quarta-feira, 16 de junho de 2010
GONZAGÃO
jornalista JACKSONIANO o paraibano do VALE DO PIANCÓ :
ANTONIO VICENTE FILHO autor junto a Fernando Moura da historiografia O REI DO RITMO editora 34.
JORNAL CORREIO DA PARAÍBA
Augusto Magalhães
O jornalista Antônio Vicente Filho recebeu do compositor paraibano Antônio Barros, o Troféu Gonzagão - edição Jackson do Pandeiro. A solenidade oficial de entrega da premiação aconteceu no último dia 25, na sede da Federação das Indústrias do Estado da Paraíba, em Campina Grande, mas como não pôde comparecer ao evento, o jornalista foi surpreendido na redação do CORREIO pelo compositor Antônio Barros, que fez questão de trazer pessoalmente e demonstrar sua admiração a Antônio Vicente Filho pelo trabalho que o jornalista vem realizando há mais de 30 anos em prol da divulgação da cultura nordestina.
O Troféu Gonzagão é uma realização do Projeto SESI Cultura Tradição, que anualmente é entregue a artistas, intelectuais e personalidades ligadas à cultura nordestina, sobretudo aquelas pessoas que contribuem para a divulgação e preservação da cultura do Nordeste em todos os seus aspectos, seja na música, na literatura, entre outras manifestações culturais.
Antônio Vicente Filho é autor de vasta pesquisa sobre a vida e obra de Jackson do Pandeiro, cujo trabalho resultou no livro “Jackson do Pandeiro – O Rei do Ritmo”, assinado por ele e Fernando Moura e lançado nacionalmente pela Editora 34.
“Para mim é uma honra muito grande receber esse troféu, ainda mais da forma como me foi entregue. Receber um prêmio das mãos do compositor e cantor Antônio Barros é um privilégio muito grande, afinal de contas ele um dos maiores compositores da música brasileira, tendo mais de 150 clássicos da cultura nordestina. Antônio Barros está no mesmo patamar de Humberto Teixeira e de Zé Dantas. É um compositor que tem músicas gravadas não só por cantores regionais, mas cantores de todas as tendências da música popular brasileira, como Ney Matogrosso, Elba Ramalho e Gilberto Gil”, disse.
Outro aspecto abordado pelo jornalista Antônio Vicente Filho sobre a premiação diz respeito à importância da obra de Jackson do Pandeiro. Ele lembrou que “Jackson, Luiz Gonzaga e João do Vale formam a trindade afinada da música nordestina. Qualquer artista que quiser entrar na seara da música nordestina terá que, inevitavelmente, beber na fonte de um desses três nomes ou abordar a obra dos três ao mesmo tempo. É importantíssimo o legado de Jackson do Pandeiro para a música brasileira e mundial. Basta lembrar que ele, assim como Luiz Gonzaga e João do Vale não tiveram estudo, nunca estudaram música, no entanto, criaram ritmos e fizeram composições maravilhosas”, destaca.
Para realizar o livro “Jackson do Pandeiro – O Rei do Ritmo”, Antônio Vicente Filho se debruçou sobre uma pesquisa de quase dez anos. Ele foi desde a fonte, na cidade de Alagoa Grande, na Paraíba, passando pelo Estado de Pernambuco e chegando ao Rio de Janeiro. Tudo isso para seguir os passos do músico, entrevistar pessoas que conviveram com ele e outras que simplesmente receberam a influência da sua obra. “O troféu Gonzagão no ano em que o homenageado é Jackson do Pandeiro tem um sabor especial para mim. Isso é o reconhecimento de um trabalho que durou uma década. O livro sobre Jackson do Pandeiro teve lançamento nacional é um orgulho para qualquer jornalista. Com este prêmio, fico mais estimulado a continuar esse trabalho de divulgação e memória da cultura nordestina.
segunda-feira, 14 de junho de 2010
INSS
Maior fraudadora do país consegue liberdade após 12 anos
Maior fraudadora do país consegue liberdade após 12 anos
Fonte: http://www.pbagora.com.br/conteudo.php?id=20100614105857&cat=brasil&keys=maior-fraudadora-pais-consegue-liberdade-apos-anos
A ex-advogada Jorgina de Freitas, conhecida como a maior fraudadora do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), saiu da prisão na tarde de ontem (12). Ela foi solta por ter cumprido 14 anos de pena em presídios do Rio de Janeiro, mas ainda terá que devolver R$ 200 milhões aos cofres públicos.
Jorgina foi condenada por crime contra a administração pública em 1992, mas só foi capturada pela polícia brasileira em 1997. Durante esse tempo, ficou refugiada na Costa Rica e fez diversas plásticas no rosto para não ser reconhecida. Jorgina estava em regime semiaberto desde 2007.
Decisão recente da 27ª Vara Federal do Rio de Janeiro decidiu colocar em leilão 57 bens da fraudadora para cobrir parte do rombo causado pela quadrilha.
Agência Brasil
Maior fraudadora do país consegue liberdade após 12 anos
Fonte: http://www.pbagora.com.br/conteudo.php?id=20100614105857&cat=brasil&keys=maior-fraudadora-pais-consegue-liberdade-apos-anos
A ex-advogada Jorgina de Freitas, conhecida como a maior fraudadora do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), saiu da prisão na tarde de ontem (12). Ela foi solta por ter cumprido 14 anos de pena em presídios do Rio de Janeiro, mas ainda terá que devolver R$ 200 milhões aos cofres públicos.
Jorgina foi condenada por crime contra a administração pública em 1992, mas só foi capturada pela polícia brasileira em 1997. Durante esse tempo, ficou refugiada na Costa Rica e fez diversas plásticas no rosto para não ser reconhecida. Jorgina estava em regime semiaberto desde 2007.
