quarta-feira, 28 de outubro de 2009

STATIONBRÉSIL

Estarei, estaremos lá....

Station Brésil: onde os ritmos se encontram
Festival reúne artistas franceses e brasileiros nas cidades de
João Pessoa, Recife, Brasília e São Paulo para comemorar o Ano da França no Brasil

O Station Brésil é um festival de música que une no mesmo palco artistas brasileiros e franceses. No Ano da França no Brasil, os shows têm como objetivo promover parcerias inéditas entre representantes da cultura dos dois países.

Entre os dias 31 de outubro e 4 de novembro, o público de João Pessoa e Recife vai conferir a atual cena musical parisiense ouvindo Bertignac, Jeanne Cherhal, Mathieu Boogaerts, Spleen e Thierry Stremler. Os artistas franceses mesclam seus repertórios e dividem o palco com grandes nomes da música popular brasileira: Banda de Pífanos, Chico César, Cibelle, Fernanda Takai, Mariana Aydar, Naná Vasconcelos, Orquestra Sanhauá, Siba e a Fuloresta, Zeca Baleiro e Zélia Duncan.

A programação prevê encontros inusitados, como o de Mathieu Boogaerts com a Orquestra Sanhauá e o das cantoras Jeanne Cherhal e Fernanda Takai, mas também leva ao Nordeste a sintonia musical de Cibelle e Spleen, única dupla que já se apresentou junta. A jam session comandada por Naná Vasconcelos também é um dos pontos altos do festival.

Matthieu Rougé, francês radicado no Brasil, produtor e idealizador do festival, e o músico, compositor e produtor musical Paulo Lepetit são os curadores musicais do projeto Station Brésil, que tem entrada gratuita. O festival também acontece em Brasília, em data e local a serem confirmados, e São Paulo, nos dias 14 e 15 de novembro, no SESC Pinheiros.

O Station Brésil é uma realização do Estudio Gaia em parceria com o IBL e conta com o apoio da Aliança Francesa, Gol, Quanta, digidesign, Funjope (João Pessoa), Fundarpe (Pernambuco), OiFM (Recife). O patrocínio é de: Cultures France, République Française, Fundo Nacional da Cultura e Ministério da Cultura do Governo Federal. http://afjoaopessoa.com.br/IMG/jpg/Clipboard03.jpg


João Pessoa (PB)

Local: Ponto de Cem Réis (Praça Vidal de Negreiros - Centro)

Dia 31/10 - início às 20h
- Renata Arruda

Dia 01/11 - início às 18h
- Banda de Pífanos + Jeanne Cherhal
- Spleen & Cibelle
- Bertignac & Zélia Duncan
- Mathieu Boogaerts & Orquestra Sanhauá

Quem é quem no Station Brésil de João Pessoa
Artistas Franceses

BERTIGNA

Considerado o padrinho da nova cena musical francesa, Louis Bertignac produziu e fez os arranjos do bem-sucedido álbum “Quelqu’un m’a dit” - de sua ex-namorada e hoje primeira-dama da França, Carla Bruni -, que vendeu mais de 2 milhões de cópias . O ex-guitarrista da banda de rock Téléphone lançou em 2005 o segundo disco da sua carreira solo: “Longtemps”. Nele, Bertignac não perde de vista suas raízes rock (de ídolos como Led Zepellin, Rolling Stones e Hendrix), mas passa também pelo folk, pela balada e pelo blues.
http://www.bertignac.com/

JEANNE CHERHAL
Premiada em 2005 como artista revelação no Victoires de la Musique (um dos principais concursos de música na França), Jeanne é uma das cantoras com melhor performance de palco da sua geração. Ela já vendeu 100 mil discos nos dez anos de uma carreira que construiu ouvindo de Björk e Tori Amos a Sonic Youth. Nos shows, destacam-se as atuações de Jeanne ao piano, tocando baixo, e seu vocal evidentemente pop. Muitas de suas letras detalham as minúcias da vida cotidiana com sensibilidade e inteligência.
http://www.myspace.com/jeannecherhal

MATHIEU BOOGAERTS
Com quinze anos de carreira, Boogaerts é um destaque na canção contemporânea francesa. Em seu novo álbum “I love you”, de 2008, o autor do hit “Ondulé” muda radicalmente e dá uma batida mais electro rock, rap e funk rock às suas composições, antes muito mais influenciadas pelo reggae. A saída de seu fiel companheiro violão, substituído por instrumentos de percussão e recursos eletrônicos, é a aposta do último trabalho do cantor. Deixando a introspecção no passado, Boogaerts quer agora provocar o ouvinte com um som inovador.
http://www.mathieuboogaerts.com/

SPLEEN
O mais novo dos artistas franceses no festival, Spleen navega entre o blues e o hip hop, cantando em inglês ou francês. No seu segundo álbum, “Comme un enfant”, de 2008, o artista compõe como uma criança, escrevendo letras com palavras simples e sentimentos profundos. Spleen fala sobre seus relacionamentos amorosos e sua paixão pela música, adaptando sua voz de acordo com os temas, combinando tons agudos e suaves. Suas melodias são relaxantes e, ao mesmo tempo, empolgantes.
http://spleenspace.artistes.universalmusic.fr/
Artistas Brasileiros

CIBELLE
Curiosa e com espírito cigano. Assim se autodefine a cantora Cibelle Cavalli, que mora em em Londres desde 2002 e tem influências tão diversas como Nina Simone, Tom Jobim e Bjork. Apesar de recusar o título de “musa da eletrobossa”, a multi-instrumentista de voz doce e suave admite a inspiração da bossa nova no seu trabalho e garante que sua música é orientada pelo seu filtro interno, que faz com que os sons que absorve em suas andanças pelo mundo saiam à sua maneira.
http://www.myspace.com/cibelleblackbird

ORQUESTRA SANHAUA
A Orquestra Sanhauá da Paraíba estreou em 2008 no cenário da música paraibana de câmara. O grupo instrumental tem uma formação de Big Band, com um repertório voltado para a música brasileira, dando ênfase à música nordestina e adotando um caráter inovador nas suas composições e arranjos. A orquestra é composta por professores de música das universidades federais da Paraíba (UFPB) e do Rio Grande do Norte (UFRN), e da Orquestra Sinfônica da Paraíba, entre outros.

ZELIA DUNCAN
“Pré Pós Tudo Bossa Band”, de 2005, foi o trabalho autoral mais elogiado da carreira de Zélia Duncan. A turnê do disco durou quase quatro anos, paralelamente ao projeto da volta aos palcos dos Mutantes, em que Zélia era a vocalista. Este ano, a cantora lançou “Pelo Sabor do Gesto”, com parcerias com músicos da mesma geração, como Chico César, Zeca Baleiro e Moska. Dona de uma voz única, Zélia - excelente letrista e violonista - é um dos nomes mais reconhecidos dos artistas de MPB surgidos nos anos 90.
http://www2.uol.com.br/zeliaduncan/index2.html

Acompanhe a o Station Brésil pelo Twitter:
http://twitter.com/stationbresil

Mikael de la Fuente

Diretor da Aliança Franco-Brasileira de João Pessoa - Campina Grande

Av. Gen. Bento Da Gama, 396

João Pessoa - PB - 58040 090

Telefax: (83) 3222 6565

www.afjoaopessoa.com.br

domingo, 25 de outubro de 2009

http://www.paraiba.pb.gov.br/confecompb/index.php !

As inscrições para a I CONFECOM ESTADUAL começam hoje dia 26 e vão até o dia 30 de outubro, inscrevam-se vagas limitadas e por ordem de inscrições

