terça-feira, 27 de janeiro de 2009

EDITAL

Aos 15 anos, Anjo Azul realiza concurso de estandartes;


REGULAMENTO

O bloco Anjo Azul, um dos mais tradicionais que integram o projeto Folia de Rua, está comemorando seus 15 anos de fundação com um concurso de estandartes, voltado aos artistas plásticos atuantes na cidade de João Pessoa e no Estado

Serão selecionados 15 estandartes para concorrer. Os três primeiros colocados serão premiados com brindes, mas todos participarão do desfile do bloco, que acontece na abertura do Folia de Rua, dia 13 de fevereiro.

O concurso, segundo a presidente do bloco, Ednamay Cirilo, é comemorar os 15 anos da história do bloco, agregar os membros e admiradores e divulgar a arte e os artistas locais.

Veja, a seguir, o regimento do concurso:

I – O Bloco carnavalesco Anjo Azul, primeiro do centro histórico ,abre o projeto FOLIA DE RUA desde 1994, na Rua Gabriel Malagrida (Beco da Faculdade de Direito) – João Pessoa, realizará um concurso para escolha do Estandarte que representará os 15 anos do Bloco. O concurso é direcionado aos artistas plásticos atuantes na cidade de João Pessoa e demais interessados.

II – Serão selecionados até 15 estandartes, sendo premiados os três primeiros colocados, os demais estandartes poderão participar a critério da diretoria, dos desfiles do Bloco Anjo Azul. Todos os estandartes participarão de uma exposição no Shoping Caiçara e seus autores receberão certificados de participação.

III – O propósito do Concurso de Estandartes "Anjo Azul - 15 Anos" é comemorar os 15 anos de história desta importante agremiação carnavalesca,que resgata a arquitetura barroca e a fantasia de colombina e pierrô, agregando seus membros e admiradores, além de divulgar a arte os artistas locais, portanto, a premiação decorrente deste concurso será simbólica (brindes), não sendo efetuados pagamentos das despesas com materiais e dos estandartes.

IV - Os estandartes devem ser criativos, coloridos, refletindo a alegria e história do Bloco, podendo fazer referência ao Beco da Faculdade, ao Barroco do Centro histórico da Cidade, anjos,igrejas, casarios ,a fantasia das colombinas e pierrôs.Confeccionados em materiais resistentes a intempéries, medindo em média 100 x 80 cm.

V – O concurso "Anjo Azul - 15 anos" é uma iniciativa de sua fundadora a jornalista Ednamay Cirilo, tendo como comissão de seleção os artistas plásticos Lúcia França e Tito Lobo, a Arquiteta Rossana Honorato, a Jornalista Célia Leal, o cantor e compositor Fuba autor do hino do bloco e a Cantora Eleonora Falcone, primeira rainha 2005 do bloco.

VI – As inscrições serão realizadas no período de 13. 01 a 30 01. 09, no turno da tarde, nos seguintes locais: Casarão 34 – Lúcia França, Casarão Philipeia – Soter Carreiro, Ateliê Nai Gomes – Elionai Gomes, Thomas Mindelo ( sala de administração)com a artista plástica Dulce Abstrato, GALERIA GAMELA PRAIA com Rosely Garcia, ave. Navegantes em frente ao Posto médico das praias, Ateliê DY SOUZA, em Manaíra, ateliê LACET, av Antonio Lira, 356 baixo Tambaú, Diogénes Chaves, galeria Archidy Picado no Espaço Cultural - Tambauzinho, DADÁ VENCESLAU, TETÉ...

VI I– Informações podem ser obtidas pelos fones: 8849 7850 - Ednamay Cirilo/ 9985 2725 – Lúcia França ou
e-mails:maycirilo@hotmail.com/anjoazuldobeco@gmail.com

VIII – A divulgação dos classificados será feita por e-mail ou por telefone no dia 30. 01. 09, após a seleção dos estandartes.

RAINHADOLIXOEDOLUXO

A intelectualidade e os artistas brasileiros, inclusive os paraibanos, em sua grande maioria, sobrevivem do dinheiro público. Mas a ativista cultural Ednamay Cirilo Leite, uma das personalidades mais conhecidas no meio cultural da sociedade, é uma guerreira que insiste em criar alternativas à falta de interesse e de recursos. Criatividade, disposição, e irreverência e resistência, essas são algumas das suas armas.

