domingo, 28 de fevereiro de 2010

SHWO

ROBERTA SÁ - SHOW “PRA SE TER ALEGRIA” CANTORA SE APRESENTA PELA PRIMEIRA VEZ EM JOÃO PESSOA NO PRÓXIMO DIA 28 DE FEVEREIRO

Uma das cantoras mais festejadas da nova MPB, a potiguar - radicada no Rio - Roberta Sá se apresenta pela primeira vez em João Pessoa hoje 28 de fevereiro, a partir das 20h, no palco do Teatro Paulo Pontes do Espaço Cultural José Lins do Rego.

Na bagagem, ela traz o show ‘Pra se ter alegria', lançado ano passado em CD/DVD ao vivo. Nele, ela mistura o repertório de seus discos Músicas de "Braseiro" (2005) e "Que belo estranho dia pra se ter alegria" (2007).
No repertório estão sucessos como "Alô Fevereiro", "Interessa?", "Janeiros", "Mais Alguém" e "Eu sambo mesmo", além de "Agora Sim", parceria da cantora com Carlos Rennó e Pedro Luis. O cenário é de Gringo Cardia e o figurino é de Isabela Capeto.

Serviço:

ROBERTA SÁ - PRA SE TER ALEGRIA
Quando: 28 de fevereiro, às 20 horas
Onde: Teatro Paulo Pontes (Mezanino 01 do Espaço Cultural José Lins do Rego)
Ingressos: R$ 50 (inteira) e R$ 25 (estudante)

MÚSICA

Um belo dia para se ter Roberta Sá

Roberta Sá é uma diva. Tem tudo que uma diva da MPB tem que ter. Uma voz bonita, uma simpatia esbanjada num sorriso muito lindo e contagiante. É o que se pode ver em uma das apresentações do seu DVD, Pra Se Ter Alegria, em que ela canta “Mambembe”, com um dos supremos poetas da MPB, Chico Buarque de Hollanda - que o maridão Pedro Luis (o da Parede) não nos ouça, mas se tem a impressão de que os dois estão “paquerando” enquanto cantam, tal é o entrosamento.
Roberta Sá estará aqui, em João Pessoa. Vem com o repertório do DVD, que por sua vez é uma fusão dos seus dois discos, Braseiro (2005) e Que Belo Estranho Dia Para Se Ter Alegria (2007), este último lhe conferiu dois prêmios APCA, de Melhor Álbum e de Melhor Cantora. Além do timbre e da graça que, irremediavelmente, nos trazem a lembrança de outra diva da MPB, Marisa Monte, há que se reconhecer que Roberta Sá, pelo cuidado na escolha do repertório, se filia também numa outra tradição - a do samba.
Perguntada sobre o repertório do show na Paraíba, por e-mail, Roberta Sá respondeu que o show é basicamente o mesmo do DVD. “Na estrada, a gente sempre tira uma, coloca outra”. Todavia, a cantora anuncia novidades: “Tem um pot-pourri de samba-enredo que preparamos para o Réveillon que não conseguimos mais parar de tocar”.
Sobre o fato de estar tocando na Paraíba, Roberta Sá não esconde o entusiasmo. “O tempero especial é o público que eu adoro. Vai ser uma delícia! A intenção desse DVD era que ele fosse o retrato fiel desse momento lindo na minha história, que é início da minha carreira e, por isso, o repertório é uma mistura das músicas dos meus dois discos”.
Nascida em Natal, no vizinho Rio Grande do Norte, Roberta Sá mudou-se para o Rio de Janeiro aos nove anos. Em 2002, a cantora participou do Fama, da Rede Globo - mesmo sendo destacada como uma das revelações, não chegou nem às semifinais do programa, que foi vencido pelo mineiro Marcus Vinícius (alguém se lembra dele?).
A sorte começou a sorrir para Roberta Sá pouco tempo depois da participação no Fama. Em 2003, a cantora preparou uma demo, só com cinco canções. Caiu nas mãos de quem? De ninguém menos que Gilberto Braga, que estava escrevendo a novela Celebridade.
O noveleiro percebeu que a moça tinha um jeito de cantar samba com graça e sugeriu que ela cantasse “A Vizinha do lado”, de Dorival Caymmi. Roberta Sá gravou. Emplacou na trilha.
Mas, ciente de que seu trabalho merecia de um cuidado todo especial, Roberta Sá não quis pegar carona no sucesso da novela. Tanto é que o seu primeiro disco, Braseiro, veio só dois anos depois - embora ela tenha gravado, um ano antes, Sambas e Bossas, CD distribuído como brinde de uma empresa.
Ano passado, Roberta Sá resolveu prestar uma homenagem a Carmem Miranda. Quem participou do espetáculo, intitulado Alô... alô? 100 anos de Carmen Miranda foi o biógrafo da pequena notável, Ruy Castro.
Ele comentava, no intervalo de cada número: “Roberta Sá transita sem o menor temor entre o material já consagrado pelos grandes nomes e o que cabe só a ela consagrar. E por que consegue isto? Porque, em tempo recorde, cristalizou um estilo a que qualquer canção”, opinou.

sábado, 20 de fevereiro de 2010

REGINALDO



A TURMA AMANTE DO ANJO AZUL - REISADO ...


Reginaldo Marinho - Fonte: http://wscom.com.br/colunistas/coluna.jsp?id=8363&colunista=32

A política na Paraíba continua do mesmo modo que o Pastoril. São sempre dois cordões, o azul e o encarnado. Em princípio, essa polarização não deveria ser necessariamente negativa. A política da nação mais poderosa do mundo gravita em torno de dois partidos. A existência de apenas dois partidos predominantes não impede o desenvolvimento econômico e social dos Estados Unidos.

Na Paraíba, essa polarização política é muito nociva ao nosso estado. Os projetos que deveriam ter a sociedade como beneficiária são conduzidos com a finalidade mesquinha de atender a interesses pessoais.

Quando o prefeito inaugurou a reforma do Ponto de Cem Réis, a obra virou uma grande polêmica. Convenhamos, o resultado ficou muitas vezes superior ao que estava lá por quatro décadas. O novo Ponto de Cem Réis foi uma conquista da cidadania que passou a ter um espaço para uma grande variedade de manifestações. Mas não será por isso que prejudiquem outras atividades que funcionam bem fora dali.

Uma coisa é reconhecer a importância daquele espaço para prática de atividades artísticas, outra coisa é querer impor o uso do espaço para outras manifestações que já viraram tradição em outros ambientes, como é o caso do carnaval.