quinta-feira, 22 de outubro de 2009

HAMAS

A HISTÓRIA OCULTA DO MUNDO: A PEDOFILIA DO HAMAS

Um evento de gala ocorreu em Gaza. O Hamas foi o patrocinador de um casamento em massa para 450 casais. A maioria dos noivos estava na casa dos 25 aos 30 anos; a maioria das noivas tinham menos de dez anos.
O mundo desconhece uma das histórias mais nojentas de abuso infantil, torturas e sodomização do mundo vinda do fundo dos esgotos de Gaza: os casamentos pedófilos do Hamas que envolvem até crianças de 4 anos. Tudo com a devida autorização da lei do islamismo radical.
A denúncia é do Phd Paul L. Williams e está publicada no blog thelastcrusade. org e é traduzida com exclusividade no Brasil pelo De Olho Na Mídia (ninguém mais na imprensa nacional pareceu se interessar pelo assunto).
Grandes dignatários muçulmanos, incluindo Mahmud Zahar, um líder do Hamas foram pessoalmente cumprimentar os casais que fizeram parte desta cerimônia tão cuidadosamente planejada.
"Nós estamos felizes em dizer a América que vocês não podem nos negar alegria e felicidade", Zahar falou aos noivos, todos eles vestidos em ternos pretos idênticos e pertencentes ao vizinho campo de refugiados de Jabalia.
Cada noivo recebeu 500 dólares de presente do Hamas
As garotas na pré-puberdade, que estavam vestidas de branco e adornadas com maquiagem excessiva, receberam bouquets de noiva.
"Nós estamos oferecendo este casamento como um presente para o nosso povo que segue firme diante do cerco e da guerra", discursou o homem forte do Hamas no local, Ibrahim Salaf.
As fotos do casamento relatam o resto desta história sórdida:
Pedofilia do Hamas
O Centro Internacional Para Pesquisas Sobre Mulheres estima agora que existam 51 milhões de noivas infantis vivendo no planeta Terra e quase todas em países muçulmanos.
Quase 30% destas pequenas noivas apanham regularmente e são molestadas por seus maridos no Egito; mais de 26% sofrem abuso similar na Jordânia.
Todo ano, três milhões de garotas muçulmanas são submetidas a mutilações genitais, de acordo com a UNICEF. A prática ainda não foi proibida em muitos lugares da América.
A prática da pedofilia teria base e apoio do islã, pelo menos a sua leitura mais extrema e radical. O livro Sahih Bukhari (além do Corão, outra das fontes de grupos como o Hamas) em seu quinto capítulo traz que Aisha, uma das esposas de Maomé teria seis anos quando se casou com ele e as primeiras relações íntimas aos nove. O período de espera não teria sido por conta da pouca idade da menina, mas de uma doença que ela tinha na época. Em compensação, Maomé teria sido generoso com a menina: permitiu que ela levasse todos os seus brinquedos e bonecas para sua tenda.
Mais ainda: talvez o mais conhecido de todos os clérigos muçulmanos deste século, o Aiatóla Komeini, defendeu em discursos horripilantes a prática da pedofilia:
Um homem pode obter prazer sexual de uma criança tão jovem quanto um bebê. Entretanto, ele não pode penetrar; sodomizar a criança não tem problema. Se um homem penetrar e machucar a criança, então ele será responsável pelo seu sustento o resto da vida. A garota entretanto, não fica sendo contada entre suas quatro esposas permanentes. O homem não poderá também se casar com a irmã da garota... É melhor para uma garota casar neste período, quando ela vai começar a menstruar, para que isso ocorra na casa do seu marido e não na casa do seu pai. Todo pai que casar sua filha tão jovem terá assegurado um lugar permanente no céu.
Para finalizar, o vídeo abaixo traz informações sobre espancamentos realizados contra meninos no mundo muçulmano para "estudarem melhor" - que incluem açoitamentos - escravidão de menores e a venda de meninas de 8 anos ou até menos como noivas no Sudão e em outras países da região. Tudo, com carimbo do islã radical:
http://www.youtube. com/watch? v=gdi2bdv4nwA
Esta é a história que a mídia não conta, que o mundo se cala e não quer ver, ou que não querem que você saiba. Mas agora você está ciente, não tem mais jeito! Vai ficar calado? Cobre os veículos de mídia, aja! Se você não fizer nada, ninguém poderá salvar estas vítimas inocentes do inferno do Hamas e similares.
Publicado por De Olho na Mídia com o título A História Oculta do Mundo: a pedofilia do Hamas -

quarta-feira, 21 de outubro de 2009

SEBOCULTURAL

I FESTA DA POESIA DO SEBO CULTURAL TERÁ

LANÇAMENTO DA ANTOLOGIA SONORA

A Antologia Sonora da Poesia Paraibana Contemporânea será apresentada ao público durante a primeira Festa da Poesia, promovida pelo O Sebo Cultural. O evento acontece dia 23 de outubro, sexta-feira, a partir das 18:30h, na Av. Tabajaras, 848, Centro da Capital.

No ato de lançamento da Antologia, haverá palestra de Hildeberto Barbosa Filho, sarau com performances teatrais, exibição inédita do documentário “Carne da Palavra”, vídeo de Pedro Omar sobre a Antologia e seus poetas; show musical com Milton Dornellas, entre outras atividades.

Dando continuidade às três primeiras versões da Coletânea “Cantata Popular”, a Antologia Sonora reserva espaço ao Poema onde, até então, era exclusivamente da Música. Ousando um formato inovador, associando leitura e audição, a Antologia Sonora é uma coletânea poética onde 29 poetas da terra declamam em CD, alguns dos seus melhores poemas. Dentro de um baú de madeira, essas poesias são apresentadas em fichas individuais, que permitem ao ouvinte também ler os poemas.

Ao resguardar a memória, a Antologia Sonora da Poesia Paraibana Contemporânea imortaliza a voz de uma parcela bastante representativa dos poetas paraibanos contemporâneos. A entrada para a Festa da Poesia é gratuita e todos poderão interagir deixando sua mensagem poética no Mural Poético ou ainda levando um poema para casa do Varal Poético.

Fazem parte da Antologia os poetas: Águia Mendes, André Ricardo Aguiar, Angélica Lúcio, Antônio Mariano, Astier Basílio, Bila, Bráulio Tavares, Chico César, Chico Lino Filho, Edônio Alves do Nascimento, Fidélia Cassandra, Hildeberto Barbosa Filho, Irene Dias Cavalcante, Jomar Morais Souto, José Antônio Assunção, José Nêumanne Pinto, Linaldo Guedes, Lúcio Lins, Marcos Tavares, Paulo Sérgio Vieira, Pedro Osmar, Políbio Alves, Ronaldo Monte, Saulo Mendonça, Sérgio de Castro Pinto, Terezinha Fialho, Valquíria Lins, Vanildo Brito e Vitória Lima.

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Heriberto Coelho de Almeida

diretor d'O Sebo Cultural

Mais Informações:

heribertocoelho@osebocultural.com.br

fone (83) 3222-4438

(83) 3241-1423

terça-feira, 20 de outubro de 2009

MST

MST X CUTRALE

O que é

mais chocante?

Hamilton Octavio de Souza

Na última semana, primeiro a TV Globo, depois os demais veículos da grande imprensa neoliberal, exploraram ao máximo – com sensacionalismo e forte dose de criminalização – a imagem de trabalhadores sem terra arrancando pés de laranja numa área grilada da empresa multinacional Cutrale, no município de Iaras, interior de São Paulo. Evidentemente o assunto teve grande repercussão pública e foi alvo de manifestações precipitadas e raivosas de setores da direita – muito mais por afirmação ideológica do que pela relevância dos fatos.

Pouco se falou que a terra invadida pela empresa Cutrale pertence à União, é terra pública, e que deveria ter sido usada para assentamento da reforma agrária há muitos anos, conforme projeto do INCRA, mas que foi grilada e vendida para particulares de forma ilegal. Tanto é que a área é ainda hoje objeto de inúmeras ações e pendências judiciais. O crime original – grilagem – foi ignorado pela mídia.

Portanto, a ocupação feita pelas famílias e trabalhadores rurais sem terra foi legítima e estratégica, na medida em que reafirmou a defesa do patrimônio da União e chamou a atenção das autoridades para a destinação inicial da área, que é o projeto de assentamento de famílias empenhadas em viver, trabalhar e produzir no campo. Chamou a atenção da sociedade também para a necessária e urgente plantação de alimentos, já que o Brasil tem sido obrigado a importar arroz, feijão e trigo – enquanto o agronegócio só se preocupa com produtos de exportação.

Lá mesmo em Iaras, mais de 400 famílias estão acampadas e aguardam, há anos, uma decisão da Justiça sobre aquelas terras. Se tivessem sido regularizadas pela reforma agrária, com certeza estariam rendendo alimentos mais baratos para o povo brasileiro.

O que é mais chocante: pés de laranja arrancados em protesto ou mais de 400 famílias –mulheres, velhos e crianças – vivendo em acampamentos precários?

Na pressa para criminalizar os trabalhadores sem terra pela ocupação em Iaras, a grande imprensa corporativa não fez qualquer associação com a destruição dos laranjais ocorrida nos últimos dois anos, pelos próprios produtores, especialmente no Estado de São Paulo, porque os preços impostos pelas indústrias do suco eram insuficientes para a manutenção dessas plantações. A área total de plantio da laranja foi reduzida em milhares de hectares por obra dos próprios produtores, em especial dos pequenos produtores, que preferiram migrar para outras lavouras ao invés de trabalhar de graça para o oligopólio industrial do suco de laranja.

O que é mais chocante: pés de laranja arrancados pelo protesto dos sem terra ou laranjais inteiros destruídos porque o cartel do suco inviabilizou a atividade dos produtores, desempregou os trabalhadores e provocou a elevação no preço da fruta vendida no mercado consumidor brasileiro?

