sábado, 20 de fevereiro de 2010

REGINALDO



A TURMA AMANTE DO ANJO AZUL - REISADO ...


Reginaldo Marinho - Fonte: http://wscom.com.br/colunistas/coluna.jsp?id=8363&colunista=32

A política na Paraíba continua do mesmo modo que o Pastoril. São sempre dois cordões, o azul e o encarnado. Em princípio, essa polarização não deveria ser necessariamente negativa. A política da nação mais poderosa do mundo gravita em torno de dois partidos. A existência de apenas dois partidos predominantes não impede o desenvolvimento econômico e social dos Estados Unidos.

Na Paraíba, essa polarização política é muito nociva ao nosso estado. Os projetos que deveriam ter a sociedade como beneficiária são conduzidos com a finalidade mesquinha de atender a interesses pessoais.

Quando o prefeito inaugurou a reforma do Ponto de Cem Réis, a obra virou uma grande polêmica. Convenhamos, o resultado ficou muitas vezes superior ao que estava lá por quatro décadas. O novo Ponto de Cem Réis foi uma conquista da cidadania que passou a ter um espaço para uma grande variedade de manifestações. Mas não será por isso que prejudiquem outras atividades que funcionam bem fora dali.

Uma coisa é reconhecer a importância daquele espaço para prática de atividades artísticas, outra coisa é querer impor o uso do espaço para outras manifestações que já viraram tradição em outros ambientes, como é o caso do carnaval.

Folia de Rua é uma organização que congrega os diversos blocos da capital que transferem beleza e alegria ao carnaval antecipado que ocorre em João Pessoa.

Comentando com uma assessora do prefeito sobre a possível influência na decisão de transferir a abertura da Folia de Rua para o Ponto de Cem Réis, ela respondeu que o prefeito não esteve na votação que definiu o novo local para inaugurar os festejos carnavalescos. Eu disse que Lula também não precisa ir ao Congresso Nacional para aprovar as medidas provisórias do interesse dele.

O resultado foi o que todo mundo viu. Um carnaval fragmentado. Uma lapinha. Cordão azul e cordão encarnado no carnaval de João Pessoa. Os foliões do Anjo Azul, do Confete e Serpentina, do Picolé de Manga e as demais agremiações, não podendo acompanhar os seus blocos até o Varadouro, ficaram diluídos por uma vontade imperial. O carnaval de João Pessoa ficou estático, perdeu aquela deliciosa dinâmica do percurso tradicional pelo Centro Histórico.

Um show de Alceu Valença pode ser realizado em qualquer época do ano, não precisaria apropriar-se do carisma dele para engessar o carnaval da capital, na tentativa de consolidar o Ponto de Cem Réis.

A gloriosa Ednamay Cirilo e o maestro Walter Santos ainda conseguiram entrelaçar os dois blocos Anjo Azul e Confete e Serpentina na Rua General Osório, a partir de onde seguiram o percurso amesquinhado do novo carnaval de João Pessoa.

Na noite do Cafuçu, o problema se repetiu com mais intensidade. O bloco foi fragmentado em duas partes, uma no Ponto de Cem Réis e outra no largo da Igreja do Carmo, pela mesma vontade de privilegiar o novo-antigo logradouro. O que era para ser concentração inverteu-se e a Rua Visconde de Pelotas ficou intransitável de gente que ia de um lado para outro para ver se a outra parte era melhor, desconcentrou todo mundo e o bloco não saiu, pelo menos até a meia-noite. Uma pena. Foi mais um carnaval que passou meu amor

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