Decisão recente da 27ª Vara Federal do Rio de Janeiro decidiu colocar em leilão 57 bens da fraudadora para cobrir parte do rombo causado pela quadrilha.
Agência Brasil
domingo, 13 de junho de 2010
OFICINAS
Oficina de Produção Cultural Independente no Espaço Mundi
Estão abertas as inscrições para a Oficina de Produção Cultural Independente, que será ministrada pelo produtor Gerson Abrantes, apartir do dia 14 de junho, nas dependências do Espaço Mundo (Varadouro, centro histórico de João Pessoa). A iniciativa recebe o apoio do Coletivo Mundo e faz parte da seleção de oficineiros culturais para o projeto “Oficinas Culturais nos Bairros” da FUNJOPE (Prefeitura Municipal de João Pessoa), que promoverá 70 oficinas para bairros da capital, em diversos equipamentos da cidade, como Centros da Juventude, Centros Comunitários, Associações e Coletivos Culturais.
A oficina irá descrever e apresentar as partes que compõem o mercado cultural e o trabalho de um produtor independente e polivalente, bem como as áreas em que o profissional pode atuar, estimulando a rede de contatos e a ajuda mútua profissional entre quem trabalha na área em detrimento da simples prestação de favores entre amigos. Será focada no setor da música, predominantemente, não excluindo a participação dos outros setores da área cultural. Mostrará os conceitos mais atuais do que é discutido no âmbito cultural, levando ao debate pontos sobre a cadeia produtiva independente do mercado da música e um novo modelo mais básico e enxuto de como produzir um evento cultural. Circunda também as causas e os benefícios da profissionalização do setor cultural e da importância de produzir eventos com todos os conceitos artísticos e culturais bem fechados e amarrados (design das peças publicitárias, decoração do ambiente, estilo do evento em relação aos artistas que nele se apresentarão, etc.).
Para o oficineiro, “mais do que uma troca de conhecimentos, a oficina que será ministrada no Espaço Mundo abrirá possibilidades de encontros entre quem já trabalha na área cultural há algum tempo (Varadouro como pólo cultural da cidade) e de discussão crítica acerca do cenário independente local. Será um âmbito de maior entendimento e diálogo entre produtores de diversos lugares da cidade acerca do mercado local e da profissionalização dessa atividade, por isso, é interessante a colaboração dos que já atuam no Varadouro e também dos produtores de outros locais, que desejem se articular com um dos maiores pólos culturais de nossa cidade”.
http://coletivomundo.com.br/imagens/flyers/100614-oficinaproducaogerson.jpg
O programa da oficina é:
1. Mercado Cultural (9h)
1.1 – Alguns dados sobre o mercado cultural brasileiro nos últimos anos;
1.2 – Mercado Independente Brasileiro de Música;
1.3 – Rede Fora do Eixo, ABRAFIN e os Coletivos Culturais;
1.4 – Panorama Local (debate)
2. O Que é Produção Cultural (6h)
2.1 – Produtor Cultural;
2.2 – Créditos ao trabalho de produtor cultural;
2.3 – Independência Interdependente;
2.4 – Papel da Produção em Música (Produção do Artista);
3. Os Exigentes do Mercado Cultural (6h)
3.1 – Exigentes externos ou fontes de financiamento da cultura: governo e
iniciativa privada;
3.2 – Exigentes internos: artistas, público, mídia, outros produtores,
profissionais da cultura (cadeia produtiva);
4. Produzindo um Evento Cultural (18h)
4.1 – Idéia, primeiros contatos e conceito do evento;
4.2 – Elaborando um projeto e um cronograma;
4.3 – Captação de Recursos / Marketing Cultural;
4.4 – Assessoria de Imprensa;
4.5 – Pré-produção;
4.5 – Produção e Dia “D”;
4.6 – Pós-Produção;
5. Laboratório (6h)
5.1 – Definição de programação;
5.2 – Definição de equipe;
5.3 – Encaminhamentos;
Debates e mesas com a presença de outros produtores convidados visam levar diferentes pontos de vista e modelos de trabalho para que sejam compartilhados com os participantes.
A oficina terá uma duração de dois meses no local, com encontros as segundas e quartas, das 15h às 18h. As inscrições são gratuitas e podem ser feitas na hora da oficina ou com o preenchimento da ficha, que estará disponível para download no site do Coletivo Mundo.
http://www.coletivomundo.com.br/imagens/gersonabrantes.jpeg
Sobre o oficineiro: Produtor cultural independente e músico baterista, Gerson Abrantes se envolve na área da música há seis anos (Hollywood Vice, Esquina 200, Backdoorman, Cabeça de Galo). É graduando em administração pela Universidade Federal da Paraíba e temporariamente integrou o setor financeiro do Coletivo Mundo em 2009. Hoje produz shows itinerantes de MPB, Jazz e atua na gestão de carreira de duas bandas locais.
Para inscrições e mais informações, os contatos são:
gerson.abrantes@gmail.com | (83) 8896-6021
coletivomundo@gmail.com | www.coletivomundo.com.br
Serviço:
Oficina de Produção Cultural Independente para Música (com Gerson Abrantes)
A partir de 14 de Junho, segundas e quartas, das 15h às 18h, no Espaço Mundo (Praça Antenor Navarro, Centro Histórico).
Inscrições gratuitas.
--
Rayan Lins
www.coletivomundo.com.br
www.festivalmundo.com.br
www.myspace.com/bandanublado
www.myspace.com/burromorto
Estão abertas as inscrições para a Oficina de Produção Cultural Independente, que será ministrada pelo produtor Gerson Abrantes, apartir do dia 14 de junho, nas dependências do Espaço Mundo (Varadouro, centro histórico de João Pessoa). A iniciativa recebe o apoio do Coletivo Mundo e faz parte da seleção de oficineiros culturais para o projeto “Oficinas Culturais nos Bairros” da FUNJOPE (Prefeitura Municipal de João Pessoa), que promoverá 70 oficinas para bairros da capital, em diversos equipamentos da cidade, como Centros da Juventude, Centros Comunitários, Associações e Coletivos Culturais.