Antes mesmo de investigar e apurar corretamente o que aconteceu em Iaras, antes mesmo de ouvir todos os lados envolvidos no caso da área grilada da Cutrale, como mandam as regras básicas do bom jornalismo, a imprensa corporativa deu grande destaque ao vídeo e à versão da policia estadual, a qual, todo mundo sabe, tem posição partidária, atua sempre contra os movimentos sociais (urbanos e rurais) e é conhecida por difundir versões mentirosas e distorcidas sobre os fatos, como nos episódios da Escola Base, nos assassinatos de maio de 2006 no Estado de São Paulo e, mais recentemente, no assassinato de uma jovem na favela de Heliópolis, na capital paulista.

Agora no caso de Iaras, mais uma vez a grande imprensa neoliberal conservadora aceitou sem vacilar a versão de “vandalismo” dada pela polícia e não se preocupou em checar, in loco, com as famílias de sem terra e com os trabalhadores rurais da Cutrale, a verdadeira história sobre o ocorrido. Entre fazer jornalismo e comprometer-se com a verdade, a grande imprensa corporativa preferiu ficar com a versão mais adequada aos seus interesses ideológicos. Mais uma vez essa mídia deu guarida e projeção para as posições mais atrasadas e reacionárias da sociedade brasileira, que são reconhecidamente contra a reforma agrária e contra as lutas dos movimentos sociais do campo e da cidade.

O que é mais chocante: pés de laranja arrancados pelo protesto dos sem terra, em área pública grilada por empresa multinacional ou a existência de uma imprensa e de uma polícia que mentem para defender os interesses das elites econômicas e políticas, as mesmas que impedem o Brasil de ser um país mais justo e mais igualitário, que está em 75º lugar no Índice de Desenvolvimento Humano da ONU?

Você decide.



Hamilton Octavio de Souza é jornalista e professor da PUC-SP.

sexta-feira, 16 de outubro de 2009

DEMOCRATIZAÇÃO

Lívia Duarte
Secretária Executiva AMARC-Brasil

TRADUTORA DO DOCUMENTO DA ARGENTINA

A Amarc ALC comemora a aprovação da Lei de Meios Audiovisuaus na Argentina e destaca dispositivos que garantem a diversidade e o pluralismo dos serviços de comunicação audiovisual.

A aprovação foi por ampla maioria - 44 a 24 no Senado argentino, o que inclui a Argentina como uma das melhores referências em Matéria de marcos Regulatórios para limitar a concentração dos meios, promovendo e garantindo a diversidade e o pluralismo. A nova lei substitui a anterior, imposta pela ditadura militar em 1980.

A lei tem como finalidade regular os serviços de comunicação audiovisual (incluindo rádio e TV aberta), e se apresenta como uma normma comentada que incorpora legislação comprada e as recomendações do Sistema Interamericano de Direitos Humanos.

AMARC ALC destaca que as fundamentações e os objetivos principais da nova lei são a promoção da diversidade e do pluralismo assim como a desconcentração como recomendam os organismo internacionais de defesa e promoção da liberdade de expressão.

Um dos aspectos que se sobressaem é o estabelecimento de diversas e efetivas medidas para limitar e impedir a concentração indevida de meios. Entre elas, a instituição de um máximo de licenças que podem ter uma mesma pessoa ou empresa (a nível nacional e em uma mesma área de cobertura) e os limites de propriedade cruzada de meios, assim como recomendam as melhores práticas internacionais.

Com o objetivo de propor a produção de uma diversidade de conteúdos nacionais e locais, a nova legislação argnetina recorre ao exemplo de muitos países europeus e também americanos incluindo exigências mínimas de produção nacional e local própria, assim como condições precisas para a formação de cadeias de emissoras, para limitar a centraalização e a uniformização da programação em alguns poucos grupos empresariais da capital para o resto do país.

Outro aspecto a ser destacado é o reconhecimento expresso de três setores:
Estatal, comercial e sem fins lucrativos, garantindo a participação de entidades privadas sem fins de lucro com reserva de 33% do espectro radioelétrico. Não estabelece reservas para todos os outros setores, mas inclui procedimentos simplificados para outorgar licenças para os povos tradicionais que se incluem como direito público.

Dentro do setor sem fins de lucro a lei reconhece expressamente a rádio e a televisão comunitária adotando a definição proposta por AMARC e outras organizações nos ?Princípios para um Marco Regulatório Democrático sobre Rádio e Televisão Comunitária?, como "atores privados que têm uma finalidade social e se caracterizam por ser gestionados por organizações sociais de diverso tipo e sem fins de lucro. Sua característica fundamental é a participação da comunidade tanto na propriedade do veículo como na programação, administração, operação, financiamento e avaliação. Se trata de meios independentes e não governamentais. Em nenhum caso serão entendidos como um serviço de cobertura geográfica restrita".

AMARC ALC destaca que não se impõe limites prévios e arbitrários aos meios comunitários, e que a eles sejam permitido o acesso a uma diversidade de fontes de financiamento, incluindo a publicidade comercial e recursos estatais.
Como meios independentes que são, se apóia que se limite a um máximo de 30% o financiamento que estes meios de comunicação podem receber de fundos públicos pois evita sua captura e condicionamento por parte dos governos.
Assim mesmo, se considera adequado que os mecanismos de concessão de frequências contemplem e priorizem entre seus critérios a função social, o apoio a setores vulneráveis e a projetos de interesse social através da criação de critérios e condições específicas e realizaçào de concursos diferenciados para concessão de licenças ao setor sem fins lucrativos.

Tão importante quanto o conteúdo da lei, a nosso juízo, foi seu processo de elaboração e debate. É necessário mencionar que o texto toma seus aspectos funcamentais de uma iniciativa cidadã, anterior ao governo atual, denominada ?21 Pontos Básicos pelo Direito à Comunicação?, elaborado pela Coalisão por uma Radiodifusão Democrática, uma aliança de organizações e instituições sociais, sindicais, acadêmicas e profissionais da Argentina.

Também é importante citar que o projeto de lei foi debatido em numerosos fóruns públicos, que houve um intenso e extenso debate nos meios de comunicação e outros espaços públicos durante meses, e que se apresentaram centenas de propostas de modificaçao do anteprojeto posto em discussão em março de 2009. Muitas das quais foram incluídas no projeto apresentado ao Congresso. Posteriormente, durante o debate na Câmara dos Deputados se realizaram modificações significativas e positivas, entre outros, na definição de um novo órgão responsável pela aplicação da lei.

AMARC Argentina e o Programa de Legislações e Direito à Comunicação da AMARC ALC participaram ativamente deste processo e agradecem que tenham sido levadas em conta várias propostas realizadas.

AMARC ALC faz um chamado a todos os governos da região da América Latina e Caribe para que tomem como referência a nova lei recém-aprovada na Argentina, que consideramos um ótimo exemplo já que contribui para a democratização das nossas sociedades.

María Pía Matta.
Presidenta AMARC ALC.

Ernesto Lamas.
Coordenador Regional AMARC ALC.

Gustavo Gómez.
Diretor do Programa de Legislações e Direito à Comunicação AMARC ALC.

