domingo, 20 de dezembro de 2009

GASTRONOMIA

Puxa! Quanta novidade. Resolvi enveredar pelo fantástico mundo do forno e fogão e me ofertei de presente de Natal uma batedeira do modelo mais simples, destes que não deixam dúvidas até para os mais incompetentes em matéria de uso de eletrodoméstico portátil. A verdade é que estes eletrinhos que infernizam a TV aberta na competição das super lojas nos deixam sem palavras. Entre pranchas de cabelo e superliquidificadores que fazem sucos em três minutos com casca e caroço, optei pela batedeira. Afinal, quero impressionar os meus amigos com um belíssimo bolo.

De receita nas mãos, ingredientes devidamente escolhidos e de acordo com o produto, preparei-me para a mistura dos ingredientes na batedeira. Na cozinha estava ouvindo a “companheira” Globo FM.Lembrei de Jefferson Beltrão e Ewerton Matos. Queria comunicar a eles o momento definitivo de ligar a batedeira e quem sabe arrancar uma trilha sonora adequada para este momento.Mas eles não estavam lá. Então, parti para acionar o botão da batedeira. Comecei com a menor velocidade e fiquei angustiada. Lembrei do Senna e mandei ver. Coloquei na máxima. Sim, eu fiquei feliz. A massa ou creme estava com uma belíssima cara de chocolate. Quanto milagre tecnológico.
Como o forno estava quente, despejei a mistura na forma devidamente untada e coloquei para assar.

Até aqui a coisa funcionou bem. Desliguei a máquina e coloquei tudo como deveria ser. Agora, teria que contar o tempo para retirada do bolo do forno.

Então, aconteceu o desastre. A minha primeira batedeira me pregou uma peça. Parece que ganhou a vida própria, pois resolveu ser acionada sozinha e o que sobrou da massa ou mistura foi respingada para todos os lados. Foi mesa, geladeira, paredes e até o rádio. Esqueci do recurso de retirar da tomada tal foi o meu momento de interrogação emocional. Parecia um carro descontrolado, sem freio. Parecia também alguém descontrolado que você precisa conter. Mantive a calma e a serenidade. Pedi ajuda aos santos e anjos. Além de fazer parar aquilo ainda teria que limpar a área. Consegui enfim realizar as duas coisas.

Agora é esperar o bolo assar. O cheirinho do bolo começa a provocar meus instintos. Absolutamente realizada pela execução da tarefa doméstica, eu começo a sonhar. Sim, a batedeira e meus sonhos. Quem sabe consigo fazer uma torta salgada, uma torta doce, um merengue, um suspiro?
Quem sabe consigo fazer belas e deliciosas receitas, daquelas que comemos cheios de prazer e quem sabe se convido aquelas amigas para mostrar o meu mais recente talento. Lógico que terei que treinar mais. Lógico que terei que dedicar um momento semanal para esta prática antes de realizar o convite.
Deus me livre da língua ferina de Jolivaldo Freitas, das críticas ácidas de Josalto Alves. Pior ainda do Sérgio Mattos que nem presta atenção no que come porque tem sempre que falar dele mesmo e pode esquecer de apreciar a iguaria. Também queria convidar Emiliano José, mas ele pode começar a lembrar dos tempos em que ficou preso e ai corremos o risco de grande emoção.

A batedeira gerou também novos compromissos. Até o final do ano tenho que fazer um bolo para Luiz Ademir Souza que comemora 40 anos como escritor e já me arrepia o fato de que ele pode comparar com os maravilhosos bolos que minha mãe fazia. Isto me remete a uma profunda pesquisa sobre receitas absolutamente simples e saborosas.
Já coloco em minha agenda de 2010 a preparação do bolo de aniversário para Álvaro Gomes que deverá comemorar em plena campanha política.

Outras receitas especialíssimas irão via sedex para Mauro Voigt e Miguel Villar. Meus dois amados paulistas, amores diferentes, mas irretocáveis. O de Mauro deverá ter sabor de Marrocos e o de Miguel algo que remeta ao seu profundo amor a Santana do Parnaíba.

Tenho que lembrar do Juca Ferreira e pensar em algo xadrez tipo verde e vermelho. Mas meu conhecimento culinário não irá além de pensar em recheio de kiwi e morango. E ainda pensando nele, no sucesso de nossa parceria com a exposição de Anízio Carvalho, é que penso também em chamar o Anízio para fazer as fotos do bolo a ser produzido, pois perfeição maior não haverá.


Quero realizar também uma tarde beneficente com a minha possível assinatura em pães e bolos que ainda nem desconfio se terei capacidade de produzir. Penso que Otaviano Muniz poderia dar repique a tudo isto no facebook, a Vera Martins no Twitter e que a Ednamay Cyrilo convide metade da Paraíba e do mercado cultural para tomar conhecimento do fato.

A verdade é que este Natal será diferente. Terei orgulho em dizer a minha filha Andréa que já faço um bolo. E ela abrirá aquele sorrisão de felicidade.

Promessas feitas, sonhos sonhados, terão a execução.

Quero mais uma trilha sonora que faça com que Bule Bule cante meus encantos; estou querendo também Tuzé de Abreu cantando Barão.. barão.
E para representar o Jacu teria que vir mesmo meu lindo e amado Luiz Jasmim.

Todos eles são lembrados, pois quando chegar a hora de degustar meu supremo destaque gastronômico estarão presentes mulheres extraordinárias. Convidarei amigas como Ana Bruni, Tânia Gomes, Fátima Danemann, Vera Martins, Suzana Varjão, Sandrah Sagrado, Iza Calbo, Bice Khalil, Margarida Neide, Záira Tati, Laurinha, Chepy Aguivé, Regina Gandolfi, Norminha, Patrícia Tosta, Olga Marialenko,Kardé Mourão, Izabel Mesquita, Jeanete Mazziero, Emília Fernandes, Moema Gramacho, todas as Graças (são muitas) e até amigas in memorian.

O bolo está cheirando, tenho que enfrentar a retirada do forno. A minha filha Andréa já está apreciando. Cheirinho bom. Coloco o palito. Ficou no ponto conforme a bula, o receituário ou a receita do bolo. Tudo certo neste primeiro momento. A tarefa foi árdua. O resultado foi lindo. Teste realizado e aprovação recebida.

E que a notícia circule entre os meus milhares de amigos virtuais. Orkut do coração com todas as minhas comunidades. Anos de longas e intermináveis amizades. Do curto e rápido Twitter. Do Yahoo, Facebook, do Youtube, Dihitt, Plaxo. Prometo a publicação de fotos e vídeos. E deixem a imaginação rolar.

Mulheres de todas as redes estão também inseridas neste contexto. Aquelas que foram qualificadas pela Fundação Jaqueira. Aquelas que leram o que escrevo e aquelas que assistem aos vídeos que produzo.

E o bolo será abençoado pelo Monsenhor Gaspar Sadoc para quem já reservo a primeira fatia, pois completou 68 anos de sacerdócio. E já vejo o sorriso mais doce do mundo estampado em sua face que parece tirar teima com a idade. A presença dele acalma e ficarei mais serena e confiante.

Todos os citados aguardem convocação.

Verinha Mattos foi ao forno e não aconteceu nenhum desastre.
O mundo está igual.

Eu é que mudei e talvez consiga realizar coisas fantásticas neste fantástico ano que se aproxima.Precisarei de uma batedeira maior.
Feliz Natal e Feliz Ano Novo!

Vera Mattos.
08/12/2009