Folia de Rua é uma organização que congrega os diversos blocos da capital que transferem beleza e alegria ao carnaval antecipado que ocorre em João Pessoa.

Comentando com uma assessora do prefeito sobre a possível influência na decisão de transferir a abertura da Folia de Rua para o Ponto de Cem Réis, ela respondeu que o prefeito não esteve na votação que definiu o novo local para inaugurar os festejos carnavalescos. Eu disse que Lula também não precisa ir ao Congresso Nacional para aprovar as medidas provisórias do interesse dele.

O resultado foi o que todo mundo viu. Um carnaval fragmentado. Uma lapinha. Cordão azul e cordão encarnado no carnaval de João Pessoa. Os foliões do Anjo Azul, do Confete e Serpentina, do Picolé de Manga e as demais agremiações, não podendo acompanhar os seus blocos até o Varadouro, ficaram diluídos por uma vontade imperial. O carnaval de João Pessoa ficou estático, perdeu aquela deliciosa dinâmica do percurso tradicional pelo Centro Histórico.

Um show de Alceu Valença pode ser realizado em qualquer época do ano, não precisaria apropriar-se do carisma dele para engessar o carnaval da capital, na tentativa de consolidar o Ponto de Cem Réis.

A gloriosa Ednamay Cirilo e o maestro Walter Santos ainda conseguiram entrelaçar os dois blocos Anjo Azul e Confete e Serpentina na Rua General Osório, a partir de onde seguiram o percurso amesquinhado do novo carnaval de João Pessoa.

Na noite do Cafuçu, o problema se repetiu com mais intensidade. O bloco foi fragmentado em duas partes, uma no Ponto de Cem Réis e outra no largo da Igreja do Carmo, pela mesma vontade de privilegiar o novo-antigo logradouro. O que era para ser concentração inverteu-se e a Rua Visconde de Pelotas ficou intransitável de gente que ia de um lado para outro para ver se a outra parte era melhor, desconcentrou todo mundo e o bloco não saiu, pelo menos até a meia-noite. Uma pena. Foi mais um carnaval que passou meu amor

quinta-feira, 18 de fevereiro de 2010

TRIOELÉTRICO

Oi Leandro, frevos, maracatus, afoxés e trios elétricos à parte, reza a lenda pelos lados de cá que o caminhão sonoro nasceu mesmo aqui na Paraíba, esse Estado nordestino o primo pobre da Bahia e de Pernambuco, sempre sem ajuda de governantes para mídia nacional .

Governos que só se preocupam com os seus UMBIGOS, as questões políticas entre esses dois partidos lideram o Estado , são conhecidas nacionalmente desde antes da revolução de 30 - ¨Liberais e Perrepistas¨ , os dois mudam as siglas mas continuam no passado , com as mesmas práticas , só se preocupam com as disputas pelo Palácio da Redenção continuam acima do bem e do mal ignorando completamente nossa cultura e memória paraibana.

O grande público nacional jamais saberá a verdadeira origem do TRIO ELÉTRICO.
Enquanto isso o afoxé dominou a quarta - feira de cinzas de Olinda, ontem a noite puxado por um desses carros sonoro de menor proporção é vero porém, proibitivo para as culturais ladeiras dessa primeira cidade Patrimônio Nacional da Cultura do Brasil.
Saudações carnavalescas,
beijo


Ednamay Cirilo - fundadora do primeiro bloco carnavalesco do centro histórico de João Pessoa o ANJO AZUL ,o que faz a abertura oficial da MAIOR PRÉVIA CARNAVALESCA DO BRASIL , o projeto FOLIA DE RUA .

Em 17 de fevereiro de 2010 16:10, Leandro Almeida de Araújo escreveu:
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Os 60 anos do trio elétrico me fez refletir sobre um fato que está implícito em todo Santo Carnaval: a disputa entre quem faz a melhor folia de momo. Qual o melhor carnaval? O pernambucano, recheado de festas onde o rico se mistura com o pobre, embalado pelas animadas ladeiras de Olinda, isso sem falar no interior? Ou o baiano, bastante profissional e rentável, de dimensões gigantescas e com notável maior visibilidade em âmbito nacional?

Penso até que ponto esse embate é saudável?
Será que vale a pena para ambas as partes?
Para quem não sabe o trio elétrico tem muito mais de Pernambuco do que você possa imaginar. Esse símbolo tão arraigado da cultura baiana é quase como um misto de criatividade entre PE e BA. A criação do caminhão com músicas nas alturas foi estimulado pelo conhecido clube carnavesco pernambucano, o Vassourinhas. E mais, tocando frevo! O tempo passou e o carnaval baiano, apoiado basicamente pelo uso do trio elétrico criou personalidade própria e as festas desses estados foi se distanciando significativamente, apesar da utilização de trios também em folias pernambucanas.
Mesmo hoje bastante diferentes, cada qual com seu encanto próprio, os carnavais pernambucano e baiano têm muito mais em comum do que o senso comum prega. Afinal, é festa do povo em ambos os lados. Talvez seja realmente mais sensato tomar um pouco da festa baiana em Pernambuco e emprestar folia pernambucana à Bahia. No final, somos todos nordestinos e essa união é sempre importante. Não por acaso, tolerância é a chave.

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sexta-feira, 12 de fevereiro de 2010

NATORRE

Bloco Elefante da Torre deve arrastar cerca de 3 mil foliões nesta sexta-feira em JP

Bloco Elefante da Torre deve arrastar cerca de 3 mil foliões nesta sexta-feira em JP

A Agremiação Carnavalesca Elefante da Torre desfila na noite desta sexta-feira (12) e deve levar às ruas do bairro cerca de 3 mil foliões. A concentração do bloco, que completa 14 anos de fundação, será no Bar e Restaurante da Tia, localizado na praça São Gonçalo, a partir das 18h. O bloco deve tomar as ruas da Torre a partir das 21h30, guiado pelo som do maestro Maçarico, que comandará três orquestras, entre elas a Tambaú de Frevo.

Moradores e convidados devem esbanjar alegria no trajeto pela Avenida Beira Rio. Além das orquestras, um trio elétrico deve comandar a animação do bloco, com músicas de compositores paraibanos como o maestro Viloco e Livardo Alves, que se consagrou com a marchinha de Carnaval “Eu mato, eu mato... quem pegou minha cueca pra fazer pano de prato”, que ficará imortalizada na cultura popular do Brasil.

