terça-feira, 29 de dezembro de 2015

REVIVAL DO BLOCO CARNAVALESCO ANJO AZUL por Adriana Crisanto

ANJO AZUL
Segundo bloco mais antigo do Folia de Rua e Primeio do CENTRO HISTÓRICO MURICOCAS desde 14 fevereiro 1994

O segundo bloco de destaque deste projeto Folia de Rua é o Anjo Azul, que este ano rende homenagem ao maestro Severino Vilô Filho, falecido este mês. De acordo com a programação enviada pela assessoria de imprensa do projeto, o bloco sai arrastando os foliões da Rua Gabriel Malagrida (Beco da Faculdade de Direito), às 19h00. O Anjo, que tem a frente a jornalista e ativista cultural, Ednamay Cirilo, promoveu este ano um concurso de estandartes para comemorar os 15 anos de fundação. O concurso é direcionado aos artistas plástico do Estado.

O Anjo Azul é um dos blocos mais antigos do projeto Folia de Rua e sempre procura dar ênfase a arquitetura barroca e a fantasia de colombina e pierrô, agregando seus membros e admiradores, além de divulgar a arte e os artistas locais.

A preparação de saída do Anjo começa com a lavagem da escadaria do beco da Faculdade de Direito, na Rua Gabriel Malagrida, às 10h00, culminando com uma série de apresentações artísticas. Estarão presentes personalidades do candomblé e Ong´s Culturais. Haverá distribuição mungunzá (comida de milho típica da região) para os foliões e passantes do Beco. Terá ainda a coroação do reisado do bloco mais lúdico e barroco do Folia de Rua, a Serenata dos Anjos. Este ano o rei do bloco será o cantor e compositor Dida Fialho, a rainha Anay Claro e a princesa a atriz Suzi Lopes. Terá ainda apresentação dos grupos de percussão Bate com Lata, o coral da Emlur, coral Vila Lobos, o Orquestra de Frevo do Folia de Rua, além do tradicional "banho de cheiro" nos foliões, dentre outros.

O bloco desfilará pela Praça João Pessoa, passa na frente do Supremo Tribunal de Justiça, arrasta o bloco do Pingüim, no Pavilhão do Chá. Segue pela frente do Palácio da Redenção, indo pela Rua Duque de Caxias até o Ponto de Cem Réis, onde se encontra com o Bloco da Cueca, de Raimundo Nonato Filho. De lá, segue pelo beco da sede do Cabo Branco, entrando à direita, na esquina da Biblioteca Central, rumo a Rua General Osório, no sentido da Catedral de Nossa Senhora das Neves, chegando no Largo do Colégio das Neves, onde está a sede do Bloco Confete e Serpentina, de Walter Santos.

Em seguida ao encontro das orquestras de frevo que acontecerá no local, os foliões descem a ladeira da Borborema, puxando o convidado Bloco Descendo a Ladeira, de Nay Gomes, rumo a Rua da Areia e Praça Antenor Navarro, onde acontecerá show coletivo com artistas paraibanos.

ANJO VILÔ
Bloco rende homenagem ao maestro Severino Vilô Filho

Este ano o Anjo Azul homenageia o maestro Severino Vilô Filho, falecido no dia 3 de fevereiro, vitimado por complicações cardiorespiratórias, gerada pela diabete, doença da qual vinha lutando a cerca de 10 anos. O maestro, Severino Vilô Filho, era natural de Serra Branca (PB), mas adotou a cidade de João Pessoa aos 24 anos, quando veio trabalhar na área comercial. Era filho do também Maestro Vilô, que o despertou para música, sendo estimulado por colegas de trabalho. Foi quando trocou o balcão pela música, no ano de 1958, período em que ingressou na banda de música da Polícia Militar, como trompetista, e logo depois a Orquestra Tabajara de Frevo do Estado.

Chateado com o caminho que seguia a música de carnaval, Severino Vilô Filho, decidiu então criar sua própria orquestra de frevo. Inicialmente a orquestra, Tupi de Frevos, que animou 41 carnavais de clube da Capital, iniciando pelo Clube Astréa e depois o Esporte Clube Cabo Branco (onde fez 21 carnavais) e cuja orquestra recebeu a denominação de "Vilô e Sua Orquestra". Ele foi parceiro de grandes orquestras de frevo, a exemplo de Severino Araújo, Maestro Cipó, Guedes Peixoto, Nelson Ferreira e Claudionor Germano (PE).