quinta-feira, 15 de outubro de 2009

FMC

FMC tem prazo de inscrições
prorrogado para 30 de outubro
17h41 14/10/2009
A presidência da Comissão Deliberativa do Fundo Municipal de Cultura prorrogou para o dia 30 de outubro o prazo de inscrições dos proponentes ao financiamento do FMC. Inicialmente, o prazo limite se encerraria nesta quinta-feira (15). De acordo com o presidente da Comissão Deliberativa, Milton Donelas, muitos artistas entraram em contato com a Fundação Cultural de João Pessoa (Funjope), da Prefeitura de João Pessoa (PMJP), solicitando a prorrogação do prazo. "As pessoas pediram a prorrogação, pois elas ainda não tinham preenchidos formulários ou aguardavam emissão de documentos que precisam ser anexados na ficha de inscrição Diante disso, optamos em prorrogar por mais quinze dias", explicou Dornelas.
Neste ano, o Fundo Municipal de Cultura está disponibilizando R$ 1 milhão em financiamento de projetos culturais, um valor R$ 300 mil maior do que em 2008. Serão abrangidas as seguintes áreas artístico-culturais: música; dança; teatro; circo; ópera; audiovisual; literatura; artes visuais; cultura popular; artesanato; acervo e patrimônio histórico; museulogia e biblioteca.
Inscrições – Os interessados podem realizar as inscrições na Unidade Cultural Casarão 34, localizada na avenida Visconde de Pelotas, 34, Centro. A inscrição também pode ser feita via Correios. Para isso, valerá a data de postagem do último dia do prazo estipulado no edital, obedecendo o horário de funcionamento das agências e das franquias. O projeto deverá ser enviado individualmente, em envelope lacrado e endereçado à Funjope (mesmo endereço do Casarão 34). Também é preciso solicitar Aviso de Recebimento (AR), que servirá como prova de encaminhamento. As cópias do RG, CPF e comprovantes de residência devem ser autenticadas em cartório.
O horário de funcionamento do Casarão 34 é das 9h às 11h30 e das 14h às 17h30, de segunda-feira à sexta-feira. No último dia do prazo, o horário será das 8h às 12h. Nesse caso, o interessado não precisa entregar cópias de RG, CPF e comprovantes de residência com autenticação em cartório. Basta apresentar os documentos originais.
O edital de nº 01/2009, referente ao Fundo Municipal de Cultura (FMC), já está disponível no portal da Prefeitura de João Pessoa (PMJP). Podem ser inscritos projetos em 13 áreas artístico-culturais e para facilitar o processo de inscrição, o formulário padrão também está acessível na internet para impressão.
A ficha será disponibilizada pela Secretaria do FMC tanto em endereço eletrônico www.joaopessoa.pb.gov.br/secretarias/funjope como em disquete, CD e pen-drive do proponente.
Etapas – Na fase inicial, as propostas apresentadas serão avaliadas pela Secretaria do Fundo Municipal de Cultura. Serão levados em conta os aspectos técnicos, jurídicos e administrativos. Em seguida, o material passará pela análise da Comissão Deliberativa.
De acordo com a Comissão Deliberativa do FMC, o resultado da avaliação das propostas inscritas será publicado no Portal da Prefeitura de João Pessoa (www.joaopessoa.pb.gov.br) e no Semanário Oficial do município, com previsão de 45 dias após o término das inscrições. Mais informações pelo telefone 3218-9708.

domingo, 11 de outubro de 2009

MÍDIA

MURILO RONCOLATO


Desde que foi criada a Free Software Foundation, em 1985, por Richard Stallman, o modelo livre de negócio para software segue ampliando seu alcance e, hoje, está mudando as formas de relacionamentos sociais, culturais, comerciais e econômicos. Entretanto, especialista no assunto, aponta para a necessidade de incentivos e regulamentação para o setor.

Software livre é o nome dado para programas registrados sob uma das licenças copyleft, contraposição do copyright, e que, por ter seu código-fonte aberto – texto que contém a inteligência do software –, permite que qualquer pessoa execute o programa, conheça sua estrutura tecnológica, modifique e distribua livremente cópias da versão adaptada.

O sociólogo Sérgio Amadeu da Silveira, militante do movimento por software livre, acredita que o modelo colaborativo já se mostra mais eficiente que o fechado, conhecido como software proprietário. Ele aponta, por exemplo, a Microsoft, que trabalha com plataforma fechada, e afirma que sua forma de negócio está perdendo força nos Estados Unidos e já não tem "a mínima condição de ficar de pé".

Para acompanhar este cenário é imprescindível políticas de inclusão digital. Lançar o povo brasileiro na rede, faria com que regiões "do século 19" do Brasil "se transportassem para o século 21", segundo o professor.

Em entrevista exclusiva à Agência Dinheiro Vivo, Sérgio Amadeu explica tudo sobre software livre, as consequências do modelo no mundo, defende a necessidade de uma política pública de inclusão digital e faz dois pedido ao presidente da República.

Confira a entrevista.


DV - Qual a diferença entre o software Livre e o software Proprietário? Essa distinção não se refere a características do produto, mas a regimes jurídicos de uso. É isso mesmo?

Sérgio Amadeu - O software livre é um novo modelo de uso, baseado nas práticas colaborativas entre comunidades de desenvolvimento,que possibilita que qualquer indivíduo tenha acesso ao código-fonte do software, podendo estudá-lo e alterá-lo. Sua tecnologia é aberta. A inteligência do software é inscrita no texto, o código-fonte, que diz quais são suas rotinas e que vai junto com o código-executável. Então, a qualquer momento, qualquer usuário de software livre, seja ele uma pessoa física ou uma empresa, pode ter acesso completo, vendo o que o software tem nele, o que ele pode fazer ou deixar de fazer. Ele é completamente transparente e permite compartilhamento total do conhecimento sobre ele.

E tem a questão das licenças...

Tem vários tipos de licença. Por exemplo, a GNU/GPL (General Public License), que não permite que um código feito colaborativamente seja apropriado privadamente.

O usuário não pode pegar o software livre e vendê-lo?

Pode até vender, mas não pode fechar o código. Ele não pode transformar o código de aberto em fechado. A licença GPL tem uma restrição, portanto. A licença copyright é restritiva na alteração e compartilhamento de software. O GPL inverte e faz o copyleft, uma licença com a qual qualquer pessoa pode ampliar, estudar completamente o software, alterar e distribuí-lo. São as quatro liberdades para um software ser considerado livre: a de executar o programa; estudá-lo; modificar e redistribuí-lo. Em uma GPL, se você fizer essas alterações, criar linhas de códigos a mais em cima das existentes, o software deve continuar com as quatro liberdades. Isso é pra evitar o que acontece com outros programas. Por exemplo, o sistema operacional livre FreeBSD. Ele tem as liberdades, mas não tem as restrições de apropriação, ou seja, muita gente pega o software aberto, altera e não o devolve alterado para a comunidade. A própria Apple, o sistema operacional da Macintosh, usa códigos do BSD, se apropriando do trabalho coletivo, e fecha o código.

Há diferenças entre software livre e open source. Quais são?

O open source surge numa tentativa de retirar essa dimensão mais ideológica do software livre, que veio com o [Richard Matthew] Stallman. Existe muita proximidade na prática entre o software livre e o open source. O open source pode não ser livre, ele não permite que você altere e nem distribua; o código-fonte dele é aberto, mas ele continua impedindo que as pessoas tenham a liberdade de manipular, trabalhar o conhecimento contido no programa. Já é uma grande coisa deixar o código aberto, sem dúvida, mas, no fundo, você tem algumas diferenças, que estão cada vez menores. No open source surgiu uma expressão que é Floss (free/libre open source software) isso foi feito pelo Rishab [Aiyer Ghosh], que é um indiano que criou essa expressão para dizer que não tem tanta diferença entre os modelos e que as pessoas atuam em conjunto, na prática.

Você acredita que o modelo livre tenha modificado a forma de negócio de software no Brasil e no mundo?

Muita gente migrou para o padrão de rede que trabalha com a idéia da plataforma livre. Os softwares baixaram de preço muito fortemente no mercado, exatamente pela pressão do software livre. Ele tem viabilizado uma saudável competição, coisa que não existia antes na plataforma proprietária. Cada vez mais o software livre avança no ambiente empresarial, principalmente numa estrutura de rede e avança também dentro da rede. Se você pegar os 10 maiores portais do mundo mais da metade utiliza software livre. A plataforma do Google é principalmente baseada em Linux, que é livre, do Wikipedia é um software livre, do Wordpress, também. A plataforma principal da rede é em software livre e a tendência é essa. No ambiente das redes colaborar é muito mais eficiente que competir. O modelo de negar acesso é ultrapassado. Qual o navegador que tem mais aplicativos? O Firefox. Porque o código-fonte dele é aberto e todo o mundo pode criar em cima. Como a licença dele permite visualizar os códigos, se você cria em cima, você tem que devolver o código criado. Então, há jovens talentosos no mundo inteiro criando uma API [Interface de Programação de Aplicativos] para o Firefox se comunicar direto com o Twitter, por exemplo. Isso, que o menino desenvolveu lá na Ásia, na Oceania, fica disponível pra todo o mundo. A produção de código aberto, que é principalmente comunitária, é infinitamente mais barata e superior que a produção do modelo proprietário. Óbvio que o modelo proprietário tem uma mega estrutura de negócio que impede as coisas de caminharem com rapidez, porque tem muita gente que ainda vive de licença de propriedade, mesmo sendo anacrônico. Mas há também empresas como a IBM que hoje vive praticamente de serviços. Ela tem alguns produtos com licença de propriedade, mas o grosso dela vem de relacionamento.

Uma plataforma livre garante mais segurança que uma fechada?