A oficina irá descrever e apresentar as partes que compõem o mercado cultural e o trabalho de um produtor independente e polivalente, bem como as áreas em que o profissional pode atuar, estimulando a rede de contatos e a ajuda mútua profissional entre quem trabalha na área em detrimento da simples prestação de favores entre amigos. Será focada no setor da música, predominantemente, não excluindo a participação dos outros setores da área cultural. Mostrará os conceitos mais atuais do que é discutido no âmbito cultural, levando ao debate pontos sobre a cadeia produtiva independente do mercado da música e um novo modelo mais básico e enxuto de como produzir um evento cultural. Circunda também as causas e os benefícios da profissionalização do setor cultural e da importância de produzir eventos com todos os conceitos artísticos e culturais bem fechados e amarrados (design das peças publicitárias, decoração do ambiente, estilo do evento em relação aos artistas que nele se apresentarão, etc.).
Para o oficineiro, “mais do que uma troca de conhecimentos, a oficina que será ministrada no Espaço Mundo abrirá possibilidades de encontros entre quem já trabalha na área cultural há algum tempo (Varadouro como pólo cultural da cidade) e de discussão crítica acerca do cenário independente local. Será um âmbito de maior entendimento e diálogo entre produtores de diversos lugares da cidade acerca do mercado local e da profissionalização dessa atividade, por isso, é interessante a colaboração dos que já atuam no Varadouro e também dos produtores de outros locais, que desejem se articular com um dos maiores pólos culturais de nossa cidade”.
http://coletivomundo.com.br/imagens/flyers/100614-oficinaproducaogerson.jpg
O programa da oficina é:
1. Mercado Cultural (9h)
1.1 – Alguns dados sobre o mercado cultural brasileiro nos últimos anos;
1.2 – Mercado Independente Brasileiro de Música;
1.3 – Rede Fora do Eixo, ABRAFIN e os Coletivos Culturais;
1.4 – Panorama Local (debate)
2. O Que é Produção Cultural (6h)
2.1 – Produtor Cultural;
2.2 – Créditos ao trabalho de produtor cultural;
2.3 – Independência Interdependente;
2.4 – Papel da Produção em Música (Produção do Artista);
3. Os Exigentes do Mercado Cultural (6h)
3.1 – Exigentes externos ou fontes de financiamento da cultura: governo e
iniciativa privada;
3.2 – Exigentes internos: artistas, público, mídia, outros produtores,
profissionais da cultura (cadeia produtiva);
4. Produzindo um Evento Cultural (18h)
4.1 – Idéia, primeiros contatos e conceito do evento;
4.2 – Elaborando um projeto e um cronograma;
4.3 – Captação de Recursos / Marketing Cultural;
4.4 – Assessoria de Imprensa;
4.5 – Pré-produção;
4.5 – Produção e Dia “D”;
4.6 – Pós-Produção;
5. Laboratório (6h)
5.1 – Definição de programação;
5.2 – Definição de equipe;
5.3 – Encaminhamentos;
Debates e mesas com a presença de outros produtores convidados visam levar diferentes pontos de vista e modelos de trabalho para que sejam compartilhados com os participantes.
A oficina terá uma duração de dois meses no local, com encontros as segundas e quartas, das 15h às 18h. As inscrições são gratuitas e podem ser feitas na hora da oficina ou com o preenchimento da ficha, que estará disponível para download no site do Coletivo Mundo.
http://www.coletivomundo.com.br/imagens/gersonabrantes.jpeg
Sobre o oficineiro: Produtor cultural independente e músico baterista, Gerson Abrantes se envolve na área da música há seis anos (Hollywood Vice, Esquina 200, Backdoorman, Cabeça de Galo). É graduando em administração pela Universidade Federal da Paraíba e temporariamente integrou o setor financeiro do Coletivo Mundo em 2009. Hoje produz shows itinerantes de MPB, Jazz e atua na gestão de carreira de duas bandas locais.
Para inscrições e mais informações, os contatos são:
gerson.abrantes@gmail.com | (83) 8896-6021
coletivomundo@gmail.com | www.coletivomundo.com.br
Serviço:
Oficina de Produção Cultural Independente para Música (com Gerson Abrantes)
A partir de 14 de Junho, segundas e quartas, das 15h às 18h, no Espaço Mundo (Praça Antenor Navarro, Centro Histórico).
Inscrições gratuitas.
--
Rayan Lins
www.coletivomundo.com.br
www.festivalmundo.com.br
www.myspace.com/bandanublado
www.myspace.com/burromorto
sábado, 12 de junho de 2010
ECOLÓGICO
http://ccclauropiresxavier.blogspot.com/
Um parque chamado Lauro
Walmira Gonçalves Fernandes
Jornal Correio da Paraíba, domingo, 12 de setembro de 1993
Nenhum de nós, que estivemos muitas vezes iluminadas pela luz tranqüila do seus olhos (era uma luz verde) e ouvindo o que ele, em voz baixa e pausada, nos ensinava, poderá esquecê-lo. Corria o ano que ainda não terminou e as, de alguma forma, apaixonadas pela Terra, se sentavam todos os dias tentando desvendar os seus segredos. Estávamos todas em boa companhia. Se existiu alguém completamente apaixonado por este, ainda (até quando?), Planeta Azul, era o professor Laurinho Xavier. Ninguém conseguia evitar o diminutivo, que era pura ternura pela pessoa, uma das maiores que a história da Paraíba teve a alegria de registrar. Apaixonada pela paixão de professor Laurinho, a Terra, e pela capacidade que ele tinha de nos “mesmerizar” durante suas aulas, muitas vezes desci do ônibus três paradas antes da Faculdade. Para ter certeza que me encontraria mais cedo com o mestre e com ele caminharia os metros que nos separavam da sala de aula. Professor Laurinho era um entusiasta dos “peripatéticos” e lá íamos nós, passo a passo, estudando o que quer que se relacione com a frágil crosta que recobre os sons e a fúria dessa que “eppur si muove”...