Como é tradição no Elefante da Torre, o bloco vai homenagear duas personalidades, que se destacam por produzir e difundir a cultura do bairro. Este ano, os homenageados são o escritor, cineasta e compositor Gilvan de Brito e o cantor e compositor Júnior Targino. Os dois moradores do bairro receberão uma comenda especial pela homenagem, que será entregue pela diretoria amanhã à tarde, durante um show coletivo que deverá reunir vários artistas locais.

O show coletivo também será realizado no Bar e Restaurante da Tia e deverá se estender das 12h até às 18h, nesta sexta-feira. Na ocasião, cada convidado toca cinco músicas e passa a bola para o próximo convidado. Entre os artistas confirmados para participar do evento estão Dida Fialho, Clementino Lins, Rubinho da Paraíba, Júnior Targino, Bombinha e Roberto Gabino.

O presidente da agremiação, Flauber Santos, informou que as camisetas para o bloco Elefante da Torre serão vendidas durante o show coletivo no Bar da Tia ao preço de R$ 15. A arte estampada na camiseta é assinada elo jornalista e artista plástico Ricardo Peixoto.

História

O bloco Elefante da Torre foi fundado em 1996 e o nome da agremiação é uma homenagem ao morador Lindemberg Honorato da Silva, conhecido nas ruas do bairro pelo apelido de “elefante”. “Na Torre, os moradores costumam se tratar por apelidos e o nome do nosso bloco homenageia de um grande morador e folião, que foi batuqueiro da charanga Aristocratas do Samba por mais de 20 anos”, explicou Flauber Santos, presidente do Elefante da Torre.

À frente do bloco, um elefante gigante chama a atenção da criançada e puxa os foliões através da Beira Rio. Um boneco gigante também desfila na agremiação, numa homenagem ao senhor Vinícius Costa, ex-presidente do Clube Bandeirante da Torre, que faleceu há cerca de uma década.

E o estandarte do bloco, que cumprindo a tradição do carnaval, é trocado de 10 em 10 anos, será levado este ano pelo porta-bandeira João Santos, que também é morador do bairro.

quinta-feira, 11 de fevereiro de 2010

CINQUENTÃO





Homenagem a Fernando Moura

Jorge Rezende

A Câmara Municipal de João Pessoa (CMJP) realiza nesta quarta-feira (10) uma sessão solene para a entrega do ‘Título de Cidadão Pessoense’ ao jornalista e escritor Fernando Moura. A cerimônia acontece às 17h, uma hora antes do início da concentração dos foliões do Bloco Pré-Carnavalesco Muriçocas do Miramar, na Praça do Rotary Club, próximo à Praça das Muriçocas, no Bairro do Miramar, na Capital paraibana.

A homenagem ao jornalista Fernando Moura é uma iniciativa do ex-vereador Fuba (PSB), que será representado na cerimônia do Poder Legislativo pela vereadora Sandra Marrocos (PSB). A sessão será comandada pelo presidente da Casa, vereador Durval Ferreira (PP). Fernando Moura é o atual titular da Coordenadoria de Proteção dos Bens Históricos e Culturais de João Pessoa (Probech-JP), órgão da administração municipal vinculado à Secretaria do Planejamento (Seplan).

Logo após a cerimônia de entrega da honraria, o homenageado fará o lançamento do livro ‘Cinqüenta Carnavais’, 168 páginas, da Textoarte Editora, que reúne 50 narrações sobre o Carnaval de João Pessoa, assinadas por diversos autores do segmento da comunicação e da cultura paraibana.

O projeto de lei de autoria do vereador Flávio Eduardo Fuba (PSB) que homenageia Fernando Moura foi aprovado pela Câmara pesseonse no final do período legislativo de 2007.

“Fernando Moura é um dos mais importantes atores que protagonizam a vida cultural de João Pessoa, dedicando grande parte de seu tempo e talento à construção de nossa história”, justifica Fuba.

Homenageado – Além de jornalista, Fernando Moura é escritor e compositor. Já editou os principais jornais e revistas paraibanos, desde 1979, quando iniciou a carreira, como repórter de ‘O Norte’. Coordenou, entre 1983 e 90, o Departamento de Marketing do Banco do Estado da Paraíba (Paraiban). Atuou nas diretorias do Sindicato dos Jornalistas, Associação Paraibana de Imprensa (API) e Associação Atlética Banco do Estado. Fundou e presidiu, por dois mandatos, a Associação Centro Histórico Vivo (Acehrvo), ong que luta pelo processo de revitalização do patrimônio histórico de João Pessoa.

Autor do texto da primeira e única biografia do cantor e compositor paraibano Jackson do Pandeiro, em parceria com o também jornalista Antônio Vicente, pela Editora 34, de São Paulo, Fernando Moura montou o projeto que cria o Museu da Cidade, ora em desenvolvimento pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico da Paraíba (Iphaep). Ele também é criador e editor executivo da Textoarte Editora, empresa responsável pelo lançamento de mais de 100 títulos de autores paraibanos nos últimos dez anos, entre ficcionistas, poetas e ensaístas.

Moura, que também está preparando livro sobre personagens contemporâneos do universo cultural nordestino, tem 50 anos e é casado com a também jornalista Silvana Sorrentino, com três filhos. Paulistano de nascimento, filho de Humberto Batista de Lima, natural de Guarabira, e Maria de Lourdes Moura de Lima, nascida em Alagoinha, cidades do brejo paraibano, adotou João Pessoa como lar há mais de 35 anos.

quarta-feira, 10 de fevereiro de 2010

carnaval

*Rogério Tomaz Jr.

O carnaval do Recife é reconhecido pela diversidade de ritmos e gêneros, o que se amplifica se considerarmos a folia de Olinda, cidade vizinha com a qual forma uma conurbação que integra catorze municípios.

Embora ainda fique atrás, em termos de público, na disputa com os carnavais de Salvador e do Rio de Janeiro, a capital pernambucana é a única das três que sintetiza e expressa de forma muito consistente a política cultural da gestão pública local, no caso, adotada e aperfeiçoada há quase uma década.

A matéria-prima cultural é rica e abundante em Pernambuco. Não faltam criatividade, tradição, originalidade e fusão (ou diálogo) das inúmeras manifestações de raiz popular com a indústria pop.

A diversidade do estado é acolhida – e, também, protegida e promovida – na forma de inúmeros projetos de fomento, através de editais que compõem o Sistema de Incentivo à Cultura (SIC).

Aberto tanto para pessoas físicas quanto jurídicas, o SIC abrange oito grandes áreas: Música; Artes Cênicas; Fotografia, Cinema e Vídeo; Literatura (que inclui o cordel); Artes Gráficas e Artes Plásticas; Artesanato e Folclore; Patrimônio Histórico e Patrimônio Artístico.