Com a proximidade do Carnaval, Ednamay, fundadora de um dos blocos do Folia de Rua, o "Anjo Azul", que já começou a anunciar suas prévias carnavalescas, com um baile programado para o dia o próximo dia 10 de fevereiro (sexta-feira), na Casa de Cultura Lúcio Lins, um Baile à Fantasia, que terá como tema os tradicionais personagens do carnaval, Colombina e Pierrot, e que serão representados por dois grandes bonecos caracterizados feitos com material reciclado, dos bonecos gigantes do bloco, pela EMLUR .

Na oportunidade também haverá a transferência da faixa de Rei - Gustavo Magno e da Rainha Eleonora Falcone, primeiro reisado 2005, para os músicos Marcos Fonseca e Sílvia Patriota, o lançamento do Estandarte Virtual homenageando a Tropicália pelo artista plástico Kaká Santa Cruz. Na véspera da abertura do Folia de Rua, o Bloco estará promovendo a Serenata dos Anjos, na praça João Pessoa, com a participação do Coral da Empresa Municipal de Limpeza Urbana (Emlur).Sob a maestria de Carlos Anísio.

A FOLIA DE RUA, e o Bloco ANJO AZUL, este que faz a abertura oficial desde 14 /02/1994. Concentra no beco 17 de fevereiro DE 2006, na programação inclui a tradicional LAVAGEM DA ESCADARIA, no beco da Faculdade de Direito, culminando com uma série de apresentações artísticas, entre elas, o grupo de percussão Bate com Lata - Emlur, o Maracatu Nação Maracahyba, a Orquestra do maestro Vilô,e o tradicional "banho de cheiro" nos foliões.

No desfile após a concentração, acontece um arrastão pelos becos e pelas ruas antigas da cidade, levando estandartes do Folia de Rua e Blocos Filiados. Passando pela Praça João Pessoa, Pavilhão do Chá, Palácio da Redenção, até o Ponto Cem Réis, na rua Duque de Caxias até a entrada do antigo cinema REX , também conhecido como beco da sede do Cabo Branco, entrando à esquerda, rumo a General Osório altura da Biblioteca,passeando pelos casarios históricos e templos barrocos, Ordem Terceira do Carmo, Catedral de Nossa Senhora das Neves, e Largo do Colégio das Neves, com a paradinha oficial na WSCOM sede do bloco CONFETE & SERPEMTINA de Walter Santos, para aquele uisquinho, e depois descer a ladeira da BORBOREMA de CAIXA D'ÁGUA.

Depois vai ao encontro das orquestras de frevo, entrando na Rua da Areia e Praça Antenor Navarro, onde acontece um show coletivo e a confraternização dos foliões dos diversos blocos, "arrastados" pelo Anjo Azul, o primeiro a levar a folia ao Centro Histórico de João Pessoa. Este ano com uma música composta pelo mestre Fuba, um presente para o Bloco para o histórico do beco , "uma reverência à 'May', Ednamay, como a grande Colombina, que convida a cidade à vestir a fantasia e conhecer os velhos casarões" (O Cd "De Bem com a vida", que contém a música, será lançado dia 09 de fevereiro).

Mas não se engane, porque as bandeiras defendidas por Ednamay, não costumam ter data certa, ela divulga e capitaliza as atenções para o bloco o ano inteiro, é uma referência viva de seus projetos e ideais. "Começamos em 1994, junto com o pessoal que fazia a Folia de Rua,a partir das MURIÇOCAS DO MIRAMAR, tínhamos a pretensão de realizar o resgate histórico do carnaval antigo da capital, trazendo as alegorias do passado.O lado político da coisa, tinha a pretensão de denunciar o descaso com o nosso patrimônio arquitetônico, enquanto terceira cidade mais antiga do Brasil, que tem os seus prédio todos caindo ao ¨léu, pinta o casario, mas não dá vida ao patrimônio.¨

Ela acrescenta que a idéia é trabalhar a auto-estima desses servidores, que costumam trabalhar muito nessa época do ano, antes e depois da festa", explica a presidente Ednamay, que destaca uma novidade para as prévias carnavalescas da cidade, que é a necessidade da estruturação formal, graças à atual dimensão da festa, que está obrigando os blocos a saírem da informalidade para sobreviver.

"Muita gente trabalha em cima da cidadania, mas não tem um CNPJ, pra fazer um projeto cultural e botar o dinheirinho sabe-se Deus aonde. O Anjo Azul não tem CNPJ, mas certamente terá, porque se não tiver também certamente não se encaixa dentro da modernidade", acrescenta a ativista.

Porque Anjo Azul?