Eu não achava possível que uma pessoa pudesse se identificar a tal ponto com o verde, que sentisse na carne a dor de uma ferida numa árvore, até o dia em que eu o vi. No caminho, nós encontramos uma daquelas centenárias árvores da Avenida Epitácio Pessoa, ferida recentemente, ainda com a seiva escorrendo e os pedaços do tronco no chão. A maneira como ele acariciou a árvore, enquanto se perguntava baixinho “por quê? Para quê?”. E tentava colar os pedaços destacados do tronco, dificilmente se distinguiria da forma como com que as mães fazem os curativos nos joelhos feridos dos filhos. O carinho e a dor que sentem, na simbiose, são os mesmos. Ainda cheguei a perguntar se era “mortal” e ele me respondeu: “Pode ser, Boticelli”. Apelido da faculdade por conta do meu amor pelo Renascimento e nossas redondezas... “Pode ser, continuou. As árvores são como as pessoas. Você pode feri-las no corpo e elas sobrevivem. Mas, quando o ferro alcança a alma, é difícil. A alma das árvores viaja pelo seu sangue”.
Professor Laurinho me pareceu tão desprotegido, ali, tentando colar as cascas da árvore agredida... Era só aparência. Não existia ninguém tão forte, por baixo daquela voz suave e um sorriso eterno da ilusão do avô, que cada um de nós guarda da infância que se foi. Algumas vezes chegávamos uns minutos atrasados. Poucas. Mas é que sempre havia uma folha surgindo novinha de algum arbusto, uma flor que acabava de cair, uma formação diferente nas nuvens, a chuva que ficava mais forte no sol de verão... Coisas assim, que para professor Laurinho eram milagres sempre renovados de um cotidiano que uma grande maioria das pessoas já não consegue mais enxergar.
Essas lembranças todas me vieram a tona quando li que, depois de Paris, João Pessoa foi considerada a segunda cidade mais verde da Terra. Acho que era o tipo de notícia que ele gostaria de ter lido, depois do café da manhä com a família, antes de partir para ensinar. Mestre Laurinho gostava de lembrar que, quanto mais nós nos afastamos de quem nos originou (“somos feitos da mesma matéria das estrelas, Boticelli!”), mais nos afastaremos do único objetivo para o qual estamos destinados – ser humanos. Depois das aulas, costumávamos ficar conversando sobre o segredo cósmico da semente. “Sabe, nesta noz estão contidas todas as nogueiras que já existiram e todas as que virão a existir”. Gostávamos de estudar os abismos. Os abismos do mar e seus estranhos peixes fosforescentes, que jamais veremos porque não resistiram a subida para o calor. Nem nós, a descida para as trevas líquidas. Nunca perdi uma única aula do professor Laurinho. E sempre me colocava nas cadeiras atrás. Para ouvi-lo melhor.
As pessoas que tem consciência do que estão transmitindo nunca precisam elevar a voz. Ele tinha absoluta consciência de que estava ensinando a todas o segundo maior amor da sua vida – a Terra. Era um prazer encontrá-lo na rua, ele e seu inseparável boné. Nós tínhamos a impressão que o usava como quem usa um par de óculos. Para ver melhor. Todos os anos, quando há aquela explosão de ouro no chão, formada pelas flores que caem das acácias, ele sempre se lembrava de perguntar se já tínhamos ido assistir a “chuva dourada na cidade”. É fácil imaginá-lo percorrendo as trilhas amarelas, ao cair da tarde, como quem vê e ouve um milagre. Para Mestre Laurinho, tudo que é da Terra lhe pertence.
A nós, apenas nos é emprestado por alguns dias, meses, anos. Tudo que vai no mar, o mar devolve. O que lhe tiram, se quiser, vem para buscar. A Terra nunca nos pertenceu, nem nos pertencerá. Nós é que a ela pertencemos, dela vivemos e para ela, inexoravelmente, voltaremos um dia. Mas a forma com que ele nos dizia isso era de tal clareza e ternura que, o que a muita gente parece ser o fim – a morte, para nós parecia ser sempre um recomeço. Um iniciar outra vez, como o dia que nasce. Quem quer que passou pelos seus ensinamentos, deles não saiu o mesmo. Mudou para sempre a forma de se relacionar com o quer que se mova, porque “tudo que se move é sagrado”. Professor Laurinho hoje se confunde com o vento que sopra, a folha que cai, a chuva que lava, o brilho do sol. Transformou-se, afinal, na luz verde que emanava dos seus olhos. Espalhou-se para todo o universo que conhecemos. Daqui até Alpha Centauro A. Onde há água. E, possivelmente, Vida.
É por isso que tenho a impressão de que falta alguma coisa na segunda cidade mais verde do mundo. Andando pelas suas ruas, mesmo imaginariamente, num dia calmo de maio, penso que em algum recanto existem árvores acabadas de plantar, que um dia serão carvalhos. Ou acácias. Alguns bancos de pedra para sentar e ouvir as cigarras. Ou pensar na Vida. Crianças, pessoas, pássaros. Enfim, um Parque Chamado Lauro...
