apesar de ser ANJO, exatamente para dar ASAS a imaginação de cada um.
Sua ação social é voltada para as profissionais do sexo habitantes do Beco da Faculdade de Direito , Pavilhão do Chá, Rua Duque de Caxias - ou Rua Direita, Ponto de Cém Réis , Rua General Osório - ou Rua Nova, Rua da Areia e Praça Antenhor Navarro , buscando arte e cidadania, para estas cidadãs.
Nosso estatuto em fase de mudanças, exatamente ,por vermos muitas das nossas inquietações supridas pelas secretarias do Município.
O ANJO AZUL foi o primeiro bloco a levar alegria ao nosso centro histórico após ausência do corso e carnaval outrora existente nesta área , a falência do carnaval naquela área por total falta de políticas para a cultura carnavalesca, chegou a um abandono geral de atividades culturais no centro histórico, enquanto a cidade se transferia para a orla marítima levando o comércio famoso de bares, restaurantes, bingos, boites, shoppings, cinemas, esvaziando completamente o SÍTIO HISTÓRICO.
Nosso bloco resgata valores turísticos-culturais , em forma de irreverência e denúncia, prova disto a LAVAGEM da ESCADARIA, realizada sob as benções dos Orixás , e de todos os DEUSES, numa elevação aos nossos espíritos escravos e boêmios das pessoas que outrora habitavam aquela área .
A bateria da Escola MALANDROS DO MORRO - de Livardo Alves, e Balula , foram os pioneiros na parceria com o bloco ANJO AZUL , deram o ponta pé inicial em 1994 , juntamente com as Orquestras de CHIQUITO e MAESTRO VILÓ, juntaram-se outras como a do CEFET - PB , sob a batuta do Maestro JOÃO LOBO, tivemos parcerias de cidades do interior do Estado como BANANEIRAS e sua fanfarra LIRA DOS ARTISTAS , do MARACATU NAÇÃO MARACAHYBA, Grupo de Percussão Quebra Quilos, e , entre outros, lançamos o percussivo BATICUMLATA na prévia carnavalesca da cidade.
HINO do ANJO AZUL
letra e música de Flávio Eduardo Maroja - Mestre FUBA
gravada no CD - DE BEM COM A VIDA,
quinta faixa - a venda no Gabinete Cultural - Praça Antenor Navarro
Varadouro
VEM VEM VER A LUA BRILHANDO
NA NOITE DE AQUARELA
TÃO BELA, TÃO BELA
COMO A LUZ DO AMOR
VEM, VEM NAVEGAR NA MEMÓRIA
DOS CASARÕES DA CIDADE
QUEM SABE, QUEM SABE
ESSA É UMA HISTÓRIA DE AMOR
UM ANJO AZUL PASSOU BEIJOU A NOITE
LAVANDO A ESCADARIA
UM BÊBADO TROPEÇAVA
NO BECO DA CONFRARIA
E ESSA ALEGRIA RAIOU POR TODA A NOITE
FEZ A CIDADE CANTAR
UM QUERUBIM QUE CHEGOU
PRO CARNAVAL COMEÇAR
VAI MEU AMOR
O ANJO AZUL É UMA FLOR NA MADRUGADA
DESCEU DO BECO E A CIDADE ACORDOU
FOI MAY DE COLOMBINA QUEM ME CONVIDOU
VAI MEU AMOR, O ANJO AZUL É UMA FLOR NA MADRUGADA
DESCEU DO BECO E A CIDADE ACORDOU
FOI DE COLOMBINA QUEM ME CONVIDOUUUUUUUUUU
MULHERES FALADAS: Confie Sempre Filha de Maria!