“Senti muito a morte do maestro. Vilô sempre apoiou o Anjo Azul. Quando ninguém mais queria tocar frevo no centro ele vinha nos apoiar”, contou a presidente do bloco Ednamay Cirilo. O maestro deixou uma família alegre e calorosa. Casou três vezes e teve seis filhos, os quais três, Marcos, Márcia e Marcelo Vilô enveredaram pela arte musical. O último, inclusive, com o afastamento do pai por motivos de saúde, é hoje regente da Orquestra de Vilô, um dos símbolos da resistência ao frevo paraibano, característica que elevou o Maestro Vilô a condição de "homenageado especial" da Prévia Carnavalesca Folia de Rua/2000.

Membro de uma árvore genealógica musical paraibana, o Maestro Vilô é irmão do também maestro Ninô (falecido), o saxofonista Geraldo Araújo e é tio do regente Roberto Araújo e da jornalista companheira dos Diários Associados Paraíba Fátima Sousa (Mana).

Vilô sempre foi referência para os mais antigos, mas também para os mais novos músicos, como é o caso do trompetista Ranilson Farias, que tocou nos últimos anos com o maestro na orquestra. “Foi um aprendizado e uma experiência muito grande ter tocado na orquestra de Vilô. Vou carregar isso comigo na minha bagagem”, disse Ranilson que também integra o CD “40 anos de Frevo”, gravado no estúdio de Sérgio Gallo e que será lançado ainda este mês.

Um dos poucos reconhecimentos que o maestro Severino Vilô recebeu foi o título de Cidadão Pessoense, em 2004. A homenagem foi proposta pelo então vereador da época, Fernando do Grotão, como reconhecimento ao trabalho prestado pelo maestro, filho do Cariri Paraibano, à cultura musical do Estado.

Bloco da Limpeza anima as ruas do Centro


Outro bloco que anima o Folia de Rua é o da Limpeza, Autarquia Especial Municipal de Limpeza Urbana (Emlur) que desfilará nesta sexta-feira (13). A concentração do bloco será no Busto Augusto dos Anjos, na avenida Duque de Caxias, a partir das 20h.

Este é o quarto ano que o bloco participa do ‘Folia de Rua’ e será animado pela Orquestra de Frevo Spok e pelo ‘Baticumlata’, grupo de percussão da Emlur que utiliza materiais recicláveis para fazer instrumentos e vai resgatar os ritmos tradicionais do carnaval. No repertório, estarão, entre outras músicas, as canções que integram o CD do bloco, cantadas pelo Coral da Emlur. O ‘Bloco da Limpeza’ foi criado como uma forma de promover a consciência de preservação ambiental, além de integrar os servidores da autarquia fazendo com que eles tenham um dia especial de comemoração.

O superintendente da Emlur, Coriolano Coutinho, é um dos mais entusiasmado com o ‘Bloco da Limpeza’. Para ele, o resgate da tradição carnavalesca e o processo de valorização do servidor são importantes para a auto-estima e a qualidade de vida no trabalho dentro da autarquia. “O bloco é o momento em que com alegria e descontração podemos mostrar aos pessoenses o nosso trabalho na conscientização para melhorar o meio ambiente”, ressaltou o superintendente.

“Todos os anos eu vou comemorar com meus colegas, fico muito animada com o carnaval. A cada ano, o bloco vem crescendo e mais pessoas participam. Isso é muito bom”, explicou Rosineide Luiz Mariano, servidora da Emlur há 20 anos, uma das participantes do 'Bloco da Limpeza'.

O bloco utiliza materiais reciclados para confeccionar objetos decorativos, fantasias de carnaval, adereços e instrumentos musicais. Este ano, a agremiação contará com uma ala especial inspirada em motivos indianos. Para isto, a Oficina de Artes da Emlur está realizando um trabalho de customização de roupas antigas, utilizando material descartado pelas pessoas como jornal, papel, papelão, anéis de alumínio, garrafas pet, além de tinta e spray dourado para dar acabamento.

Estandarte – O estandarte do ‘Bloco da Limpeza’ foi inspirado em uma colcha de retalho que retrata a cultura como meio de reafirmar a questão da reciclagem. O artista plástico, Elioenai Gomes, disse que a idéia é mostrar a junção de várias estórias, que remete a reutilização e a própria reciclagem. “A idéia da colcha de retalho é mostrar a união do bloco e também serve como elemento que divulga todo o trabalho que a equipe da Emlur vem fazendo pela cultura e pelo meio ambiente”, explicou o criador da peça de arte. Já a camiseta traz a representação das imagens dos servidores por meio de desenho. “É uma homenagem aos funcionários da Emlur que vão se identificar com as figuras desenhadas na camiseta”, completa o artista plástico.