Um parque chamado Lauro
Walmira Gonçalves Fernandes
Jornal Correio da Paraíba, domingo, 12 de setembro de 1993
Nenhum de nós, que estivemos muitas vezes iluminadas pela luz tranqüila do seus olhos (era uma luz verde) e ouvindo o que ele, em voz baixa e pausada, nos ensinava, poderá esquecê-lo. Corria o ano que ainda não terminou e as, de alguma forma, apaixonadas pela Terra, se sentavam todos os dias tentando desvendar os seus segredos. Estávamos todas em boa companhia. Se existiu alguém completamente apaixonado por este, ainda (até quando?), Planeta Azul, era o professor Laurinho Xavier. Ninguém conseguia evitar o diminutivo, que era pura ternura pela pessoa, uma das maiores que a história da Paraíba teve a alegria de registrar. Apaixonada pela paixão de professor Laurinho, a Terra, e pela capacidade que ele tinha de nos “mesmerizar” durante suas aulas, muitas vezes desci do ônibus três paradas antes da Faculdade. Para ter certeza que me encontraria mais cedo com o mestre e com ele caminharia os metros que nos separavam da sala de aula. Professor Laurinho era um entusiasta dos “peripatéticos” e lá íamos nós, passo a passo, estudando o que quer que se relacione com a frágil crosta que recobre os sons e a fúria dessa que “eppur si muove”...
Eu não achava possível que uma pessoa pudesse se identificar a tal ponto com o verde, que sentisse na carne a dor de uma ferida numa árvore, até o dia em que eu o vi. No caminho, nós encontramos uma daquelas centenárias árvores da Avenida Epitácio Pessoa, ferida recentemente, ainda com a seiva escorrendo e os pedaços do tronco no chão. A maneira como ele acariciou a árvore, enquanto se perguntava baixinho “por quê? Para quê?”. E tentava colar os pedaços destacados do tronco, dificilmente se distinguiria da forma como com que as mães fazem os curativos nos joelhos feridos dos filhos. O carinho e a dor que sentem, na simbiose, são os mesmos. Ainda cheguei a perguntar se era “mortal” e ele me respondeu: “Pode ser, Boticelli”. Apelido da faculdade por conta do meu amor pelo Renascimento e nossas redondezas... “Pode ser, continuou. As árvores são como as pessoas. Você pode feri-las no corpo e elas sobrevivem. Mas, quando o ferro alcança a alma, é difícil. A alma das árvores viaja pelo seu sangue”.
Professor Laurinho me pareceu tão desprotegido, ali, tentando colar as cascas da árvore agredida... Era só aparência. Não existia ninguém tão forte, por baixo daquela voz suave e um sorriso eterno da ilusão do avô, que cada um de nós guarda da infância que se foi. Algumas vezes chegávamos uns minutos atrasados. Poucas. Mas é que sempre havia uma folha surgindo novinha de algum arbusto, uma flor que acabava de cair, uma formação diferente nas nuvens, a chuva que ficava mais forte no sol de verão... Coisas assim, que para professor Laurinho eram milagres sempre renovados de um cotidiano que uma grande maioria das pessoas já não consegue mais enxergar.
Essas lembranças todas me vieram a tona quando li que, depois de Paris, João Pessoa foi considerada a segunda cidade mais verde da Terra. Acho que era o tipo de notícia que ele gostaria de ter lido, depois do café da manhä com a família, antes de partir para ensinar. Mestre Laurinho gostava de lembrar que, quanto mais nós nos afastamos de quem nos originou (“somos feitos da mesma matéria das estrelas, Boticelli!”), mais nos afastaremos do único objetivo para o qual estamos destinados – ser humanos. Depois das aulas, costumávamos ficar conversando sobre o segredo cósmico da semente. “Sabe, nesta noz estão contidas todas as nogueiras que já existiram e todas as que virão a existir”. Gostávamos de estudar os abismos. Os abismos do mar e seus estranhos peixes fosforescentes, que jamais veremos porque não resistiram a subida para o calor. Nem nós, a descida para as trevas líquidas. Nunca perdi uma única aula do professor Laurinho. E sempre me colocava nas cadeiras atrás. Para ouvi-lo melhor.
As pessoas que tem consciência do que estão transmitindo nunca precisam elevar a voz. Ele tinha absoluta consciência de que estava ensinando a todas o segundo maior amor da sua vida – a Terra. Era um prazer encontrá-lo na rua, ele e seu inseparável boné. Nós tínhamos a impressão que o usava como quem usa um par de óculos. Para ver melhor. Todos os anos, quando há aquela explosão de ouro no chão, formada pelas flores que caem das acácias, ele sempre se lembrava de perguntar se já tínhamos ido assistir a “chuva dourada na cidade”. É fácil imaginá-lo percorrendo as trilhas amarelas, ao cair da tarde, como quem vê e ouve um milagre. Para Mestre Laurinho, tudo que é da Terra lhe pertence.
A nós, apenas nos é emprestado por alguns dias, meses, anos. Tudo que vai no mar, o mar devolve. O que lhe tiram, se quiser, vem para buscar. A Terra nunca nos pertenceu, nem nos pertencerá. Nós é que a ela pertencemos, dela vivemos e para ela, inexoravelmente, voltaremos um dia. Mas a forma com que ele nos dizia isso era de tal clareza e ternura que, o que a muita gente parece ser o fim – a morte, para nós parecia ser sempre um recomeço. Um iniciar outra vez, como o dia que nasce. Quem quer que passou pelos seus ensinamentos, deles não saiu o mesmo. Mudou para sempre a forma de se relacionar com o quer que se mova, porque “tudo que se move é sagrado”. Professor Laurinho hoje se confunde com o vento que sopra, a folha que cai, a chuva que lava, o brilho do sol. Transformou-se, afinal, na luz verde que emanava dos seus olhos. Espalhou-se para todo o universo que conhecemos. Daqui até Alpha Centauro A. Onde há água. E, possivelmente, Vida.