Ao contrário do que se pode imaginar, o chamado “Carnaval Multicultural do Recife” integra ações relacionadas a praticamente todas estas áreas, não se restringindo às atrações musicais, embora o predomínio destas seja patente e facilmente compreensível.

Afinal, não é em qualquer lugar ou momento que é possível reunir, com harmonia e integração, tantos estilos musicais diferentes: frevo, mangue, maracatu, afoxé, MPB, samba, pagode, rock, reggae, coco, música eletrônica, rap, brega (Reginaldo Rossi sempre faz shows concorridos) e mais uma ampla gama de artistas cujos trabalhos resultam de fusões ou “diálogos” entre vários estilos.

Para acomodar tanta diversidade, a organização da festa se encaixa perfeitamente no espírito da cultura popular: horizontal, participativa e aberta à criatividade e ao improviso. Assim como nos estados do Nordeste em geral, a essas características soma-se a forte irreverência, que costuma servir de forma de expressão libertária, que se faz presente no cotidiano, mas ganha intensidade no período momesco.

Maracatus de baque virado e rurais, caboclinhos, bandas de pau e corda, blocos líricos, orquestras, “troças”, músicos locais e nacionais consagrados e em busca de reconhecimento, convidados internacionais, artistas plásticos, DJs de música eletrônica, estilistas, repentistas, rabequeiros, entre muitos outros tipos fazem a alegria durante as cinco noites do carnaval do Recife.

Nem sempre foi assim. Há pouco mais de dez anos, o manguebeat já era conhecido no exterior e tinha um público local fiel, mas os ritmos tradicionais que inspiraram os caranguejos com cérebro – notadamente o maracatu e outras manifestações que se desenvolviam fora do ambiente cosmopolitano do Recife – lutavam muito para conquistar seu quinhão de visibilidade e respeito.

A incorporação – com pompa e destaque – dos grupos da Zona da Mata, do Agreste e do Sertão, ocorrida na última década, contribuiu para transformar o carnaval recifense no fervilhante caldeirão que poderia ser concorrer ao título de maior festival de cultura popular do mundo.

Em números: 700 mil pessoas esperadas pela Secretaria Municipal de Turismo que deverão movimentar algo em torno de R$ 400 milhões, numa festa de duas semanas – incluindo a semana pré-carnavalesca – que mobilizará 340 atrações, 495 agremiações e milhares de músicos e artistas divididos entre os 59 pólos espalhados pela capital pernambucana. Vale frisar: sem considerar Olinda e as demais cidades da região metropolitana, onde a diversão também será grande.

Da abertura, na sexta-feira (12), comandada pelo percussionista nativo mundialmente aclamado, Naná Vasconcelos, regendo 700 batuqueiros de maracatu, até a apoteose de encerramento, na madrugada da “quarta-feira ingrata” (17), Recife funcionará ao ritmo das alfaias, tambores, violas, guitarras, rabecas, instrumentos de sopro e muitas outras máquinas, ao lado de vozes e passos do frevo e de todos os ritmos que reivindicam a Pernambuco a alcunha de “coração do folclore nordestino”.

Tudo isso sem cordão de isolamento ou abadás, diga-se de passagem.

*Rogério Tomaz Jr.
Jornalista cearense, criado no Maranhão, filho de baiano, residente em Brasília e apaixonado por Pernambuco.

Em tempo: publico este artigo aqui no blog poucas horas antes de partir da carro para a “Veneza Brasileira”. Fiz essa mesma viagem em 2008 e o roteiro (além do prazer de cruzar as estradas desse imenso e lindo Brasil, adquirido com as tantas viagens com meu pai) compensa o esforço: Chapada Diamantina, Feira de Santana (onde tenho parentes), Aracaju, Maceió, muitas praias e lugares lindos (como Penedo, foz do Velho Chico). E na volta ainda passo em Salvador, pra rever amigos/as e familiares queridos/as.

Em tempo2: Fico devendo um outro artigo, sobre o que me faz ir, de verdade, para Recife todos os anos (este será o quarto seguido e o sétimo no total): a possibilidade de rever e encontrar (ao acaso) tantas pessoas queridas que a vida me presenteou e ainda conhecer outras tantas. Afinal, a vida é a arte do encontro, embora haja tanto desencontro pela vida, como já disse um certo Vinícius. O artigo fica pra depois.

Publicado em Cultura | Tags: 2010, carnaval, frevo, maracatu, olinda, pernambuco, recife
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segunda-feira, 8 de fevereiro de 2010

FERNANDOMOURA

LANÇAMENTO DO LIVRO “CINQUENTA CARNAVAIS”



A escassa bibliografia carnavalesca da cidade de João Pessoa ganha, a partir desta quarta-feira, dia 10, um substancioso reforço com o lançamento do livro “Cinquenta Carnavais”, editado pela Textoarte e organizado pelo jornalista Fernando Moura, reunindo mais de 50 depoimentos de personalidades e foliões da cidade, num caleidoscópio de impressões e fatos envolvendo a folia local, em diversas épocas.

A obra é também uma homenagem pela passagem dos 50 anos de vida de Fernando Moura, que serão comemorados no dia do desfile do bloco Muriçocas de Miramar. O lançamento do livro coincide com a entrega ao aniversariante nascido em São Paulo, do título de Cidadão Pessoense, propositura aprovada ainda na legislatura do ex-vereador e carnavalesco de Fuba. Ambas as solenidades, inusitadamente, ocorrerão em meio ao bloco, a partir das 17h, na Pracinha do Rotary, entre a Praça das Muriçocas e a Igreja Nossa Senhora de Fátima.

Preparado em menos de 30 dias, o livro, com 168 páginas, reúne nomes como os de Adeildo Vieira, Adylla Rabello, Alarico Correia Neto, Antonio Gualberto, Bob Zaccara, Breno Matos, Buda Lira, Cabral Batista, Cardivando de Oliveira, Carlos Anísio, Cristovam Tadeu, Didier Guigue, Ednamay Cirilo, Flávio Tavares, Fuba, Gonzaga Rodrigues, Henrique Magalhães, Jadir Camargo, José Altino, José Nilton, Kennedy Costa, Lucélio Cartaxo, Luzardo Alves, Marcela Sitônio, Maria Ignez Ayala, Nara Limeira, Pedro Osmar, Petronio Souto, Ruth Avelino, Rossana Honorato, Terezinha Fialho, Vitória Lima, Walter Santos, Wills Leal, William Costa e mais alguma dezenas de atentos observadores do Reinado de Momo pessoense.

