domingo, 11 de julho de 2010

POETA MARIANO

Amigos, leitores, artistas, jornalistas:
Comunico, aos que ainda não sabem, a minha saída da editoria da revista de cultura Correio das Artes, suplemento do jornal A União, do governo do Estado da Paraíba.

De maio de 2009 a junho de 2010, foram 13 números que produzi com a equipe do corpo técnico de A União, mais a indispensável generosidade dos vários colaboradores do Brasil e do exterior (12 números da periodicidade mensal e um especial sobre Machado de Assis). Coube a mim a coordenar a edição histórica dos 60 anos do Correio das Artes, o mais antigo suplemento literário em circulação no país.
Caiu no meu colo o encargo também de coordenar os concursos literários Correio das Artes 60 anos (um de redação escolar em nível estadual e dois para livros de contos e poemas, em nível nacional), o que muito me sugou, pois eu ainda tinha que conciliar dois turnos de expediente no meu trabalho no INSS, funcionário público federal concursado que sou desde os 20 anos de idade.
Saio sem poder ter levado a cabo um projeto ambicioso que seria a digitalização de todos os números do Correio das Artes desde 1949 para disponibilizar online ao público, como o soube conduzir o editor Fabrício Marques do Suplemento Literário de Minas Gerais; saio sem ver um desejo mínino que seria testemunhar as 631 escolas estaduais da Paraíba receberem pelo menos um exemplar da revista, tornando o Correio das Artes um material pedagógico auxiliar para os alunos de ensino fundamental e médio; saio sem poder ter viabilizado a independência da revista como publicação, com assinaturas para todo o país, o que foi uma procura constante de leitores de outros estados. Como muitos de vocês sabem, quando se lida com o lado oficial, nem tudo que se quer é possível. Rotas de colisão existem. Poupemo-nos dos detalhes.
Fica, porém, a certeza de que primei pela democratização do espaço, sendo a publicação um bem público. Por isso mesmo, em momento nenhum deixei que minhas preferências por este ou aquele movimento estético interferisse neste processo. Sendo um bem público, como sempre enfatizei nos editoriais, o suplemento Correio das Artes esteve aberto da tradição e à experimentação, abrigando novos e veteranos.
Agradeço a todos a colaboração e me desculpo pelos muitos textos que estavam à espera que não pude levá-los a público. Agradeço as várias manifestações de solidariedade que tenho recebido, entre elas a dos amigos poetas Sérgio de Castro Pinto, André Ricardo Aguiar, Lau Siqueira e a do desembargador José Di Lorenzo Serpa, também poeta.
Pela parceria, fica um abraço a Linaldo Guedes, meu antecessor. Ao meu sucessor, Astier Basílio, boa sorte.
Recolho-me um pouco para a minha vida pessoal que estava prejudicada pelo acúmulo de trabalho e para cuidar de minha obra literária, também prejudicada.
Brevemente voltarei com o projeto Tome Poesia, Tome Prosa que criei e conduzia desde 2004, também interrompido por falta de tempo e de energia física.
Ficam meus contatos:
antoniomariano@yahoo.com
antoniomarian@gmail.com
Orkut:
http://www.orkut.com.br/Main#Profile?uid=14145726454759270226
Twitter:
http://twitter.com/antonio_mariano

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A edição de junho de 2010, meu último trabalho de editor do Correio das Artes, traz em sua capa com o título "Memória Resgatada" uma homenagem a Antônio Barreto Neto, um dos grandes críticos cinematográficos da Paraíba.
Constam da edição, entre outros, Gonzaga Rodrigues, o próprio Barreto Neto com um ensaio sobre o cinema de Glauber Rocha, todos publicados no livro "Cinema por Escrito", que saiu sob a chancela de A União.
Esta edição consta também com colaborações de Márcia Maia que publica o conto "Cinema mudo";
Claudio Portela com a resenha sobre a biografia de Rimbaud escrita por Edmundo White; Walter Ramos de Arruda nos traz a crônica "A mulher invisível";
Amador Ribeiro Neto, em sua coluna Festas Semióticas, traz o texto "Vivacidade do Tropicalismo";
O poeta e tradutor Paulo Henriques Britto, vencedor do Prêmio Portugal Telecom de Literatura Brasileira em 2004, nos presenteia com o um poema inédito: "Pequeno manual de retórica";
Ricardo Anísio está nas páginas duplas da revista com seis poemas de seu livro inédito "Florilégio";
O poeta e escritor português radicado no Brasil, Luís Estrela de Matos, comparece com três poemas";
Poemas de "Escritor no ônibus", livro de Jairo Cézar, selecionado pelo edital Novos Escritos, da Funjope;
Ronaldo Cagiano comparece com poemas traduzidos do argentino Rodolfo Alonso;
João Batista de Brito, na sua coluna Imagens Amadas, escreve sobre o lado ruim da cinematografia de Alfred Ritchcock;
Analice Pereira escreve sobre o filme argentino "O segredo dos seus olhos", vencedor do Oscar 2010 de melhor filme estrangeiro;
O poeta pernambucano Ângelo Monteiro presta uma homenagem a um conterrâneo falecido recentemente, o também poeta José Manuel Capêlo;
Jomard Muniz de Britto escreve sobre a exposição do paraibano Raul Córdula;
Joacil de Brito Pereira faz uma incursão por um Brasil de outrora, embalado pela poética de Murilo Bernardo;
José Bezerra Cavalcante escreve sobre Aliados Poemas e Bola Brasil, novo livro de Jomar Morais Souto;
Hildeberto Barbosa Filho, em sua coluna Convivência Crítica, escreve sobre Joacil de Brito Pereira e José Américo de Almeida;
Rinaldo de Fernandes, em sua coluna Rodapé, Ponto de Vista Crítico dá continuidade ao tema "Machado de Assis e o Sadismo".
As ilustrações desta edição são asssinadas por Tônio, Nivaldo Araújo e João Lobo
A editoração eletrônica ficou a cargo de Júnior Damasceno e Ulisses Demétrio.
Esta e outras edições a meu encargo podem ser conferidas no site:
http://www.auniao.pb.gov.br/v2/index.php?option=com_content&task=blogcategory&id=58&Itemid=67

Muita poesia e boa prosa.
Antônio Mariano
(Editor de maio/2009 a junho/2010 do Correio das Artes)