É por isso que tenho a impressão de que falta alguma coisa na segunda cidade mais verde do mundo. Andando pelas suas ruas, mesmo imaginariamente, num dia calmo de maio, penso que em algum recanto existem árvores acabadas de plantar, que um dia serão carvalhos. Ou acácias. Alguns bancos de pedra para sentar e ouvir as cigarras. Ou pensar na Vida. Crianças, pessoas, pássaros. Enfim, um Parque Chamado Lauro...
domingo, 6 de junho de 2010
DESTAQUE
A Paraíba ofuscada por Fuscaldo
06 de junho de 2010
Ricardo Anísio
Redator de A UNIÃO
Aprendi logo cedo, que jornalismo se faz com paixão e zelo, com técnica e paixão, com fatos e alguma poesia. A jornalista Christina Fuscaldo - que esteve em João Pessoa para cobrir o Festival Nacional de Arte, o Fenart - esqueceu algumas dessas pilastras. Em um texto publicado na revista Rolling Stone, na sua versão brasileira, a competente repórter-redatora nos feriu a paraibanidade com golpes de desconhecimento brutais.
Disse Fuscaldo: "A não ser pelo aparecimento de alguns fenômenos ao longo da história, Paraíba não costuma chamar a atenção por sua música, seu teatro, seu cinema e sua literatura. Vizinho do culturalmente bem-sucedido Pernambuco, o estado nunca viu a formação de um movimento que tivesse como objetivo a divulgação de suas riquezas".
Não é minha intenção e nem meu interesse, queimar a nobre jornalista em uma fogueira inquisitória, mas pretendo defender esse Estado nobre, de riquíssima e variada produção artístico-cultural através dos anos, das décadas, dos séculos. A Paraíba não chama a atenção pela sua produção artística? Ora, vamos parar para pensar. Será que Pedro Américo teve importância na pintura brasileira, ou não? Bem, basta olhar o seu histórico quadro que retrata o "Grito do Ipiranga" e saberemos que sim.
Mas, isso deve ter parecido pouco para a talentosa Christina Fuscaldo. Então falemos de João Câmara, de Antônio Dias, de Thomaz Santa Roza. Nem pretendemos falar sobre os grandes talentos que ficaram entrincheirados aqui, sem galgar as dimensões universais, pelo menos à nível de estatura histórica. Isso lhe basta, Fuscaldo?
O teatro de Paulo Pontes e de Ariano Suassuna, prezada jornalista, não foram (e são) relevantes para a história da artística da cultura brasileira? Imaginamos então - recorrendo novamente a Santa Roza - o célebre cenário de "Vestido de Noiva" seja deveras banal. Sim, ia me esquecendo do espetáculo "Vau da Sarapalha" que recebeu todos os prêmios que podia e foi um dos mais bem avaliados pela exigente Barbara Eliodoro como uma das mais belas realizações da dramaturgia brasileira, que até hoje ainda superlota platéias nos grandes centros do Brasil e do estrangeiro.
A literatura da Paraíba, querida Christina Fuscaldo, é das mais ricas do país. José Lins do Rego, Augusto dos Anjos, José Américo de Almeida e novamente Ariano Suassuna, é um manancial considerável, não?! Muito embora a nova safra seja também muito brilhante e referencial. O cinema paraibano tem Vladimir Carvalho, Walter Carvalho, Linduarte Noronha, Manfredo Caldas, Machado Bittencourt, e a nova geração de Marcus Vilar e Torquato Joel entre outros.
O que dizer da música dos paraibanos então? Para começar somos berço do maestro que fundou a Orquestra Sinfônica do Brasil, o grande José Siqueira, que aliás também guarda consigo (em memória) o marco de ter sido o primeiro regente latino (e assim sendo, o primeiro brasileiro, claro) a empunhar as batutas diante da Orquestra Sinfônica de Moscou. Talvez bastasse.
Na "Black Music" feita no Brasil temos o grande Genival Cassiano, outro Genival (o Macedo) foi o criador do Trio Elétrico que os baianos tentam anotar como seu. Temos um dos mais polêmicos compositores "de protesto" que é o Geraldo Vandré, o Sivuca que reputo como o "músico mais completo" do Brasil até que me provem o contrário, o Zé Ramalho, o Antônio Guedes Barbosa (pianista que melhor gravou a obra de Chopin, segundo a imprensa latina), Jackson do Pandeiro, Canhoto da Paraíba (referência "jimihendrixiana" do violão tocado pelo avesso), Vital Farias, Antônio Barros & Cecéu e por aí vai.
O que nos falta, prezada Christina Fuscaldo, é a doentia chaga do bairrismo que os baianos destacam. Nos falta mesmo é lembrarmos todos os dias que somos de uma nação abençoada, terra de poetas como Zé da Luz e de compositores como Zé do Norte ("Lua Bonita", "Sodade, meu bem, Sodade" etc.) que nos orgulha, com certeza. A Paraíba trava sim um dialogo permanente com a cultura brasileira, e contribuiu (e contribui) muito para tecer esse imenso tapete multifacetado que é a arte produzida nesse terreiro de Mãe Preta e Pai João.
06 de junho de 2010
Ricardo Anísio
Redator de A UNIÃO
Aprendi logo cedo, que jornalismo se faz com paixão e zelo, com técnica e paixão, com fatos e alguma poesia. A jornalista Christina Fuscaldo - que esteve em João Pessoa para cobrir o Festival Nacional de Arte, o Fenart - esqueceu algumas dessas pilastras. Em um texto publicado na revista Rolling Stone, na sua versão brasileira, a competente repórter-redatora nos feriu a paraibanidade com golpes de desconhecimento brutais.