De acordo com Fernando Moura esse livro é uma espécie de presente de aniversário de alguns amigos, que decidiram se juntar e viabilizar financeiramente a obra, que conta com o apoio das agências de publicidade Antares, 9Ideia, Faz e Real, além da gráfica Moura Ramos. “Foram eles que permitiram a reunião desse amplo universo de foliões, colaborando para o entendimento e memória dos nossos carnavais.” Afirma o jornalista.

Durante a festa de lançamento, o livro será vendido com desconto de 50%, e quem adquirir a obra terá direito a um chopp da Norden (Cervejaria Artesanal), uma dose de cachaça Volúpia e um saquinho de confetes. Posteriormente, o livro será vendido no Sebo Cultural e nas bancas Vina del Mar, com desconto de 50% para estudantes (com carteirinha) e autores da obra.



TEXTO DE APRESENTAÇÃO:



“Este livro não estava escrito para existir. Foi em coisa de um mês. Fruto de uma tênue intenção do folião que completaria 50 anos no dia do desfile das Muriçocas de Miramar, em 10 de fevereiro de 2010, o sonho incendiou alguns corações apaixonados por desafios. E por Carnaval. Botaram o bloco na rua, vestiram a fantasia da operacionalidade e desfilaram nos vapores das memórias adormecidas. Deram um baile.

O que o leitor irá encontrar pelas páginas seguintes não será um roteiro histórico e cronológico do Carnaval de João Pessoa, mas um caleidoscópio de lembranças e impressões vivenciadas por mais de cinquenta cidadãos-foliões desta Cidade das Acácias, numa anárquica e saborosa viagem por tempos dispersos. Uma folia de “sujos”, limpando a poeira das horas, na busca por palavras impressas que desnudassem faces encobertas por saudades, inibições ou pudores.

Uma farra de emoções. Pelo tempo exíguo, pelo tema exposto e perspectiva da realização de algo mais duradouro que uma efêmera festa de aniversário, ainda que de meio século. O que vai por aqui, foi muito além do delírio do escritor bissexto. Foi um presente de camaradas de cordões e condões. Inesquecível e duradouro. Afago em forma de confete.

Grato a todos e todas. O bloco está saindo. Bom desfile. Tim-tim!”



LISTA DE PARTICIPANTES



Um Frevo para Isabel Cristina (Acilino Madeira Neto), 31

Em Estado de Carnaval (Adeildo Vieira), 33

Carnaval, Carnavalização (Adylla Rabello), 35

Um drama em pleno Carnaval (Alarico Correia Neto), 39

Um anjo pós-moderno (Antonio Gualberto Filho), 40

Lá vem o papangu! (Artur Silva), 42

Soltas na folia (Bia Souto), 44

As sandálias do folião (Bob Zaccara), 46

O roubo do Dragão (Breno Matos), 48

Não tem preço! (Buda Lira), 50

Outrora (Cabral Batista), 53

Carnaval Tradição (Cardivando de Oliveira), 55

Sobre vassouras e estandartes (Carlos Anísio), 56

Manifesto dos Desmascarados (Carlos Aranha e Fernando Moura), 58

Pra foliar na rua (Cristovam Tadeu), 59

Atrás do burro (Didier Guigue), 61

O calote (Duda Garçom), 63

Distribuindo fantasias (Ednamay Cirilo), 64

Brincantes (Emilson Ribeiro), 65

Rabiscos de memória (Flávio Tavares), 67

A manta carnavalesca (Fuba), 69

O pássaro vermelho (Gilson Renato), 71

Carnaval na prisão (Gonzaga Rodrigues), 74

Uma ritmista aprendiz (Harue Tanaka-Sorrentino), 76

Sonho e fantasia (Henrique Magalhães), 78

Ossos do ofício (Jadir Camargo), 79

Gonçalo: espelho da alegria (João Batista de Lima), 80

Pedacinhos de saudade (Jocemar Chaves), 84

O melhor Carnaval (José Altino), 86

Pareço-me comigo (José Américo de Almeida), 87

Garimpando o passado (José Nilton da Silva), 91

Ponto de Cem Réis (Kaká Santa Cruz), 93

A boneca de Adalice (Kennedy Costa), 94

Coça, coça, coça... (Lucas Salles), 96

Matemática e Carnaval (Lucélio Cartaxo), 98

Última Hora (Luzardo Alves), 100

Imprensando a alegria (Marcela Sitônio), 101

A identidade do Carnaval (Maria Ignez Ayala), 103

Risos e lágrimas (Martinho Moreira Franco), 105

Os sonhos e as canções (Nara Limeira), 107

Os 10 Cabaçados (Osvaldo Meira Trigueiro), 110

Eu também sou (Osvaldo Travassos Sarinho), 112

Lembranças carnavalescas (Paula Franssinete), 114

O segundo mais antigo (Paulo de Tácio Pinto), 116

Piratas, malandros e bufões (Pedro Osmar), 118

Um Carnaval antes de mim (Petra Ramalho), 120

Nosso Carnaval de rua (Petronio Souto), 122

Um passeio por Jaguaribe (Ricardo Araújo), 125

Época de ouro (Roberto Araújo), 128

Zim, zim, zim... (Rodrigo Vieira), 130

Feitos da memória (Rossana Honorato), 132

Eu e as Muriçocas (Ruth Avelino), 134

Ao balanço das orquestras (Silvana Sorrentino), 136

Em tempos de Carnaval (Terezinha Fialho), 138

As duas mortes de Colorau (Tiago Moura), 140

Um sonho que virou Carnaval (Vitória Lima), 142

Folia: um pouco da história (Walter Santos), 144

Longe da folia (William Costa), 146

A Banda de Tambaú (Wills Leal), 148

Concentração, 151

O Espírito de Carnaval (Antares), 152

Muriçocas e as novas ideias (9Ideia Comunicação), 155

Imprimindo histórias (Gráfica Moura Ramos), 157

Viva a diferença! (Faz Comunicação), 160

domingo, 7 de fevereiro de 2010

ROSSANAHONORATO



Abertura da Folia de Rua 2010 - Anjo Azul etc. e tal!
Enviado por: "Rossana Honorato" rossanahonorato@yahoo.com.br rossanahonorato
Sáb, 6 de Fev de 2010 7:10 pm


Cara gente de C&C

Fui e curti de montão o Anjo Azul! Encontrei minha amiga May tão sem fé, que não compreendi seu abatimento. May sem fantasia não combina!