SpokFrevo no Folia de Rua


Outra boa atração do Folia de Rua edição 2009 é a orquestra de frevo pernambucana do maestro Spok, surgida no ano de 1996, para acompanhar shows de artistas de Recife (PE), anos depois se tornou a Orquestra de Frevo do Recife. Em janeiro de 2003, a orquestra ressurge com o nome SpokFrevo Orquestra, batizada por Wellington Lima, desde então seu agente e produtor artístico, a convite e em parceria com o músico e produtor Zé da Flauta.

A orquestra tem como proposta mostrar o frevo fora da folia, dar um tratamento diferenciado, com arranjos modernos e harmonias arrojadas. Os músicos abusam da liberdade de expressão em improvisos com uma clara influência do jazz. “O frevo é uma música única, diferente de todas, animada e com uma magia especial: a de passar felicidade”, descreve Spok no website do grupo.

A SpokFrevo é formada por 18 jovens e talentosos músicos pernambucanos é liderada pelo virtuoso Inaldo Cavalcante de Albuquerque, mais conhecido como maestro Spok, saxofonista, arranjador e diretor musical. No comando da big band do frevo, Spok conta, desde a formação original, com a experiência e o talento do primo Gilberto Pontes, o Gibasax, como co-diretor musical.

Nesta apresentação de rua, em João Pessoa, a orquestra apresentará o último trabalho, o CD/DVD, intitulado "Passo de Anjo" ao vivo (Canecão - Rio de janeiro). A próxima apresentação da orquestra será no Baile Municipal do Recife (Classic Hall - Recife), no Galo da Madrugada, e em várias apresentações em Recife.


Pé-de-Mato destaca preservação ambiental

Também nesta sexta-feira (13) sairá às 18h30 o bloco de arrasto Pé-de-Mato, organizado pela Associação dos Servidores da Sudema (Assude), que se concentração em frente ao Tribunal de Justiça, região central de João Pessoa. O bloco se apresenta como convidado do projeto Folia de Rua e espera contar com a participação de mais de 500 pessoas.

Este é o terceiro ano, consecutivo, que o bloco se apresenta levando como proposta a alegria e o alerta sobre a preservação ambiental. Para o presidente da associação e organizador do bloco, Glauco Santana, a intenção e aproveitar a diversão do carnaval, em conjunto com os associados, familiares e amigos, na integração da responsabilidade e compromisso com as questões ambientais entre os seres humanos. “Este ano teremos algumas novidades como a distribuição de sacolas biodegradáveis, que não agridem o meio ambiente, panfletos educativos com informações sobre o tempo de decomposição de alguns materiais na natureza e o calendário ambiental de 2009, informou o presidente.

O Pé-de-Mato também faz questão de resgatar o carnaval tradição com uma orquestra de frevo que promete não deixar ninguém parado durante o percurso entre a Praça João Pessoa, passando pelas ruas Visconde de Pelotas, Conselheiro Henriques, Borborema, da Areia, terminando na Praça Antenor Navarro, no Centro Histórico.

Adriana Crisanto
Repórter
adrianacrisanto.pb@diariosassociados.com.br
adrianacrisanto@gmail.com
Fotos:
Postado por Adriana Crisanto
Luto no frevo paraibano - Morre Maestro Severino Vilô Flho

Músicos, parentes, jornalistas e muitos amigos compareceram ao Cemitério Parque das Acácias, em João Pessoa, para dar o último adeus ao instrumentista, Severino Vilô Filho (75 anos), um dos mais respeitados maestros paraibano.

Vilô, como era mais conhecido, faleceu na última terça-feira (3), às 19h00, no Hospital da Unimed, onde esteve internado desde sábado (30), com complicações cardiorespiratórias, gerada pela diabete, doença silenciosa da qual vinha lutando há mais de nove anos.
O maestro deixou a viúva Maria Lúcia Costa de Oliveira e cinco filhos de outros casamentos, entre eles, os músicos Marcelo e Márcia (Glauco) Vilô, da Orquestra Metalúrgica Filipéia e Sanhauá de Frevos, César, Carlos e Marcos Vilô.

O músico Adeildo Vieira, profundo admirador da obra do maestro Vilô, disse que ele foi o responsável por trazer dignidade para a música carnavalesca manifestada não apenas nos palcos com a qualidade das composições, mas também nos bastidores enquanto formador de novos músicos. “Formando consciência em cima da boa música. Isso é unamine entre os músicos que participaram da vida de Vilô”, completou Adeildo que está em processo de elaboração de um vídeo documentário sobre a vida e a obra do maestro Severino Vilô.