Disse Fuscaldo: "A não ser pelo aparecimento de alguns fenômenos ao longo da história, Paraíba não costuma chamar a atenção por sua música, seu teatro, seu cinema e sua literatura. Vizinho do culturalmente bem-sucedido Pernambuco, o estado nunca viu a formação de um movimento que tivesse como objetivo a divulgação de suas riquezas".
Não é minha intenção e nem meu interesse, queimar a nobre jornalista em uma fogueira inquisitória, mas pretendo defender esse Estado nobre, de riquíssima e variada produção artístico-cultural através dos anos, das décadas, dos séculos. A Paraíba não chama a atenção pela sua produção artística? Ora, vamos parar para pensar. Será que Pedro Américo teve importância na pintura brasileira, ou não? Bem, basta olhar o seu histórico quadro que retrata o "Grito do Ipiranga" e saberemos que sim.
Mas, isso deve ter parecido pouco para a talentosa Christina Fuscaldo. Então falemos de João Câmara, de Antônio Dias, de Thomaz Santa Roza. Nem pretendemos falar sobre os grandes talentos que ficaram entrincheirados aqui, sem galgar as dimensões universais, pelo menos à nível de estatura histórica. Isso lhe basta, Fuscaldo?
O teatro de Paulo Pontes e de Ariano Suassuna, prezada jornalista, não foram (e são) relevantes para a história da artística da cultura brasileira? Imaginamos então - recorrendo novamente a Santa Roza - o célebre cenário de "Vestido de Noiva" seja deveras banal. Sim, ia me esquecendo do espetáculo "Vau da Sarapalha" que recebeu todos os prêmios que podia e foi um dos mais bem avaliados pela exigente Barbara Eliodoro como uma das mais belas realizações da dramaturgia brasileira, que até hoje ainda superlota platéias nos grandes centros do Brasil e do estrangeiro.
A literatura da Paraíba, querida Christina Fuscaldo, é das mais ricas do país. José Lins do Rego, Augusto dos Anjos, José Américo de Almeida e novamente Ariano Suassuna, é um manancial considerável, não?! Muito embora a nova safra seja também muito brilhante e referencial. O cinema paraibano tem Vladimir Carvalho, Walter Carvalho, Linduarte Noronha, Manfredo Caldas, Machado Bittencourt, e a nova geração de Marcus Vilar e Torquato Joel entre outros.
O que dizer da música dos paraibanos então? Para começar somos berço do maestro que fundou a Orquestra Sinfônica do Brasil, o grande José Siqueira, que aliás também guarda consigo (em memória) o marco de ter sido o primeiro regente latino (e assim sendo, o primeiro brasileiro, claro) a empunhar as batutas diante da Orquestra Sinfônica de Moscou. Talvez bastasse.
Na "Black Music" feita no Brasil temos o grande Genival Cassiano, outro Genival (o Macedo) foi o criador do Trio Elétrico que os baianos tentam anotar como seu. Temos um dos mais polêmicos compositores "de protesto" que é o Geraldo Vandré, o Sivuca que reputo como o "músico mais completo" do Brasil até que me provem o contrário, o Zé Ramalho, o Antônio Guedes Barbosa (pianista que melhor gravou a obra de Chopin, segundo a imprensa latina), Jackson do Pandeiro, Canhoto da Paraíba (referência "jimihendrixiana" do violão tocado pelo avesso), Vital Farias, Antônio Barros & Cecéu e por aí vai.
O que nos falta, prezada Christina Fuscaldo, é a doentia chaga do bairrismo que os baianos destacam. Nos falta mesmo é lembrarmos todos os dias que somos de uma nação abençoada, terra de poetas como Zé da Luz e de compositores como Zé do Norte ("Lua Bonita", "Sodade, meu bem, Sodade" etc.) que nos orgulha, com certeza. A Paraíba trava sim um dialogo permanente com a cultura brasileira, e contribuiu (e contribui) muito para tecer esse imenso tapete multifacetado que é a arte produzida nesse terreiro de Mãe Preta e Pai João.
sábado, 5 de junho de 2010
MUSICALIDADE
Renata Rosa e Cátia de França
O projeto 'Som das 6' desta sexta-feira (4) traz para o público paraibano a cantora, rabequeira e compositora Renata Rosa, consagrada na Europa com o prêmio de melhor disco do ano em 2004, concedido pela revista "Le Monde de la Musique". Na mesma noite, se apresenta a artista paraibana Cátia de França. O evento começa a partir das 18h, no Ponto de Cem Réis, e tem a realização da Prefeitura de João Pessoa (PMJP), por meio da sua Fundação Cultural (Funjope).
O universo nordestino, árabe, ibérico, cigano e indígena está presente no trabalho de Renata Rosa. Sambas de coco, rojões de roça, polifonias vocais, cirandas, rabecas e cavalo-marinho formam o caldeirão estético do qual nasceu "Manto dos Sonhos", segundo e último álbum da artista. No disco, em primeiro plano, aparece a voz possante e clara dessa jovem paulista de alma nordestina, que vai alinhavando a delicada malha do canto das índias Kariri-xocó, oriundas de Pernambuco. É esse trabalho que a compositora vai apresentar aos pessoenses.
Renata Rosa participou da minissérie "A Pedra do Reino", da Rede Globo de Televisão, baseada na obra do escritor paraibano Ariano Suassuna. Na série, a artista interpretou a protagonista Maria Safira, mulher sensual, livre e independente. A cantora também já se apresentou em dezenas de festivais da Europa. Em 2004, conquistou o Prêmio Choc De L'Anne de Melhor Disco do Ano, concedido pela "Le Monde de la Musique", com o primeiro CD "Zunido da Mata" (lançado em 2003). Em 2005, seu show foi considerado um dos melhores da temporada europeia. Isso lhe valeu um especial de TV, produzido pela Rede BBC, de Londres. No Brasil, a cantora foi selecionada pelo programa Rumos Música do Instituto Itaú Cultural.