Também não encontrei quase ninguém que se manfestou sobre as mudanças no Folia de Rua. Achei engraçado! Fui e segui o bloco até encontrar-se com Confete & Serpentina e rumar para o largo de Cem Réis, que estava simplesmente lotado, com o showzaço de Alceu valença! Assim como esteve o Picolé de Manga, que fui lá ver e não consegui ficar de tanta gente que não dava pra circular e voltei pro meu Anjo Azul. Mas soube que nosso secretário de Cultura foi lá e deu a maior palhona com Elba Ramalho, que arrasou na multidão.

Não encontrei IG por lá, nem na concentração, nem no percurso do Anzo Azul. Tampouco as pessoas que vivem de espalhar críticas que não constróem nada, e que ninguém sabe o que fazem com tanta criatividade, em seu benefício e da vida social...

Tomara que companheira May pense nisso e seja valente como sempre foi em manter o bloco ativo, sem deixar-se manipular pelas más línguas.

Na terça-feira gorda, vem o Arranha-Chão, o menor e mais confortável bloco de arrasto do mundo. Para nós, em se tratando de carnaval, importa qualidade e não quantidade e carregar a Folia de Rua também para ladear-se com nosso Carnaval Tradição.

"Ai, meu amor, o Anjo Azul é uma flor na madrugada
Desceu do Beco e a cidade acordou
Foi May de Colombina
Quem me convidou"
(Hino Anjo Azul, de Fuba)

Daqui a pouco, tem Piabas e Violando a Madrugada, entre outros. Veja a programação na página da PMJP www.joaopessoa. pb.gov.br .

RH

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sábado, 6 de fevereiro de 2010

ABERTURAFOLIA









Texto enviado com pedido de publicação nos seguintes sites:

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Fui, vi e não gostei

Ivaldo Gomes

Fui a ‘abertura’ ontem do Folia de Rua. Ou melhor, do ex-Folia de Rua. Pois na prática o Folia de Rua se amesquinhou, quando resolveram juntar a espontaneidade do carnaval fora de época de João Pessoa, com os interesses sempre mesquinhos de algum candidato a alguma coisa. Nem que seja pra sair nas calúnias sociais. Mas se der pra colocar a família em algum cargo comissionado, seja da PMJP, seja do governo estadual, ai é a glória. E a PMJP – com seu projeto personalista – de forjar uma nova nomeklatura de pseudo poderosos de plantão, faz tudo e mais um pouco para arregimentar corações e mentes, e mente quando diz que quer revitalizar as coisas por aqui. Quer mesmo é instrumentalizar a galera e isso ficou mais do que claro ontem. Fazer do povo massa de manobra para que seus interesses pessoais possam de fato ser atendido.

Já que estamos abrindo o verbo, não vamos poupar as críticas. Comecemos pelo não menos envolvido administrativamente presidente do Folia de Rua, o artista plástico Clóvis Junior. Como o Folia de Rua vem se vendendo ao longo do tempo aos poderes públicos em troca de ‘patrocínio’ (quem não se lembra de políticos com dedos em ‘V’ desfilando em trios elétricos pela avenida nas Muriçocas do Miramar?). O fraco presidente, com familiares em cargos estratégicos na PMJP, simplesmente deixou que o prefeito decidisse como seria o Folia de Rua esse ano. Juntou meia dúzia de seis num palco armado – de forma errada na quadra de esportes que se transformou o antigo Ponto de Cem Réis, e deixou todo mundo em pé, tomando álcool e ‘abrilhantando’ o show de abertura, que, diga-se de passagem, foi uma bosta. Enquanto o povo, feito gado, em pé e abespinhado ficava a ouvir o som ruim que saia do placo, o prefeito atrás do mesmo dava entrevistas a imprensa como o ‘maior estrategista carnavalesco dos últimos tempos’.

Na verdade o que restava do Folia de Rua – de forma espontânea – jazia no Beco da Faculdade de Direito, onde o tradicional e insuspeitíssimo Bloco Anjo Azul tentava se concentrar no que restou da festa. Lá sim, se viu alguma coisa de espontâneo. Mas como isso não está atrelado ao apoio de ninguém, logo pode ficar sem apoio e sem brilho nenhum. Até o corte de energia elétrica foi tentado pela Energisa. Não se sabe a mando de quem. Foi preciso que a gente dissesse alto, claro e bom som, que se tentassem desligar o filho único e singular spot ali ligado, o funcionário da insensata e desonesta fornecedora, poderia até subir no poste. Mas não teria escada pra descer dele. De chofre, eles caíram na real e tiraram de fininho pras banda do Ponto de Cem Réis. O Bloco, pela primeira vez na vida, concentrou mais não saiu. Não saiu como não saiu bloco ou ninguém pra canto algum, deixando o Centro Histórico num maior mausoléu. A Praça Antenor Navarro, foco e centro de festas memoráveis, jazia na noite do descaso. E olhe que tudo isso é feito em nome de uma ‘tal revitalização’ que ninguém vê.

Por outro lado João Pessoa entra, definitivamente, no esquema da disputa por quem consegue fazer a ‘melhor’ festa. Foi assim no Reveion – que não pisei por lá – e repetiu-se ontem na ‘abertura’ do Folia de Rua. Que eu ainda acreditava que poderia ser diferente. O Vice Governador Luciano Cartaxo, dono do Bloco Picolé de Manga, resolveu inovar esse ano e contratou nada menos que Elba Ramalho pra fazer a ‘abertura’ do bloco no mesmo horário da outra abertura ‘oficial’ (será que com recursos próprios?). Pra que você tenha uma idéia, lá no Picolé de Manga tinha nada mais nada menos que três palcos armados. Foi à maior abertura do mundo que já vi de um bloco de carnaval no Folia de Rua. E claro, toda a entourage – coincidência? – do Governo Estadual estava por lá em aconchegante e estratégico palanque, dando beijinhos e adeus para o povo. Ah o povo! Esse ficou de lá pra cá, gastando a sola dos sapatos comprados em dez prestações no Hipercard, achando que participava de uma festa feita por eles. Pois é, o Folia de Rua deixou de ser uma festa do povo, pelo povo e para o povo. É agora, é apenas palanque eleitoral onde se for ao Picolé de Manga, é de Maranhão, mas se for pro Ponto de Cem Réis é de Ricardo Coutinho. Meu estomago dá embrulhos com toda essa nojeira.