Tem um algoritmo, muito importante, chamado RSA. É um algoritmo de criptografia de dados com mais de 20 anos de vida, usado para criar chaves e assinaturas digitais, por exemplo; sendo usada para compra online, acesso a contas de bancos pela Internet, etc. Ele é aberto e, portanto, todo o mundo tem acesso a esse algoritmo, logo sabe-se como funciona. O fato de ser aberto não significa que ele seja frágil, pelo contrário, é robusto, forte. O fato de ser aberto possibilita que todos saibam o grau de segurança desse algoritmo. Tanto eu como qualquer pessoa pode olhar o algoritmo e descobrir falhas. Falando no caso dos softwares: não é o fato de eu ter acesso ao seu código-fonte que ele se torna violável; na prática, isso possibilitará vigilância sobre o programa. O usuário sempre vai ter liberdade plena sobre o código do software. Ao contrário do software proprietário, no qual só o dono sabe as rotinas daquele programa, porque ele só entrega o código-executável e não o código-fonte. O usuário nunca vai poder auditar o software, nunca vai poder descobrir se há erros, portas de entrada escondidas, fragilidades muito graves, etc. Sobre o livre, por exemplo, a cada versão do Linux existe um processo de “debugagem”, retirada de erros, que é feito coletivamente. Muitas pessoas olham e têm condição de agir e consertar aquele erro. São olhos de culturas diferentes que podem ver coisas muito diferentes. O que é aberto é o código-fonte, uma vez que copiado e transformado em código-executável, não há como quebrar, na verdade, ele tem uma solidez muito grande. Um código-fonte fechado é para o usuário uma incógnita, e por usuário entenda-se o governo, empresas. Eu não posso usar um software sem saber quais são suas rotinas, o que tem dentro dele. Isso é tão verdadeiro que levou a Microsoft a abrir o código-fonte para os governos, mas ela abriu parcialmente, o que é um problema, porque 2% do que ela não abriu pode ter todos os problemas do mundo. O modelo de código fechado é, por definição, inseguro; eu falo do modelo. Isso não quer dizer que todo software livre é seguro, mas, sim, o seu modelo.

É correto dizer que software livre nunca será a regra, mas sempre o contraponto do sistema comercial de softwares, algo paralelo? Há uma "esperança" de que a plataforma livre acabe com a proprietária?

Eu acho que o software livre na rede é a regra. A Internet é livre. Todos os protocolos que a compõem são livres e desenvolvidos compartilhadamente. Veja os modelos que estão na rede hoje, veja os meninos do Google. No caso do Brasil você pode estar vivendo uma etapa. A tendência é as pessoas viverem de serviços, assistência técnica, desenvolvimentos e permitir que o conhecimento seja compartilhado.

Então o dinheiro desse novo mercado viria justamente da prestação de serviço?

Pensando na minha profissão, de professor, eu não vivo da propriedade do meu conhecimento. Pelo contrário, cada vez mais eu quero que as minhas idéias fluam pela rede, porque isso me dá mais prestígio, mais força, mais condição de, ao mesmo tempo, pesquisar, obter recursos e também de obter alunos interessados na minha matéria. Não é um bloqueio do conhecimento, é a divulgação, a disseminação que a rede permite. Você pode estar contra essa natureza, que é uma rede de comunicação relógio, e aí você monta uma rede que quer bloquear a disseminação de conteúdo. Eu diria que é uma esquizofrenia.

A recente abertura das grandes empresas de software como Microsoft e Adobe, que passaram a liberar alguns APIs, pode ser considerada uma vitória por parte do movimento do software livre?

Não sei ainda se dá para comemorar, sou cético com isso. Eles tentam fazer operações de marketing na verdade. Eles veem a força do movimento de software livre. Algumas empresas de TI abandonaram o modelo de licenças de propriedade e partiram para serviços, tipo IBM, que migrou seu modelo; e o Google, que já nasceu aberto, apesar de este ainda ter coisas proprietárias, mas é mais por segredo de negócio do que por licença. Está tudo cada vez mais baseado em serviço, em relacionamento, que é a palavra correta. A Microsoft sempre abriu API, a todo instante eles tentam fazer uma operação para tentar sobreviver com um modelo do mundo industrial em um cenário de mudança informacional.

Como fica a questão da proteção intelectual?

A gente usa a legislação de copyright para fazer princípios do copyright, a gente chama "hackear o copyright". Se a licença do copyright não permite copiar, nós usamos a lei deles para escrever uma licença que permite o compartilhamento e mudanças. A GPL, por exemplo, mantém a autoria do software, o que não é ruim, mas ela permite que eu pegue um pedaço desse software e faça um outro.

O que o modelo livre traz de benefícios para o país pensando em termos econômicos?

No mundo, o software proprietário tem pouca força. O Brasil recentemente ganhou prestígio porque começou a desenvolver plataformas abertas. O software livre é o caminho pra que se possa construir empresas que se relacionem com empresas de outros países e usem a capacidade de trabalhar a inteligência coletiva para fazer ações, serviços de TI em outros lugares. Agora, se a gente for vender licenças de propriedades, isso já não deu certo antes e não dará agora. O caminho é exatamente o de incentivar a rede de software livre, em código aberto, e apostar na nossa inteligência coletiva, na nossa capacidade de prestar serviços.


E em relação a empregos. Abre um campo para novos trabalhadores, mais empresas?

Uma empresa pequena, existem várias, pode pegar um código do Linux e customizar para grandes empresas que vão ter vantagens por reduzir custos de licença, vão ter um software mais robusto, mais seguro, por ser um código aberto. Quem é que vai ganhar dinheiro com isso? Só a grande empresa? Não. Centenas, dezenas de empresas pequenas locais que podem se especializar nisso. Vamos dizer que você é uma grande empresa, certo? O modelo proprietário vende licenças de usos, então, você vai comprar um software com licença proprietária. Você não vai ter acesso ao código-fonte desse software, por isso ele vai ser sempre da empresa que o produziu. Isso é uma grande desvantagem para você. Por isso que o modelo de software livre é extremamente vantajoso para a empresa, porque se faz o desenvolvimento e o código-fonte fica na mão da empresa que adquiriu. Se na próxima versão você não quiser mais trabalhar com aquela empresa que desenvolveu, mas quiser outra, você tem o código-fonte para continuar, porque você pagou pelo código. O software livre é muito vantajoso para o usuário. Por isso você vê que quem está se dando bem no mundo das redes é quem está apostando no serviço e no relacionamento. O próprio jargão Web 2.0 denota isso, que são as práticas colaborativas e as ferramentas que podem se comunicar entre si de todas as formas possíveis, a interoperabilidade, a comunicabilidade plena, mashup, e a colaboração. Tem até um livro de economia que o Don Tapscott [em parceria com Anthony D. Williams] lançou que é o Wikinomics, mostrando a força dessa prática colaborativa que está no software livre.

Eu gostaria que você comentasse a questão dos telecentros, criados quando você trabalhava na prefeitura de São Paulo, durante a gestão Marta Suplicy, e explicasse de que forma exatamente o software livre pode servir para uma inclusão digital.

A inclusão digital é vital para o nosso país porque permite romper com os processos de produção da miséria. Ela traz para um lugar muito periférico o acesso a informações que podem virar conhecimento. Ela liga essas comunidades pauperizadas a todo uma série de oportunidades que existem no mundo. E, então, se isso é um passo importante, isso tem que virar política pública, não pode ser uma coisa eventual, uma operação de marketing de uma gestão. Eu defendi a inclusão digital como uma política e também que cada esfera do Estado (federal, estadual, municipal) deveria ter um papel claro de inserir comunidades carentes na rede. Logo, se a gente vai informatizar o Brasil – e mais da metade da população não está informatizada –, vai se estender as garras de um monopólio de software ou vai se informatizar o país com condições de autonomia, espalhando a capacidade de criação da inteligência e de desenvolvimento de um software local, a partir do código-fonte aberto? Por isso é que eu digo que a inclusão digital autônoma - que não é simplesmente a criação de mercado para multinacionais venderem licença de software aqui - deve ser feita com software livre. E isso tem dado muito certo e tem feito com que muitos jovens talentosos que, por estarem lá usando e tendo acesso aos códigos-fonte de softwares, de maneira que não aconteceria com o outro modelo, produzam muitas coisas interessante, coisas fantásticas.

No seu livro “Exclusão Digital” de 2001 você fala em determinado momento que “não é correto classificar a exclusão digital como mera consequência da exclusão social” e depois em uma entrevista para o extinto NoMínimo que “A exclusão digital é um agravante da exclusão social”. Afinal, dá para relacionar um com o outro e estabelecer uma relação de prioridade?

O que eu diria hoje, depois de oito anos da primeira edição desse livro, é que deu para perceber que fatores sócio-econômicos levam a uma grande parte do povo brasileiro não ter acesso à rede, a uma máquina, a não ter acesso à comunicação digital. Não é um fator cultural, religioso, nada disso; é um fator sócio-econômico. Isso é a origem do que nós chamamos de exclusão digital. Por outro lado, a exclusão digital é extremamente grave porque ela pode ter a mesma consequência que tem o analfabetismo para a nossa sociedade. Explico: ela pode criar diferenças cognitivas. Há uma grande diferença cognitiva entre quem é alfabetizado e quem não é. Isso agrava a desigualdade social. Eu faço um paralelo com as redes: as pessoas que não estão associadas a redes digitais de comunicação, passam a ter uma grande diferença em comparação com quem tem acesso e habilidade nas redes. Isso amplia a desigualdade social e econômica. Por outro lado, se você dá condições do conjunto da nossa sociedade se conectar, fica mais fácil enfrentar as desigualdades sociais, fica mais fácil manter a diversidade cultural, garantir materiais educacionais amplamente distribuídos. É o que eu chamo de elementos vitais para romper o processo de reprodução da miséria. Eu não estou dizendo que as pessoas só vão trabalhar com rede. Eu estou dizendo que cada vez mais qualquer tipo de trabalho pode ser melhorado e otimizado a partir das redes. Ou o trabalho em si ou os conhecimentos vitais sobre aquele trabalho.

