domingo, 13 de setembro de 2009

CANHOTO



MÚSICA de CANHOTO DA PARAIBA é destaque na ¨ MIMO¨ - MOSTRA INTERNACIONAL DE MÚSICA EM OLINDA.

O Trio de Câmara Brasileiro, dessa vez traz na bagagem a música instrumental do violão ¨destro¨ de Canhoto da Paraíba.

Com patrocínio da Petrobras, o Trio Camara Brasileiro acaba de gravar ¨Saudades de Princesa ¨(Crioula Records), CD contendo 12 músicas do notável violonista paraibano, algumas delas inéditas. O projeto prevê, ainda, a realização de uma turnê para divulgar o álbum.

O trio irá se apresentar em várias cidades brasileiras entre elas Brasília, São Paulo, Rio de Janeiro, Salvador, Recife , João Pessoa e claro: Princesa Isabel no alto sertão do Estado, terra natal do músico, morto em 24 de abril de 2008, vítima de um infarto.

Parte desse trabalho já foi conferido durante à Mostra Internacional de Música em Olinda, que aconteceu na primeira semana de setembro ( entre os dias 03 e 07/09/2009) . Para uma plateia interessada, na música instrumental e ao mesmo tempo dividindo a cena com um grande destaque da nossa música popular brasileira .

O trio formado pelo violonista e diretor musical Caio Cezar, pelo bandolinista Pedro Amorim e pelo cavaquinista Alessandro Valente tocou choros, valsas e até uma bossa nova de autoria de Canhoto.

Esse material foi garimpado pelo próprio Caio. A tia do músico é casada com um irmão de Canhoto, ambos lá de Princesa Isabel. Em reuniões de família, em Pernambuco, onde Caio nasceu, o hoje diretor musical conheceu Canhoto que vivia em Paulista vizinha à Olinda em Pernambuco. Com ele, compartilhou choros e chegou perto de excursionar pelo Brasil através do Projeto Pixinguinha, porém “Foi quando (1998) Canhoto foi acometido de Acidente Vascular, o AVC, que o paralisou”, lembra Caio.

O músico continuou a visitar Canhoto, que, sem poder tocar, passou a viver quaze a mingua na cidade de Paulista (PE).
Nessas visitas, recebia fitas cassete com registros de músicas do paraibano, músicas estas que ele tocava em festas e serestas.

Com uma preciosa coleção de 70 cassetes, Caio, juntamente com a produtora Lu Araújo, Diretora Geral da MOSTRA INTERNACIONAL DE MÚSICA EM OLINDA - MIMO, também é da Crioula Records, que fez o premiado CD Bom Todo, de Zabé da Loca, começou a peneirar as composições de Canhoto para a criação de um songbook e o disco Saudades de Princesa.

“São apresentações em festas, com pessoas falando alto e muito barulho. Deu um trabalho danado, mas conseguimos tirar o violão de Canhoto em boa parte delas”, revela Caio. As músicas foram transcritas em partituras para compor o songbook, que deverá ser distribuído gratuitamente em escolas, com a finalidade de não deixar a obra de Canhoto ser esquecida.

Ao todo, Caio e Lu chegaram a 67 composições do saudoso violonista Canhoto. “Elas estão digitalizadas e arquivadas em sete CDs cheinhos”, conta Caio, que revela: “Conseguimos patrocínio apenas para o CD e os shows – com exceção da cidade natal do homenageado, Princesa Isabel,localizada no sertão da Paraíba , esse shwo vamos fazer por conta da própria família ”, diz Caio.

“O Canhoto merecia essa homenagem”. Ele conta, ainda, que mesmo sem apoio, foram fazendo as partituras, mas precisam de patrocínio para os livros.

O título do CD, comenta o músico, é outra grande homenagem .“Toda vez que ia visitar Canhoto, a filha dele sempre dizia o quanto ele gostaria de voltar para Princesa Isabel, o quanto tinha saudade da sua cidade”.