Por tudo isso dá pra entender como será o resto do Folia de Rua esse ano. Que bem poderia ter o título mudado para: ‘A Justiça na Paraíba não é apenas cega, é burra e conivente’. Pois esse vai ser o Folia de Rua da propaganda eleitoral fora de época. Deve ser pra combinar com o carnaval fora de época. É a única explicação pra entender tudo isso que se faz com o maior patrimônio imaterial que João Pessoa conseguiu construir ao longo de um projeto popular, espontâneo, chamado Folia de Rua. Um projeto que já chegou a reunir mais de um milhão de foliões. Isso é mais que a população da capital. Hoje, do jeito que vai, e da forma como está sendo conduzido – para beneficiamento de uns poucos – pode morrer na praia, literalmente falando. E olhe que o Busto do Almirante Tamandaré já viu coisas melhores que estas que vão passar por ele esse ano. Afora o baile do Cafuçu hoje à noite – e espero que lá também não esteja o desfile de candidatos a patifes – nada mais a esperar do antigo Folia de Rua. Pois até o desfile do Cafuçu, na minha humilde opinião, está fadado a entrar pro rol de mais um que foi instrumentalizado para dar crédito a quem não sabe usá-lo. Basta ver as apostas e as coligações.

No mais é lamentar que tudo isso tenha chegado a esse nível e conferir a ‘competência’ da administração municipal, a proeza de transformar um movimento popular e espontâneo, numa grande romaria, onde o estímulo à bebedeira, a facilidade de gangs agindo, com roubo e violência, o desrespeito com a população passou a ser a regra. Pois de espontâneo e popular o Folia de Rua vem perdendo sua essência, para bancar a esperteza e a indecência de alguns. Tá mais do que na hora de fazermos uma avaliação pública de tudo isso. Se for pra continuar assim, defendo urgentemente o Folia de Rua durante o carnaval tradicional da cidade. Pois se for pra sair às ruas pra ser cabo eleitoral de fulano e sicrano, estamos literalmente fora desse corso. Já estamos mais do que cansados de sermos tratados como massa de manobra pra atendimento da esperteza dessas figurinhas carimbadas, que só querem além do nosso voto, nossos impostos, nosso silêncio e nossa conivência. Vão lamber sabão que é mais honesto.

Folia de Rua onde? Só se for nos cargos comissionados da PMJP e do Governo do Estado. Ai a folia é grande. Alô Ministério Público, alguém em casa?

sexta-feira, 5 de fevereiro de 2010

UNIÃOCENTOEDEZESSETEANOS


presidente da FUNDAC - TEREZA
cantora paraibana - Regina Brow
Jornalista - Ednamay





ESTANDARTE DE FRED SVENDSEN - PARA O ANJO AZUL 2010. intitulado SANTAMAY, inspirado no Santo Sudário.

GIL FIGUEIREDO - Jornalista de A UNIÃO , RAINHA DO ANJO AZUL 2010.
o BLOCO DA DIVERSIDADE, DO BARROCO, E DA CULTURA POPULAR DO FREVO, MARACATU, ÍNDIOS, CABOCLINHOS.

Ednamay Cirilo - Jornalista Agitadora Cultural a Fundadora do primeiro bloco do Centro Histórico de João Pessoa, ANJO AZUL da MAIOR PRÉVIA CARNAVALESCA do BRASIL NA FOLIA DE RUA.





[O Jornal A União, 117 anos formando profissionais, este dia 2, festejou a marca com uma Missa com Padre Zé Carlos, na recém inaugurada Capela Nossa Senhora de Fátima; com Café da Manhã, da griffe Palace Gourmet e com várias homenagens aos funcionários com 30 anos de casa. O Superintendente do Jornal A União, Nélson Coelho e toda a diretoria, em plena Missa, receberam a notícia do falecimento do ex- deputado federal, Vital do Rêgo. Foi dado um minuto de silêncio em sua homenagem e seu talento foi evidenciado por todos os presentes. Na foto, junto com Nélson Coelho, Mazureik Morais, Juarez Farias, Luis Nunes e Newton Marinho.]
O Jornal A União, 117 anos formando profissionais, este dia 2, festejou a marca com uma Missa com Padre Zé Carlos, na recém inaugurada Capela Nossa Senhora de Fátima; com Café da Manhã, da griffe Palace Gourmet e com várias homenagens aos funcionários com 30 anos de casa. O Superintendente do Jornal A União, Nélson Coelho e toda a diretoria, em plena Missa, receberam a notícia do falecimento do ex- deputado federal, Vital do Rêgo. Foi dado um minuto de silêncio em sua homenagem e seu talento foi evidenciado por todos os presentes. Na foto, junto com Nélson Coelho, Mazureik Morais, Juarez Farias, Luis Nunes e Newton Marinho.

quinta-feira, 4 de fevereiro de 2010

MURIÇOCAS



DO ZUMBI - LINALDO GUEDES
Ontem foi a apresentação da camiseta dos Muriçocas de Miramar deste ano.

Bom encontrar amigos, como Marconi, Bob, Lau, Bola e Fuba.

As Muriçocas desperta nosso lado de folião romântico.

E este ano, o desfile promete!

Aliás, o pré-carnaval de João Pessoa este ano vai mexer com a cidade.

Como já disse, amanhã tem Anjo Azul, Picolé de Manga e outros blocos.

E Alceu Valença e Elba Ramalho animando a festa.

Atrás deles, só não vai quem já morreu.

BARATONA



foto by CARLA FREIRE

DURANTE PERCURSO DA BARATONA 2010

Olha a Baratona aí, gente!


III BARATONA DO BRASIL

PROCLAMAÇÃO

A sereníssima Ordem da Baratona do Brasil CONVIDA seus milhares de foliões para participarem do tradicionalíssimo e vitorioso desfile da BARATONA,que ocorrerá no próximo dia 23 de janeiro -sábado, com concentração na palhoça Deusa do Mar (beira mar do Cabo Branco, em frente ao restaurante Marinas)a partir do meio dia.

Nesta mais autentica manifestação carnavalesca, não serão aceitos quaisquer patrocínios, oficiais ou particulares, não se venderão camisetas, não haverá hino oficial nem cordão de isolamento.
Só o povo e a orquestra na calçada.
E TOME FREVO!

A Diretoria - Marcos Pires o filho de dona CREUZA PIRES

terça-feira, 2 de fevereiro de 2010

SANTAMAY



EXPRESSIONISTA, SEM PERDER SUA BELEZA E SEU ENCANTO, FOI ESTE O PENSAMENTO CENTRAL DO TRABALHO.ACABEI CONSEGUINDO PASSAR O QUE QUERIA EM UM TRABALHO BONITO, ESPERO QUE TODOS O ENTENDA ASSIM.