No mesmo livro, você escreveu que “O grande desafio é enfrentar a herança do analfabetismo funcional ao mesmo tempo em que combatemos o Apartheid tecnológico. Alegar que primeiro se erradica um para depois enfrentar o outro é um erro primário”. Qual a maneira que você julga ser a mais correta para enfrentar as três exclusões – a digital, a social e a educacional – sem necessariamente hierarquizá-las?

Eu acho que em primeiro lugar a gente teria que ter uma política pública para isso. Eu não acredito só no mercado, eu acredito em políticas. Uma política que envolva o mercado, mas não se limite a ele. Por isso é que eu não tenho ilusão com LAN House, que é um grande pequeno negócio, uma atividade muito saudável de pequenos empresários que acabam, em busca do dinheiro, dando acesso a comunicação. É uma atividade que a gente deveria enaltecer, incentivar e garantir estabilidade, já que o “grau de mortalidade” de LAN Houses é muito alto. Isso é uma coisa. Mas é preciso ter uma política publica do Estado, do governo federal. O governo tem que dar infra-estrutura de telecomunicação e Internet para o país. E ele está fazendo isso? Muito timidamente. Ele precisa cuidar da banda larga, que é uma questão urgente, e tem que ser disseminada a todos os lugares. Não é o fato de você ter acesso que te dará as mesmas condições que outras pessoas. O acesso a uma conexão discada não permite acessar nem o Youtube. É preciso a banda larga. Tem que negociar com estados e municípios, com escolas, mas não só para ter salas laboratoriais. Já ouviu falar em laboratório de informática? Essa é uma concepção muito equivocada. Há laboratório de química, que é para fazer experimento. A Internet não é simplesmente algo útil para a ciência, ela é uma rede de comunicação imprescindível. Eu tenho que garantir que a escola esteja conectada, eu tenho que criar processos de aprendizagem em rede. Eu acho que a grande solução é ter uma política pública e tentar fazer uma revolução educacional mesmo. Olhe para a cultura daqueles que construíram a Internet como uma rede colaborativa, não-proprietária, e veja que no núcleo dessa rede há elementos da contracultura norte-americana que se juntou com desenvolvedores de códigos, que se autodenominavam hackers. O Manuel Castells no livro Galáxias da Internet chama isso de subcultura hacker. Essa subcultura hacker, junto com a nossa cultura tradicional, é, sem dúvida nenhuma, um sinal muito bom para a gente melhorar a educação do país. Eu acho que a grande inovação está na fusão do pensamento hacker baseado na colaboração, superação de desafios, compartilhamento com toda essa nossa capacidade das nossas comunidades tradicionais. Tradicional não é atrasado, tradicional é como essas comunidades indígenas, do interior do país conseguem criar coisas fantásticas com poucos recursos. Essas práticas recombinantes, essa cultura do comum, a gente tinha que jogar isso na rede. Esse elemento somado a uma política pública, a gente podia fazer com que áreas do século 19 se transportassem para o século 21.

Qual o benefício para uma criança, na escola, aprender a mexer num computador usando um software livre? Mais tarde, não será requisito para emprego que ela saiba usar softwares do modelo proprietário?

Ensinar com software livre significa formar uma pessoa dando opções. Ela passa a aprender a funcionalidade, ela não fica restrita a um tipo único de interface ou design. Ela não é adestrada, ela aprende. Eu não conheço um caso de uma pessoa que conhece Linux e não consegue emprego. Eu conheço o contrário. Eu sou sociólogo e vejo técnicos de Windows aqui e descubro que conheço mais de informática do que eles. Isso é ridículo. A verdade é o contrário: o modelo proprietário retira do usuário a autonomia do uso da máquina, a inteligência; o livre faz o contrário. Se a Microsoft muda a versão do Windows as pessoas que vem do modelo proprietário já não sabem como usar, porque foram adestradas.
Você pode tanto dar condições ao jovem aprender hoje que software é mídia e não é simplesmente algo que tem que ser feito por um técnico, que se pode discutir funcionalidade e que ele precisa saber como funcionam os protocolos da Internet. Não tem a mínima condição confundir informatização com ampliação de um poder de monopólio que está perdendo força nos EUA, que tem que comprar o Yahoo para sobreviver, porque ele não tem a mínima condição de ficar de pé, porque é um modelo que não se amplia mais na rede. Eu estou informatizando meu país e vou fazer a sociedade ficar refém dessa plataforma de monopólio? Levar a sociedade ao mundo da informática é levá-la a ser prisioneira de um modelo de negócio de uma empresa de software norte-americana? Com muito mais facilidade hoje eu instalo o Ubuntu, aliás, muito mais fácil do que o Windows Vista, um fracasso total. Se você disser que o melhor navegador é da Internet Explorer, me desculpe, o melhor é o Firefox, que, por ser aberto, tem mais de 3.000 plugins de coisas fantásticas que eu posso conectar a ele. Tudo produzido por pessoas diferentes, do mundo todo, o cara na Nova Zelândia, na Índia, porque tem gente criando e disponibilizando para os usuários do Firefox. Já a Microsoft tem que criar tudo dentro dos seus funcionários.

Você presidiu o ITI (Instituto Nacional de Tecnologia da Informação) entre 2003 e 2005. Como você avalia a sua participação na esfera governamental pela implementação do software livre nas instituições públicas e como vê que avançou a implementação de políticas no sentido de ampliar o uso de softwares livre no Brasil?

Eu levei a idéia de montar o Comitê de Implementação do Software Livre (CISL), fiz um acordo que depois virou decreto, mas era um comitê de adesão voluntária, tinha por volta de 120 órgãos, e lá começamos a fazer uma série de mudanças. Acontece que havia muita resistência motivada pela operação do lobby, por exemplo, a Microsoft, que atua com escritório lá em Brasília. Eles atuam fortemente na esplanada, junto a alguns ministros que bloqueavam nossa ação. Como se tratava de algo estatal, eu pedi um decreto para que o padrão de uso de Tecnologia da Informação fosse o aberto. Foi aí o meu limite. Ou era isso ou eu não poderia continuar. Tive que sair. O fato de eu sair permitiu que se colocasse em pauta o problema do ritmo da implementação. O programa não parou, muitas coisas aconteceram depois. Foi interessante que o presidente Lula foi ao último Fórum Internacional de Software Livre (FISL) e ele me citou nominalmente e reconheceu os confrontos que nós tivemos. Ele disse “ainda bem que nós continuamos no caminho do software livre”. Depois da minha saída o programa avançou fortemente. Muitas coisas que iniciei continuaram e outras novas surgiram. Acho que o governo está longe de ter uma decisão sobre isso como a que eu queria. O Ministério de Ciência e Tecnologia, por exemplo, não tem linhas de incentivo para a produção de software livre no Brasil. Aliás, tem um projeto do deputado Paulo Teixeira, pelo menos 20% do fundo de informática deveria ir para desenvolvimento de software livre. Mas aí tem o lobby que age lá dentro. Sem esse recurso olha o que já é feito no Brasil, imagine com ele. Só que aí qual o argumento, extremamente falacioso: “ninguém impede que 100% seja para software livre, não há necessidade de ter 20%. Se forem reservados 20% para software livre, vão querer para games, para outras coisas”. Software livre não é tecnologia, é modelo; e há dois modelos: o livre e o proprietário. O que não é feito é por lobby, por resistência. Podemos avançar? Sim. O Lula podia fazer duas coisas: garantir grana do fundo para essa garatoda – explodiriam coisas espetaculares–; e garantir um decreto falando que o padrão é a tecnologia aberta. Padrão não significa exclusividade. A gente tem aplicações no governo que eu sou obrigado a instalar software proprietário para poder acessar. Tudo porque o governo não exige. Eu sou obrigado a participar de editais do CNPq e da Capes que só aceitam o formato proprietário. Pior que software proprietário, é o formato proprietário. Isso é muito grave. Eu não vou ter nada em papel daqui a 10 anos, as coisas estarão guardadas em dados. Se o formato desses papéis é propriedade de uma empresa, eu estou na mão dela até para ler um documento de 10 anos atrás.