O documentário, que ainda não tem nome, está sendo gravado por Adeildo Vieira e o videasta Adilson Luis, com imagens de Niltides Batista, Patrício e Alfredo Amaral. “Estávamos torcendo muito para que pudéssemos fazer o lançamento do vídeo com ele ainda em vida, mas, infelizmente as condições de trabalho de cada um de nós que estamos envolvidos não deu tempo”, acrescentou Adeildo.

Com o agravamento da doença foi antecipado o CD “40 anos de Frevo”, produzido no final do ano passado, gravado no estúdio de Sérgio Gallo, com 14 canções. O CD, que ainda está sendo prensado em São Paulo, traz frevos e marchinhas de carnaval que levam assinatura de Vilô e outros parceiros, a exemplo de Livardo Alves (já falecido), Arthur Silva, Marcos Melodia, Assis Alcântara, Zito, além de músicas de autoria de novos cantores terra, como Fubá, Ricardo Fabião, Bombinha, Jonas Batista e Mathias, entre outros.

O presidente da Ordem dos Músicos do Brasil, seção Paraíba (OMB/PB), Benedito Onório, amigo pessoal de Vilô, lamentou o falecimento prematuro do maestro. “Ele era um dos ícones da música paraibana, na especialidade frevo em nosso Estado. Um grande maestro. Ele foi conselheiro por vários anos na Ordem dos Músicos”, acrescentou Onório.

O Maestro Severino Vilô Filho era natural de Serra Branca (PB), mas adotou a cidade de João Pessoa aos 24 anos, quando veio trabalhar na área comercial. Era filho do também Maestro Vilô, que o despertou para música, sendo estimulado por colegas de trabalho. Foi quando trocou o balcão pela música, no ano de 1958, período em que ingressou na banda de música da Polícia Militar, como trompetista, e logo depois a Orquestra Tabajara de Frevo do Estado.

Um dos músicos que o acompanhou em quase todas as orquestras foi o baterista Geraldo Marcelo. “Eu comecei a tocar com ele em 1972. Ele era um pai para todos os músicos. Um cara excepcional. Senti muito ontem, não dormi e hoje vim dar meus agradecimentos a ele por tudo que ele fez por mim”, falou emocionado Geraldo Marcelo, que hoje reside no município de Pilar (PB).

Chateado com o caminho que seguia a música de carnaval, Severino Vilô Filho, decidiu então criar sua própria orquestra de frevo. Inicialmente a orquestra, Tupi de Frevos, que animou 41 carnavais de clube da Capital, iniciando pelo Clube Astréa e depois o Esporte Clube Cabo Branco (onde fez 21 carnavais) e cuja orquestra recebeu a denominação de "Vilô e Sua Orquestra". Ele foi parceiro de grandes orquestras de frevo, a exemplo de Severino Araújo, Maestro Cipó, Guedes Peixoto, Nelson Ferreira e Claudionor Germano (PE). O maestro deixa uma família alegre e calorosa. Casou três vezes e teve seis filhos, os quais três, Marcos, Márcia e Marcelo Vilô enveredaram pela arte musical. O último, inclusive, com o afastamento do pai por motivos de saúde, é hoje regente da Orquestra de Vilô, um dos símbolos da resistência ao frevo paraibano, característica que elevou o Maestro Vilô a condição de "homenageado especial" da Prévia Carnavalesca Folia de Rua/2000.

Membro de uma árvore genealógica musical paraibana, o Maestro Vilô é irmão do também maestro Ninô (falecido), o saxofonista Geraldo Araújo e é tio do regente Roberto Araújo e da jornalista companheira dos Diários Associados Paraíba Fátima Sousa (Mana).

Vilô sempre foi referência para os mais antigos, mas também para os mais novos músicos, como é o caso do trompetista Ranilson Farias, que tocou nos últimos anos com o maestro na orquestra. “Foi um aprendizado e uma experiência muito grande ter tocado na orquestra de Vilô. Vou carregar isso comigo na minha bagagem”, disse Ranilson que também integra o CD “40 anos de Frevo”.

Um dos poucos reconhecimentos que o maestro Severino Vilô recebeu foi o título de Cidadão Pessoense, em 2004. A homenagem foi proposta pelo então vereador da época, Fernando do Grotão, como reconhecimento ao trabalho prestado pelo maestro, filho do Cariri Paraibano, à cultura musical do Estado.

Adriana Crisanto
Repórter
adrianacrisanto@gmail.com
adrianacrisanto.pb@diariosassociados.com.br

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