FRED SENDSEN - ARTISTA PLÁSTICO PARAIBANO

ANJOMAY



foto na Domus Hall by EWERTON VIEIRA

Quem informa é a jornalista Ednamay Cirilo: o Anjo Azul, bloco que abre o projeto Folia de Rua desde a criação em 14 de fevereiro de 1994, continua com o mesmo percurso. A saída será às 21;00hs , no próximo dia 5 de fevereiro, ao pé da Escadaria do Beco da Faculdade e segue pelo Centro Histórico , Gal Osorio, Praça Dom Ulrico, Ladeira da Borborema, Rua da Areia até a Praça Antenor Navarro, ao som do MARACATU RURAL, retornando pela Rua da Areia e se dispersando na Igreja da Misericórdia às 23:00hs.

Concentração no BECO 16:00HS

segunda-feira, 1 de fevereiro de 2010

EQUIVOCOSDAFOLIA

Folia, equívocos e o futuro
Walter Santos - Fonte: http://wscom.com.br/colunistas/coluna.jsp?id=8307&colunista=14

A cidade de João Pessoa convive a partir desta semana com a 17a edição do Projeto Folia de Rua – nosso pré-carnaval -, mobilizando multidões pelas ruas históricas da capital paraibana, embora este ano estejamos reproduzindo na organização da festa atitudes divisionistas geradas a partir da crise política estendida aonde não devia.

Como é de conhecimento geral, este ano o percurso e dispersão oficial dos blocos, que saem na abertura da Folia – Anjo Azul, Picolé de Manga, Pingüim, Maluco Beleza e Confete e Serpentina -, gerou racha no Folia de Rua porque metade resolveu apoiar a proposta construída sob interesse da Prefeitura de João Pessoa para tudo terminar na Praça do Ponto de Cem Réis, ao invés da Praça Antenor Navarro, no Varadouro – berço primeiro de nossa historia.

Volto ao assunto porque os equívocos movidos por disputas políticas sem sentido continuam criando problemas em nossa combalida política de preservação de nossa memória e de nosso patrimônio quando damos as costas ao Varadouro, certamente a ambiência geográfica da cidade a mais merecer atenção.

Como cidadão, folião e animador cultural não posso me furtar à reflexão das coisas porque na prática tenho dado contribuição efetiva para o debate sobre nossos valores, entre eles o Folia de Rua pois, permitam-me a imodéstia, a construção do modelo a envolver o Centro Histórico 17 anos atrás aconteceu quando éramos presidentes da API (Associação Paraibana de Imprensa) contribuindo com a inspiração e costura da abertura e valorização do projeto no Centro Historico, quando muitos queriam reproduzir o formato do AXÉ à época do Recifolia na beira mar de Tambaú e Cabo Branco.

À época nada existia, enquanto Folia de Rua, no centro da cidade.

Mas, o mais importante neste processo de reflexão não é ignorar nem buscar boicotar a presença a Folia no Ponto de Cem Réis – nada disso, entretanto, valorizar essa área não pode significar o fim de uma historia que tem na Praça Antenor Navarro a primeira referencia de dispersão.

Trocando em miúdos, em 2011 espero que os blocos e nossos dirigentes se eximam da priorização da crise política partidária e vejam a indispensável necessidade de compatibilizar as coisas, ou seja, dando dimensão à concentração do Anjo Azul no Beco da Faculdade, ao Picolé no Cordão Encarnado, Pingüim, Maluco Beleza e Confete e Serpentina (ao lado da Catedral Metropolitana, na Praça Dom Ulrico) acatando o Ponto de Cem Reis como grande Pólo da Folia mas sem abdicar de ter também o Pólo da Antenor Navarro.

Como copiamos muito dos vizinhos, lembremos que em Recife a cultura predominante é de ampliar a quantidade de Pólos e não reduzi-las por mero capricho político de quem está no Poder.

É lamentável que até numa condição tão espontânea quanto deve ser o carnaval haja a interferência indébita afetando nossa história e nossos valores humanos. Um dia, quem sabe, não seja preciso conviver com esse retrocesso sentimental e estratégico.

Cadê a Marca da Folia?

As principais TVs da capital têm reproduzido inúmeros comerciais de blocos do Folia de Rua mas, infelizmente, ignorando a importância de veicular também a marca do projeto como um todo porque a omissão é injustificável enquanto valorização da organização.

Quando possível, depois do carnaval, a Assembléia Geral da Associação Folia de Rua precisa estabelecer a obrigatoriedade de inclusão da Marca em todas as peças e campanhas publicitárias a envolver os blocos porque do contrário é acabar com a entidade e jogar a chave no mar – do que nós discordamos fortemente.

Acho até que quem desobedecer dessa consciência e norma precisa sofrer sanção estatutária da Associação porque seria restabelecer o respeito à historia da Folia.

Os espaços e percursos dos lideres politicos

Devo, antes de tudo, abrigar como realidade os movimentos politico - partidários que permeiam os principais movimentos nos bastidores da Folia com Ricardo Coutinho na condiçao de prefeito da cidade fazendo suas manobras, da mesma forma que o governador José Maranhão, através do vice-governador Luciano Cartaxo, faz as suas.

Na prática, certamente que aliados do governador vao ocupar espaços nobres no Picole de Manga, enquanto os de Ricardo farão o mesmo no Ponto de Cem Réis.

A rigor, isso só se evidencia quando a organizaçao não tem independencia financeira para se impor e exigir que todos participem mas acatando a programaçao da Folia e não o contrário.

Tomara que um dia possa haver melhor e mais bom senso, com cada um na sua mas todos participando no somatório da festa.

Como acontece noutros estados

Comumente , cada segmento politico controi seu espaço / camarote e convidada seus amigos e aliados tendo a organizaçao, também, seu espaço convidando autoridades e pessoas à participaçao do espaço.

Além do mais, há uma forte participaçao dos patrocinadores privados cada um com seu camarote maior e mais bem equipado do que outro - o que nao tem acontecido conosco ao longo dos anos.

É nessa composiçao que precisam refletir e trabalhar para te-la de forma bem resolvida.

Última

“Ai que saudade/ dos carnavais/
Dos tempos de outrora...”

Walter Santos

ws@wscom.com.br

O colunista Walter Santos acumula a condição de jornalista, multimidia e diretor executivo do Grupo WSCOM - empresa pioneira no jornalismo na WEB a partir da Paraiba e responsável pela Revista NORDESTE, mais importante publicação circulando nas 9 capitais da região, mais SP, Rio e Brasilia.