É daí que surgiu o Protocolo de Brasília lançado em 2008 que estabeleceu como norma o uso, ainda que voluntário, de documentos em formato ODF (Open Document Format)?

Exato. O governo já apóia o ODF, mas, entenda, ele vai até a metade. É por isso que eu digo sobre as duas coisas que precisariam ser feitas. É claro que nenhum governo fez pelo software livre o que essa gestão fez. Mas ainda falta consolidar a ação com essas duas coisas.

No final de 2005, você disse que a inserção digital, no Brasil, ainda não era uma questão de política pública, mas que deveria ser. Como você avalia essa situação hoje?

O governo fez uma coisa muito interessante que foi incentivar o uso da Internet para a classe média baixa. Nós estamos tendo um crescimento muito grande em torno do acesso nessa área. Caiu o custo do computador, houve incentivo. Isso foi vital. Hoje o computador é o eletrodoméstico mais comprado, até mais que televisão. Isso é uma política clara de incentivo que o governo fez. Onde o governo patinou foi com a liberação dos recursos do FUST [Fundo de Universalização dos Serviços de Telecomunicações], que começou a desenrolar recentemente com esse plano de banda larga, mas ele deveria ser uma prioridade do chamado PAC. Teria que ver quais atividades podem ser feitas em redes e como levar emprego através das redes para todo o país. Tudo o que não é preciso ser feito presencialmente, quando se tem uma conexão com banda larga, pode ser feito em rede. Exemplo é o serviço de callcenter. Coloque isso em cidades no interior do Brasil, onde falta trabalho assalariado. Qualquer pessoa com um bom nível de ensino, você pode facilmente permitir que ela adquira destreza na rede e, assim, abrir 200 postos de trabalho lá para atendimento em telemarketing, como os EUA fazem há muito tempo. Quando a pessoa liga para reclamar de um supermercado no Texas, ela fala com um cara na Índia. Está na rede, é voz sobre IP. A rede permite que se crie várias oportunidades em lugares que têm pouca vocação econômica. A questão da banda larga é estratégica para o país.


Sérgio Amadeu da Silveira é sociólogo e doutor em Ciência Política pela USP. Implantou os Telecentros Comunitários em São Paulo durante a gestão Marta Suplicy, presidiu o Instituto Nacional de Tecnologia da Informação (ITI), entre 2003 e 2005; e coordenou o Comitê de Implementação de Software Livre (CISL) no Governo Federal. Desde então dá aulas na pós-graduação da Faculdade Cásper Líbero e é consultor do Instituto Campus Party Brasil. É autor de Software Livre: a luta pela liberdade do conhecimento e Exclusão Digital: A miséria na Era da Informação.

sábado, 10 de outubro de 2009

FESTIVALDORIO

Atuação paraibana sai premiada no Rio

Por: RENATO FÉLIX


O paraibano Luiz Carlos Vasconcelos dividiu com Chico Diaz o prêmio de melhor ator no Festival do Rio, cuja premiação aconteceu na quinta à noite. Mas os dois estão no mesmo filme, O Sol do Meio-Dia, de Eliane Caffé, que deve entrar em cartaz no circuito só no primeiro semestre de 2010. “Eu não o conhecia pessoalmente, só de outros trabalhos dele”, conta a diretora, sobre Luiz Carlos. “Mas, na verdade, desde que eu estava escrevendo o roteiro, o personagem já nasceu personificado na figura do Luiz”.

O ator ainda está no Rio, onde apresenta neste fim de semana o espetáculo Silêncio Total - Vem Chegando o Palhaço pelo ‘Palco Giratório’, na Praça Onze, no centro do Rio, e na escola do Sesc, em Jacarepaguá. No festival, ele viu o filme pela primeira vez - e pela segunda, também, já que também assistiu à reprise. “Ver a primeira vez é sempre um susto porque você não vê muita coisa que filmou e ficou fora na edição”, diz o ator, por telefone.

Na história, Luiz Carlos é Artur, um homem que sai da prisão (seu crime é revelado no decorrer da trama) e pega uma carona no barco de Matuim (Chico Diaz) para voltar a Belém. No caminho, conhece uma mãe (Cláudia Assunção) que procura a filha perdida em prostíbulos.

“Foi determinante descobrir a veia cômica dele, pouco explorada no cinema”, conta Eliane, por telefone, de São Paulo. “Como o personagem é trágico, queria humanizá-lo. É difícil de fazer, muito silencioso. Num próximo filme cômico, gostaria de trabalhar com ele de novo”.

As filmagens aconteceram em agosto de 2006, logo após Luiz Carlos Vasconcelos deixar a Funjope. Só agora chegou aos festivais e ainda negocia sua distribuição. “Acho que essa premiação ajuda”, analisa Luiz Carlos. “De 300 filmes, uns 50 foram as meninas dos olhos do festival. O filme já foi procurado por festivais na Itália e na Alemanha”.

Eliane, diretora do premiado Narradores de Javé (2003), é cética. “Obviamente, a premiação é uma coisa boa, um reconhecimento. Mas acredito que o lançamento aconteça num circuito muito fechado. Narradores foi premiado e isso não mudou muito o destino do filme”.

confira os vencedores
JÚRI OFICIAL

Longa-metragem de ficção: Os Famosos e os Duendes da Morte, de Esmir Filho
Longa-metragem documentário: Dzi Croquettes e Reidy, a Construção da Utopia
Direção: Karim Aïnouz e Marcelo Gomes (Viajo porque Preciso, Volto porque Te Amo)
Ator: Chico Diaz e Luiz Carlos Vasconcellos (O Sol do Meio-Dia)
Atriz: Nanda Costa (Sonhos roubados)
Ator coadjuvante: Gero Camilo (Hotel Atlântico)
Atriz coadjuvante: Cássia Kiss (Os Inquilinos)
Montagem: Tamboro
Roteiro: Os Inquilinos
Fotografia: Viajo porque Preciso, Volto porque Te Amo e O Amor Segundo B. Schianberg
Curta-metragem: Olhos de Ressaca
Prêmio Especial do Júri: Tamboro
Menção honrosa: Sildenafil

VOTO POPULAR
Longa-metragem de ficção: Sonhos Roubados
Longa-metragem documentário: Dzi Croquettes
Curta-metragem: Sildenafil

sexta-feira, 9 de outubro de 2009

CONFECOMNACIONAL

A CONFECOM será adiada para 7, 8 e 9 de dezembro. Veja matéria abaixo

A CONFECON NACIONAL será adiada uma semana

O Ministro das Comunicações, Hélio Costa informou que a plenária da 1ª
Conferência Nacional de Comunicação CONFECOM será adiada de 1, 2 e 3 de
dezembro 2009, para 7, 8 e 9 de dezembro 2009, em
função de viagem do Presidente Luiz Inácio Lula da Silva ao exterior.

De acordo com o Ministro, "foi o Presidente quem convocou e só ele pode
dar início a cerimônia de abertura da conferência".

O adiamento da CONFECOM NAIONAL deverá sair publicado no Diário Oficial da
União. O assunto foi acertado ontem a tarde em Brasília, numa reunião entre
Lula e os Ministros Hélio Costa - Comunicações), Franklin Martins - Secretaria
de Comunicação Social, e Luiz Dulci Secretaria-Geral da Presidência da
República.

Costa disse também que, a partir da próxima semana, os três ministros
responsáveis pela organização do evento irão se reunir semanalmente para
resolver, rapidamente, os problemas que surgirem. O primeiro assunto a ser
tratado, já na próxima semana, é a dificuldade apontada pela Telebrasil,
entidade que representa as teles, em indicar os delegados necessários (40% do
total) nas etapas estaduais.

"A questão ainda não está resolvida, mas será", garantiu Costa. Ele disse
que ainda tem esperança de levar a ABERT - Associação Brasileira de Emissoras
de Rádio e Televisão, de volta aos debates.

terça-feira, 6 de outubro de 2009

MOTRICIDADE



MOTRICIDADE


A arte é também política e isto permite ao artista expor questões que extrapolam a estética em suas obras.

É neste contexto que o trabalho de Lúcia França se distingue pela riqueza de suas abstrações e flexibilidade de sua linguagem plástica, a qual caminha paralela ao momento atual da difusão cultural das artes visuais.

Dentre outras técnicas a artista destaca-se na gravura, fotografia e escultura. Seu trabalho sugere uma trajetória segura, com uma postura comprometida e crítica, expressa uma arte singular. É uma artista preocupada com o aperfeiçoamento de seu trabalho e seu olhar consegue captar e expressar uma arte engajada, coerente e permeada de uma beleza e identidade impares.

Como diz Duílio Battistoni Filho, “no ato de criação o artista descobre o novo e a cada momento a criatividade é única. Na busca de se libertar da massificação ele procura descondicionar-se interiormente e cria de forma espontânea.”