DIVERSIDADE MUSICAL

Caio diz que a ideia do CD era revelar a diversidade musical de Canhoto. “Há duas valsas, cinco choros, maxixe e até uma bossa nova”. “Entrando na bossa”, aliás, foi bastante aplaudida no concerto da ‘Mimo’. A capa foi encomendada a um conterrâneo de Canhoto, o artista plástico Luiz Andrade, e o encarte traz diversas fotos do paraibano, cedidas por amigos de Princesa Isabel.

Canhoto morreu no Recife, na quinta, 24/04/2008, o violonista paraibano nascido Francisco Soares de Araújo, ficou célebre com o apelido de Canhoto da Paraíba, um dos expoentes do choro nordestino, admirado pelos mais importantes músicos brasileiros, como Paulinho da Viola e Hermínio Bello de Carvalho. Canhoto teve um enfarte - já tinha tido um derrame há uns 10 anos, o que o forçou a parar de tocar.

Nascido em 19 de maio de 1928, segundo a Enciclopédia Itaú Cultural, Canhoto da Paraíba, como o nome indica, tocava com a mão esquerda. Mas desenvolveu uma técnica particular de execução ao violão, com o instrumento invertido (mas sem inverter as cordas). Além disso, possuía um sentido harmônio e melódico incomuns, motivo que o fez ser admirado por todos os colegas do instrumento. Sacristão, aos 16 anos iniciou a carreira como músico na Rádio Clube, no Recife (PE).

Foi parceiro de Sivuca e Luperce Miranda e de grandes intérpretes do choro, como Rossini Ferreira e Zé do Carmo. Em 1959, esteve no Rio de Janeiro pela primeira vez e conheceu a nata do choro carioca, como Pixinguinha, Jacob do Bandolim, Radamés Gnattali e Paulinho da Viola. Este último se tornou uma espécie de admirador eterno, e sempre que podia incorporava Canhoto em suas turnês. Tocaram juntos no Heineken Concerts e com a Velha Guarda da Portela no Palace, em São Paulo.


Em 1999, saiu o disco Os Bambas do Violão (Kuarup), que trazia Canhoto emparelhado com os maiores do instrumento, como Baden Powell, HenriqueAnnes, Nonato Luís e Rafael Rabelo. O crítico de música Mauro Dias escreveu, no Caderno 2 de O Estado de S.Paulo: "Paulinho da Viola talvez não fosse o mesmo se não houvesse antes dele Cartola e Nelson Cavaquinho e certamente não seria o mesmo se um dia não tivesse ouvido Canhoto da Paraíba".

Nessas visitas, recebia fitas cassete com registros de músicas do paraibano, músicas estas que ele tocava em festas e serestas.

Com uma preciosa coleção de 70 cassetes, Caio, juntamente com a produtora Lu Araújo (da Crioula Records, que fez o premiado CD Bom Todo, de Zabé da Loca), e diretora da MIMO, começou a peneirar as composições de Canhoto para a criação de um songbook e o disco Saudades de Princesa.

“São apresentações em festas, com pessoas falando alto e muito barulho. Deu um trabalho danado, mas conseguimos tirar o violão de Canhoto em boa parte delas”, revela Caio. As músicas foram transcritas em partituras para compor o songbook, que deverá ser distribuído gratuitamente em escolas, com a finalidade de não deixar a obra de Canhoto ser esquecida.

Ao todo, Caio e Lu chegaram a 67 composições do saudoso violonista Canhoto. “Elas estão digitalizadas e arquivadas em sete CDs cheinhos”, conta Caio, que revela: “Conseguimos patrocínio apenas para o CD e os shows – com exceção d da cidade natal do homenageado, Princesa Isabel,localizada no sertão da Paraíba , esse vamos fazer por conta própria da família ”, diz Caio.

“O Canhoto merecia essa homenagem”. Ele conta, ainda, que mesmo sem apoio, foram fazendo as partituras, mas precisam de patrocínio para os livros.
O título do CD, comenta o músico, é outra grande homenagem .“Toda vez que ia visitar Canhoto, a filha dele sempre dizia o quanto ele gostaria de voltar para Princesa Isabel, o quanto tinha saudade da sua cidade”.
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