A poesia musicada de Cátia de França – A outra atração desta edição do Projeto 'Som das 6' é a cantora paraibana Cátia de França. Ela está de volta aos palcos paraibanos com a sua voz inconfundível e composições de letras fortes com arranjos primorosos. Além da originalidade das suas canções, ela traz a força poética de autores que permeiam a sua obra, a exemplo de Manoel de Barros, João Cabral de Melo Neto, José Lins do Rego, Guimarães Rosa e Henry David Thoreau.
Com mais de 40 anos de carreira, Cátia de França faz parte do rol de artistas contemplados com o prêmio 'Mestre das Artes Canhoto da Paraíba'. No repertório estão as músicas consagradas tanto na sua própria voz como na de Elba Ramalho, em "Kukukaia"; Amelinha e Chico César, em "Coito das Araras"; Clementina de Jesus, em "Meu boi Surubim"; e Xangai, em "Antoninha". A compositora paraibana chegou a ser parceira de palco de Jackson do Pandeiro, durante a primeira versão do Projeto Pixinguinha, em 1980.
O projeto 'Som das 6' desta sexta-feira (4) traz para o público paraibano a cantora, rabequeira e compositora Renata Rosa, consagrada na Europa com o prêmio de melhor disco do ano em 2004, concedido pela revista "Le Monde de la Musique". Na mesma noite, se apresenta a artista paraibana Cátia de França. O evento começa a partir das 18h, no Ponto de Cem Réis, e tem a realização da Prefeitura de João Pessoa (PMJP), por meio da sua Fundação Cultural (Funjope).
O universo nordestino, árabe, ibérico, cigano e indígena está presente no trabalho de Renata Rosa. Sambas de coco, rojões de roça, polifonias vocais, cirandas, rabecas e cavalo-marinho formam o caldeirão estético do qual nasceu "Manto dos Sonhos", segundo e último álbum da artista. No disco, em primeiro plano, aparece a voz possante e clara dessa jovem paulista de alma nordestina, que vai alinhavando a delicada malha do canto das índias Kariri-xocó, oriundas de Pernambuco. É esse trabalho que a compositora vai apresentar aos pessoenses.
Renata Rosa participou da minissérie "A Pedra do Reino", da Rede Globo de Televisão, baseada na obra do escritor paraibano Ariano Suassuna. Na série, a artista interpretou a protagonista Maria Safira, mulher sensual, livre e independente. A cantora também já se apresentou em dezenas de festivais da Europa. Em 2004, conquistou o Prêmio Choc De L'Anne de Melhor Disco do Ano, concedido pela "Le Monde de la Musique", com o primeiro CD "Zunido da Mata" (lançado em 2003). Em 2005, seu show foi considerado um dos melhores da temporada europeia. Isso lhe valeu um especial de TV, produzido pela Rede BBC, de Londres. No Brasil, a cantora foi selecionada pelo programa Rumos Música do Instituto Itaú Cultural.
A poesia musicada de Cátia de França – A outra atração desta edição do Projeto 'Som das 6' é a cantora paraibana Cátia de França. Ela está de volta aos palcos paraibanos com a sua voz inconfundível e composições de letras fortes com arranjos primorosos. Além da originalidade das suas canções, ela traz a força poética de autores que permeiam a sua obra, a exemplo de Manoel de Barros, João Cabral de Melo Neto, José Lins do Rego, Guimarães Rosa e Henry David Thoreau.
Com mais de 40 anos de carreira, Cátia de França faz parte do rol de artistas contemplados com o prêmio 'Mestre das Artes Canhoto da Paraíba'. No repertório estão as músicas consagradas tanto na sua própria voz como na de Elba Ramalho, em "Kukukaia"; Amelinha e Chico César, em "Coito das Araras"; Clementina de Jesus, em "Meu boi Surubim"; e Xangai, em "Antoninha". A compositora paraibana chegou a ser parceira de palco de Jackson do Pandeiro, durante a primeira versão do Projeto Pixinguinha, em 1980.
quinta-feira, 3 de junho de 2010
FOLIA
FOLIA DE RUA: Bola é candidato e aí?
O animador cultural Bola Targino deve ser ungido nesta terça-feira à noite como novo presidente da Associação Folia de Rua tendo como companheiro de chapa o também animador Marcone Barbosa – da Funad e um dos mais atuantes lideres dos deficientes do Estado, mas carnavalesco de primeira linha.
É o projeto Folia de Rua se redimindo da necessidade de abrigar tambémentre si figuras como Marcone Barbosa, não para fazer graça ou favor, mas conviver e apresentar propostas concretas de avanços deste movimento.
A impressão de alguns é de que poderia ter um nome mais Grife, mas esse conceito preconceituoso precisa ser banido porque Bola Nonato já tem história no processo, além do mais se dispõe e está comprometido com atitudes a favorecer todos os blocos e não somente a alguns.
Bola está preparado, jura de pés juntos, para conviver com as pressões de Governos preservando espaços de todos, inclusive resgatando projetos e o percurso original da abertura sem discriminar ninguém e acatar todos numa animação de vários pólos.
Pelo que ouvi até a noite desta segunda-feira, será preciso profissionalização do projeto com mais ousadia e compromisso com a ética, portanto, em sendo assim vamos conviver com esse novo tempo de renovação na Associação Folia de Rua.
Aliás, meu presidente Vinicius Santos já determinou (e eu respeito) que vai estar presente cumprindo com seu gesto cidadão e de amor a esta cidade.
O resto são detalhes tão pequenos de nós dois. Boa sorte a Bola, Marcone e demais integrantes da chapa.
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