É na pesquisa por novas formas de expressão que Lúcia França vive, intui e experimenta o acaso na criação de suas obras.


Ana Lúcia Pinto para Lucia França

Artistaa Plásticas

CONVITE PARA A ESPOSIÇÃO MOTRICIDADE DE LÚCIA FRANÇA

VERNISSAGE
DIA 09 DE OUTUBRO 2009
19:00hs

CENTRO CULTURAL SÃO FRANCISCO - ao lado da IGREJA DE SÃO FRANCISCO
CENTRO HISTÓRICO

JOÃO PESSOA - PARAÍBA
BRASIL

domingo, 4 de outubro de 2009

TSUNAMI

Fonte: http://www.pbagora.com.br/conteudo.php?id=20091004093058

04 de Outubro de 2009
Tsunami : Estudo revela que onda de 50 metros pode atingir o litoral paraibano

Uma onda gigante, acima de 50 metros de altura, atingindo o litoral brasileiro, especificamente João Pessoa e destruindo tudo no seu caminho. A cena assustadora não se trata de um filme de Hollywood, mas de uma sombria previsão de cientistas britânicos em estudo com professores da Universidade Federal da Paraíba (UFPB). O alerta coloca em xeque respostas de alguns estudiosos de ser quase nula a possibilidade do Brasil ser atingido por uma Tsunami. Essa possibilidade concreta existe e foi descoberta em 1996.

Terremotos no fundo do mar não são a única razão para o surgimento de ondas devastadoras. Quedas de meteoros e erupções vulcânicas também podem gerar precipitações marítimas. De acordo com cientistas ingleses, no Brasil, que não tem sistema de alarme de tsunami, moradores e turistas seriam pegos de surpresa, repetindo as cenas trágicas que aconteceram na Ásia, em 2004, quando o Sri Lanka foi duramente castigado por ondas de grande proporções, matandoaproximadamente 150 mil pessoas. De acordo com pesquisadores, João Pessoa tem possibilidades de ser atingida por esse triste fenômeno.

A explicação dá conta de um vulcão, denominado Cumbre Vieja (Pico Velho), que fica na parte sul da ilha de La Palma, nas Canárias, perto da costa oeste da África. Se entrar em erupção novamente poderá provocar o deslocamento de um pedaço de rocha de alguns quilômetros cúbicos e sua queda no mar. Os fragmentos da rocha devem se espalhar e, consequentemente será formado um jato de água gigantesco que se deslocará como uma onda numa velocidade de aproximadamente 500 km por hora por todo o Oceano Atlântico. Em poucos minutos chegará à costa africana e, em pouco mais de 5 horas, atingirá o litoral do Norte e Nordeste brasileiro.

Na Universidade Federal da Paraíba tem um grupo de pesquisadores formados para elaborar estudos sobre vulnerabilidades e desastres. O professor em Planejamento e Gestão Geo-Ambiental da UFPB, Paulo Rosa, explicou que ainda não é possível prever quando essevulcão entrará em erupção. "Com todo o aparato tecnológico ainda não se tem confirmações efetivas, porém, tomando como parâmetro a probabilidade, logo, o fato já ocorreu outras vezes e houve uma grande atividade que gerou terremoto com tsunami em Portugal em 1755, inclusive com grande mortandade de pessoas. Há estudos estatísticos nesse sentido de que a atividade vulcânica no arquipélago das Canárias ocorre mais ou menos de forma cíclica de 200 a 200 anos, logo está, segundo as previsões, com possibilidade de ocorrência daqui para frente", concluiu.

As dúvidas ainda são muitas. O professor Malcom Hart, da Universidade de Plymouth, na Inglaterra, veio recentemente a Paraíba firmar parceria de estudos com a UFPB a fim de buscar respostas possíveis sobre esse tipo de catástrofe na costa nordestina. Paulo Rosa é o responsável pelo intercâmbio de estudos entre os cientistas ingleses e os paraibanos. Através do projeto "Vulnerabilidades e desastres", os pesquisadores pretendem dar continuidade aos estudos. O iníciopara as atividades depende de aprovação do Ministério de Ciências e Tecnologia.

"Vamos procurar vestígios de outras evidências de registros de isótopos na camada K (camada orbital do elétron no átomo) em camadas calcáreas. Os calcáreos que melhor guardam esses registros são os denominados de dolomíticos, nesse caso a Paraíba tem esse tipo de minério em diversos pontos do nosso litoral. Num outro momento, caso seja evidenciado registros desse tipo de isótopos em Irídios (elemento químico) incrustados no calcáreos se prosseguirá estudos mais contundentes para pressuposições probabilísticas, nesse caso pesquisadores da UFPB - Laboratório de Estatística Aplicada ao Processamento de Imagens e Geoprocessamento (Leagip) irão juntamente com pesquisdores de Plymouth juntar forças para procederem cálculos e estimativas para alertar sobre medidas de evacuação", explicou.

Segundo Paulo Rosa um outro trabalho de extrema importância está vinculado à visualização científica. Nesse caso pesquisadores do Laboratório de Tecnologias para Ensino Virtual e Estatísitca (LABTVE) e do Núcleo de Documentação Histórica e Informação Regional (NDHIR) irão procurar ilustrar com animação computacional e os dados coletados, tratados e analisados, ou seja, será criado uma base de informação através de inteligência artificial para facilitar a compreensão da sociedade sobre esse fenômeno assustador pelo qual poderá sofrer parte do litoral nordestino.

O Norte

sábado, 3 de outubro de 2009

IPHAEP

Iphaep aprova tombamento do Sítio Acais


O Conselho Deliberativo do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico aprovou esta semana, por unanimidade, o tombamento do Sítio Acais “solo sagrado da Jurema”, localizado no município de Alhandra.
Na área, há décadas, a cultura indígena e afro-brasileira - especialmente o ritual da jurema - vem resistindo à ação dos homens. “É a primeira vez que a Paraíba realiza um tombamento assim. É um momento histórico, com importância para todo o Brasil”, afirmou Damião Cavalcanti, diretor do Iphaep. “Neste momento, o Conpec presta homenagem às coisas mais antigas da humanidade: o espírito da religiosidade humana”.
Já o Pai Beto de Xangô, que é presidente da Federação Cultural Paraibana de Umbanda, Candomblé e Jurema, resumiu em poucas palavras o sentimento do grupo. “Não tenho muito o que falar, só que nossos antepassados agradecem este gesto e nós aproveitamos o momento para oferecer ao Iphaep um presente sagrado: uma muda de jurema preta, muito mimosa, para ser plantada no jardim”, disse o líder espiritual.
Em seguida, juremeiros e juremeiros fizeram uma louvação, com cânticos, palmas e o toque ritmado do tambor (ilú), que foi tocado por Netinho, 16 anos, há dois anos juremeiro e Filho de Pai de Santo. A cantoria terminou com uma toada de ensinamento, na qual eles questionaram a necessidade de que haja o respeito a todas as crenças religiosas e evocaram os sentimentos de paz, amor, luz e proteção.
O relator do processo, Kleber Mendonça, da Apan, explicou todo o desenrolar do processo, começando pela visita que fez ao local, acompanhado de outros dois conselheiros – Carlos Azevedo e Raglan Gondim –, onde ficou decidido que o polígono de tombamento foi demarcado pelo GPS.
O Sítio Acais está localizado a oeste do município de Alhandra, às margens da antiga estrada João Pessoa/Recife. No local, além da vegetação jurema preta, que é característica da manifestação religiosa afro-indígena, encontram-se sítios de mangueiras e jaqueiras. Possui uma casa grande, um coreto e, na parte mais alta da fazenda, a capela de São João Batista. Sua última proprietária foi Maria das Dores, neta de Maria do Acais. Atualmente, o cenário é de destruição e devastação da área, restando apenas a capela e o túmulo do mestre Fósculo.

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II CONFERÊNCIA NACIONAL DE CULTURA
“Cultura, Diversidade, Cidadania e Desenvolvimento”


Diante das inúmeras solicitações apresentadas, referentes à dilatação do prazo de convocação das Conferências Municipais pelos Poderes Executivos, o Comitê Executivo Nacional da II CNC, em Reunião
Extraordinária realizada no dia 02 de outubro de 2009, presidida pela Coordenadora Geral da II CNC, Secretária Silvana Meireles, decidiu pela seguinte orientação:

As Prefeituras Municipais que não conseguiram convocar suas Conferências até o dia 30 de setembro de 2009, poderão fazê-lo, desde que mantido o prazo de realização até 31 de outubro de 2009, de forma a garantir que os municípios possam participar amplamente da II Conferência Nacional de Cultura. A orientação será divulgada na próxima semana no Blog da II CNC.

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