domingo, 6 de novembro de 2011

A corrupção intrínseca
IVALDO GOMES professor. agitador cultural ¨ A sociedade civil organizada retomou as ruas para protestar contra as coisas que acredita, defende e confia que possa ser diferente. Passeatas e protestos tomam conta do país e do mundo. Hoje em mais de 1000 cidades em 100 países, o exercício da cidadania está nas ruas. São movimentos que lutam por democracia, por eleições diretas, por moradia decente, por direitos iguais para negros, índios, mulheres e homossexuais. Em defesa da natureza, dos animais, dos rios, do patrimônio histórico e imaterial. A sociedade cansou de promessas de seus dirigentes. Mesmo sendo ela quem os escolhe, mas sem ter o direito de controlá-los. Talvez ai esteja à falha mestra que nos coloca sempre nas mãos dos políticos e que sempre - salvo honrosas e raras exceções - nos deixam na mão. Pois eles olham apenas seus interesses e dos grupos que os mantém no poder. Passam-se as eleições e os eleitos fazem o que querem com o nosso voto. Terminamos na prática sendo cumplices das sandices e dos autoritarismos que muitos desses dirigentes cometem. Afora isso, ainda nos deparamos com um sistema de corrupção intrínseco na maioria das instituições, incrustado no aparelho do Estado brasileiro e que de forma histórica, é mantido de forma ‘legal’, mas moralmente discutível e eticamente condenável. Quando vejo o povo nas ruas meu coração bate cheio de esperanças. Esperanças que são alimentadas pelo pulsar do pulso popular. Das iniciativas cidadãs, apartidárias, pacíficas, que se soma a um esforço coletivo de sair às ruas e dizer, alto, claro e bom som, que não aceitamos mais a violência contra a mulher, os crimes praticados contra os homossexuais, o racismo impingido aos negros, a violência impune do trânsito, os assassinatos dos trabalhadores rurais por falta de uma política de reforma agrária decente. Pelo não direito a moradia, água e saneamento básico. Por falta de um sistema de saúde, educação e segurança pública de qualidade. Pois todas essas lutas e reinvindicações são vítima contumaz da corrupção. Corrupção que retira dos cofres públicos os recursos que deveriam ser aplicados justamente no combate a tudo isso. Mas a corrupção não deixa. Ela não dá trégua. O corruptor e o corrompido se unem contra a sociedade. A corrupção deve ser eleita a nossa prioridade número um em combate público. Cobrando das instituições que deve combatê-la com veemência e tenacidade. Não dá mais para aceitar que o Ministério Público, órgão responsável pela fiscalização da aplicação das leis, fique omisso ou não faça valer a sua determinação constitucional. É inadmissível que tenhamos que fiscalizar o fiscal do Ministério Público. Como não dá mais pra aceitar calado que os Conselheiros dos Tribunais de Contas seja nomeados por quem tem contas a serem julgadas pelos Tribunais. Isso é uma vergonha! Um ato de corrupção explícita. Mudem a regra se querem ser respeitados. Façam direito se querem ser reconhecidos. Faço um apelo para aqueles que estão engajados na mobilização popular contra a corrupção na Paraíba/Brasil, que se faça presente nas passeatas e marchas que acontecem em João Pessoa nesse momento histórico. Pois todas elas, no fundo, no fundo, são fruto das injustiças, alimentadas por um sistema de corrupção que segrega, humilham, descrimina, mata, mantém impunidades, destrói o tecido social e só constrói iniquidades, pois alimenta um egoísmo doentio de uns poucos, em detrimento dos interesses da maioria da nossa população. Os corruptos devem ser identificados e punidos severamente. Para que sirva de exemplo e lição de cidadania. Vamos às ruas para que a justiça prevaleça.¨ ____________________________ Não esqueça: Dia 15 de Novembro, MARCHA CONTRA À CORRUPÇÃO NA PARAÍBA. Concentração às 16 horas no Busto de Tamandaré – Praia de Tambaú – João Pessoa – PB. O nosso movimento é apartidário e pacífico. Somos contra a violência, por isso combatemos à corrupção.