Ednamay responde a esta pergunta, dizendo que o "Anjo Azul é a história da minha vida, foi inspirado no livro e inspirada em parte da minha vida, nos anos 70, quando eu vivi na Bahia, em Salvador, enquanto estudante de Jornalismo. Lá tínhamos uma boate chamada Anjo Azul, que tinha um anjo barroco, e era freqüentada pela alta sociedade, no meio dos cabarés e caetés". A história se confunde com a minha e também com a do livro e filme ANJO AZUL, passei treze anos viajando os cincos continentes quando trabalhava na multinacional francesa Club Mediterrané, onde durante o dia a vida girava em torno da informação turística,os passeios em ruinas históricas das sete maravilhas do mundo antigo, as modernidades do esporte, e gastronomia, as noites erm dedicadas a cultura dos espetáculos dos musicais, e do circo, daí, se confundir com a historia do Anjo Azul, eu mesma me sinto a Marlene Dietrich , a musa do ciname alemão que encarnou na telona o ANJO AZUL¨.

Ela está se referindo ao filme "O Anjo Azul", de Josef von Sternberg, que teve sua pré-estréia em 1º de abril de 1930, e tinha como atriz principal Marlene Dietrich, até então uma atriz berlinense quase desconhecida. Baseado na obra "Professor Unrat", de Heinrich Mann, seu tema é a tragédia e a degradação, com um enredo que conta a história de um professor que descobre que seus alunos, atores de um grupo mambembe, freqüentavam um cabaré, quando ele vai até lá na intenção de puni-los, mas se vê envolvido na sensualidade de uma cantora que o leva à ruína.

A questão da cidadania ressaltada por Ednamay Cirilo, na história do bloco, também surgiu nessa época. "Foi em Salvador que eu tive o meu primeiro impulso de trabalhar com o social, visitando as comunidades da Irmã Dulce, da reconstrução do Pelourinho, ainda como estudante, acompanhado a retiradas entre aspas, das prostitutas daquele local, era uma coisa muito peculiar, que se confundia muito com o BECO da faculdade e comigo", diz a presidente do bloco, que vê tudo que ela "fazia há 30, 35 anos atrás como uma moda hoje aqui, tão grande que eu nem tomo mais parte dessa história. Eu me tornei um símbolo de resistência e de confronto, porque eu detono, detono legal, digo mesmo o que é que tem de se dizer", acrescenta.

A partir daí o Anjo Azul se tornou um "beco", porque é lá que está localizada sua sede, na casa de nº 52, no beco da Faculdade de Direito, entre a praça dos três poderes, onde acontecem uma série de atividades culturais, no "Espaço Anjo Azul", totalmente voltado para as escolas, "porque essa é a geração que vai contar a história, da filosofia do carnaval", conclui.

Mais histórias sobre o Bloco e o Carnaval (por Ednamay Cirilo)

"Os estudantes, que participam da folia desde 1994, à medida que eles vão saindo da Faculdade, e vão tomando rumo dentro da advocacia, vão ficando cada vez mais ligados, e é uma parceria interessante, porque tem desembargador, juiz, advogado, a gente tem toda a assessoria jurídica do bloco".

"O Anjo Azul não tem sexo, não tem cor, termina o carnaval e a gente já começa com a Confraria do Beco , que acontece no Sábado de Aleluia, quando malhamos o nosso ¨judas ¨, sem rosto, tantas são as opções. A gente tem entrado ha história da religião, porque o Beco tem uma influência muito forte com o padre Gabriel Malagrida, que foi morto na inquisição e que ajudou a construir o colégio dos jesuitas onde atualmente funciona a faculdade de direito.

"O Anjo Azull não é radical, trabalha com o rock, com o forró, dá abertura para todas as linguagens, e esse ano nosso estandarte é virtual e digital, totalmente na moda, e nós também estamos na moda da Internet. Ele é tropicalista, em homenagem à Ednamay, claro".

"O Muriçocas do Miramar deu o suporte para que se criasse o Folia de Rua, todos os blocos são filhos das Muriçocas, não adianta dizer o contrário, depois todo mundo saiu pra fazer o seu bloco onde mora. E a história de sucesso das prévias do carnaval na cidade, também se confundem com a história das Muriçocas, na década de 80, quando o povo todo viajava para passar o carnaval em outros lugares, como o Recife".

"Surgiu a idéia de se fazer uma prévia, cada um mostrava o seu potencial, fazia o que sabia fazer e jogava na praça, pra comemorar o aniversário de um dos filhos de Vitória, Tiago (Vitória Lima, escritora paraibana e uma das fundadoras das Muriçocas). A gente tava sempre criando alguma coisa, e isso era na quarta-feira de fogo, e como ela mora lá perto da pracinha das Muriçocas, convidou um grupo de músicos e amigos, que normalmente já se encontravam, pra fazer um carnaval. Depois,cada um fez o seu bloco"

Lilla Ferreira